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Estado de Minas

Em MG, indústria fecha ano em baixa e sem tendência de melhora

Sondagem revela que produção e emprego caem em dezembro nas fábricas mineiras e a insatisfação dos empresários cresce


postado em 24/01/2017 06:00 / atualizado em 24/01/2017 07:43

Pesquisa realizada pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) com empresários mineiros mostra que a atividade industrial em dezembro – incluindo a produção e emprego – segue em queda no estado. Os números indicam ainda que a capacidade produtiva está abaixo da usual e que os industriais estão insatisfeitos em relação à margem de lucros, às condições de acesso ao crédito e à situação financeira de seus negócios.

E a expectativa para o primeiro semestre deste ano não é das melhores. A sondagem foi realizada entre os dias 1º e 13 deste mês e ouviu 188 empresas, sendo 46 de grande porte (mais de 250 empregados); 55 médias (de 50 a 249 empregados) e 87 pequenas (entre 10 e 49 funcionários).

Foram avaliados cinco pontos: nível de atividade; estoques; indicadores financeiros; principais problemas; e expectativas para 2017. A cada resposta do questionário é dada uma nota de zero a 100 – índices abaixo de 50 indicam queda, e acima, crescimento. Os dados referem-se a dezembro, com exceção das questões envolvendo expectativas, que retratam a visão do empresário para os seis primeiros meses deste ano.


A resposta dos empresários apontou uma queda intensa na produção, embora tenha sido o melhor índice registrado em dezembro nos últimos cinco anos – 39,2 pontos. “Já era esperada uma queda na atividade, já que dezembro é um mês mais parado mesmo, em razão das férias coletivas”, explica Annelise Fonseca, economista da Fiemg. De acordo com ela, na análise por porte das empresas a queda foi registrada em todos eles, com o maior índice nas grandes, que chegou a 40,5 pontos.


A queda na produção repercute diretamente na redução do número de empregos, que atingiu o índice de 44,9 pontos, inferior a novembro. Desde fevereiro do ano passado, esse índice vem se mantendo estável, em torno dos 45 pontos. As pequenas empresas registraram o menor índice de emprego, com 42,7 pontos.

O uso da capacidade instalada segue na mesma linha de queda, com índice de 35,4 pontos, o que releva grande ociosidade na indústria mineira. O indicador até aumentou 4,1 pontos no comparativo com dezembro de 2015, mas está muito abaixo do mínimo de 50 pontos. Em relação aos estoques, o resultado foi de 48,3 pontos, o que revela, de forma geral, que o índice ficou dentro do planejado pelas empresas, especialmente aquelas de médio e grande portes.


Finanças


A situação financeira registrou índice de 42,9 pontos, o maior de 2016, mas ainda evidencia descontentamento dos empresários. A margem de lucros foi de 38,7 pontos. Os resultados, embora tenham avançado em relação a meses anteriores, ainda foram ruins para todos os segmentos. Para piorar, o acesso ao crédito continua baixo: atingiu 30,7 pontos. O índice mais negativo foi registrado nas pequenas empresas, com 27,2 pontos. Somado a isso, tem-se entre os principais problemas enfrentados pelos empresários a elevada carga tributária, consumo insuficiente, inadimplência dos clientes, taxas de juros elevadas e falta de capital de giro.


Diante de um cenário difícil, a pesquisa realizada pela Fiemg mediu qual a expectativa dos empresários para os próximos seis meses. De acordo com Annelise Fonseca, o índice de confiança ficou em 49,4 pontos, bem próximo da média de 50 pontos. “Existem fatores que vão influenciar nesse número, como as reformas previdenciária e trabalhista. De uma forma geral, podemos dizer que os empresários estão cautelosos”, afirma.


Eles se mostraram confiantes em relação ao aumento da demanda e das exportações no primeiro semestre de 2017. Os maiores responsáveis por esse crescimento foram os empresários das empresas de pequeno e grande portes, que se mostraram mais otimistas em relação ao aumento do consumo de seus produtos. Da mesma forma, a expectativa em relação à compra de matéria-prima foi positiva, atingindo 50,9 pontos.


Já sobre o nível de empregos, mais demissões devem ocorrer no setor industrial no primeiro semestre do ano. A expectativa dos empresários de redução no número de empregados é de 46,7 pontos. O índice segue abaixo dos 50 pontos desde fevereiro de 2014. A intenção de investimentos mostrou uma estabilidade entre dezembro (44,1 pontos) e janeiro (44,6 pontos).

 

Pé no freio nas fábricas

O índice vai de zero a 100, sendo que notas superiores a 50 indicam crescimento e abaixo desse número, uma queda.

Nas empresas

Nível de produção
39,2

Emprego
44,9

Estoque de produto final
48,3

Lucro operacional
38,7

Situação financeira
42,9

Acesso ao crédito
30,7

Principais problemas

Carga tributária
55,1

Demanda insuficiente
41,2

Inadimplência dos clientes
26,2

Taxa de juros
25,7

Falta de capital de giro
23

Expectativas *

Compra de matéria-prima
50,9

Investimento
44,6

* Em relação a janeiro
Fonte: Fiemg


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