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Estado de Minas

Cimenteiras têm 43% de ociosidade


postado em 17/01/2017 06:00 / atualizado em 17/01/2017 08:46

Alavanca da cadeia produtiva da construção civil, a indústria brasileira do cimento enfrentou queda histórica das vendas no país durante o ano passado, situação agravada pela alta ociosidade das fábricas.

Dados preliminares sobre o comportamento do setor em 2016 indicam que a retração chegou a 11,7% frente a 2015, com 57,238 milhões de toneladas comercializadas, informou o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC). Em dezembro, quando considerado o conjunto dos dias úteis do mês, houve redução de 11,1% ante idêntico período do ano anterior, no mesmo parâmetro de comparação.


O resultado evidencia a situação dramática a que os fabricantes assistem, como classifica o presidente do SNIC, Paulo Camillo Penna. O decréscimo das vendas internas de cimento acumulado nos últimos dois anos alcança 19,3%. “Não é de se estranhar. Vivemos a crise econômica mais importante que o país já atravessou, com o agravante do incremento da ociosidade da indústria cimenteira, associado ao aumento dos custos financeiros e a destruição do capital produtivo (investimentos feitos) do setor”, disse o executivo. Os fabricantes trabalharam em 2016 ao ritmo de 43% de ociosidade, nível bem superior aos 30% verificados em 2015.


Na média da indústria brasileira, o uso da capacidade produtiva das fábricas está em 72,5%, ou seja, há 27,5% de ociosidade. Se a comparação por si já é preocupante, o nível da produção cimenteira no país sofre revés num momento em que foram incorporadas 7 milhões de toneladas à capacidade do setor, que soma, hoje, 100 milhões de toneladas. O acréscimo resulta de investimentos que haviam sido aprovados em 2010, 2011 e 2012, e atingiram agora a sua maturidade nas unidades fabris.


O cenário traçado pelas empresas para 2017 mostra as dificuldades de reverter as perdas. “Na melhor das circunstâncias, projetamos queda entre 5% e 7% das vendas e ociosidade de 50%”, afirma o presidente do SNIC. A estimativa leva em consideração impactos efetivos sobre o custo do dinheiro e o consumo da redução da taxa básica de juros, de 13% ao ano, – aquela que remunera os títulos do governo no mercado financeiro e serve de referência para as operações nos bancos e no comércio.


Outras ações anunciadas pelo governo federal também têm potencial para estimular as vendas, na avaliação das empresas, segundo Paulo Camillo, particularmente a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) depositado em contas inativas, a retomada de obras de infraestrutura e do programa Minha casa, minha vida, de subsídio à moradia popular, além do programa Cartão Reforma, que repassa recursos para obras em casas de famílias de baixa renda. O polo cimenteiro de Minas Gerais é o maior produtor no Brasil, respondendo por 22% da produção nacional. Dos 24 grupos produtores no país, nove atuam no estado e de um total de 64 fábricas integradas (da extração de calcário ao cimento), 13 estão instaladas em Minas.


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