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Estado de Minas

Setores da indústria de Minas, como laticínios e aço, conseguem crescer

Segmentos são favorecidos por produtos com demanda firme ou por novos mercados de consumo


postado em 04/12/2016 10:00 / atualizado em 04/12/2016 10:11

Longe de uma situação uniforme, em meio à queda da produção industrial no Brasil – a redução de 1,1% observada de setembro para outubro foi a maior para os meses de outubro desde 2013 –, segmentos diversos da indústria mineira, de fabricantes de alimentos a produtos siderúrgicos, estes últimos que enfrentam sua maior crise, de acordo com o Instituto Aço Brasil, empreenderam grande esforço para aumentar o valor de algumas linhas de produtos e ganharam mercado. Para essas empresas, a torcida, agora, é por um Brasil mais estável em 2017 e por medidas de política econômica que possam favorecer, por exemplo, as exportações como alternativa a um mercado interno ainda fraco.


A Itambé Alimentos S/A, uma das maiores empresas do segmento de laticínios do país, a despeito da crise econômica, trabalha com projeção de crescimento de 10% da receita neste ano, frente ao ano passado. A expansão, que pode surpreender embora o setor mantenha ritmo de produção acima da média do estado, reflete o desempenho das linhas de iogurte, manteiga e de compostos lácteos destinados à indústria, além do ganho de participação obtido pela empresa nos mercados de consumo de São Paulo, do Norte e do Nordeste.


O presidente da companhia, Alexandre Almeida, afirma que a estratégia de reforçar a oferta dessas categorias de produto, mais valorizadas nas linhas de produção, e a agressiva busca de clientes compensou a retração das vendas em segmentos como o do leite em pó, afetado, em particular, pelo avanço das importações brasileiras. A comercialização dos iogurtes da marca cresceu quase 18% neste ano; e a de manteiga teve ampliação de 65%, enquanto o laticínio triplicou o fornecimento de compostos lácteos destinados, entre outros clientes, à indústria de sorvetes. Para atingir a meta, foram contratados 300 trabalhadores.


“O nosso planejamento é continuar crescendo em áreas de produtos de valor agregado e trabalhar mais fortemente na expansão da atuação geográfica da Itambé, que começou no ano passado”, revela o executivo. O programa de investimentos da companhia, ainda em discussão, deverá ficar próximo de R$ 45 milhões em 2017, com foco em projetos pontuais nas fábricas que atendam à atuação traçada pelo comando da companhia. Outro fator importante para a performance da empresa foi influenciado pela característica de essencialidade da alimentação, que dá maior resiliência à indústria, em geral, a última a sentir os efeitos de uma crise.


Alexandre Almeida espera um 2017 de mais estabilidade da economia, cenário também traçado por Frederico Ayres Lima, presidente da Aperam South America (antiga Acesita), fabricante mineira de aços inoxidáveis e elétricos. A siderúrgica concluiu investimentos de US$ 26 milhões na fábrica de Timóteo, no Vale do Aço mineiro, contemplando uma linha de aços elétricos de alta permeabilidade destinados à fabricação de transformadores com elevada eficiência energética, e a reforma de um dos laminadores da usina.


“Hoje as incertezas no Brasil são muito menores no país e trabalhamos com a premissa de maior estabilidade política, assim como de que o presidente Temer cumpra o seu mandato até 2018”, diz Frederico Lima. O esforço no desenvolvimento de produtos e a agilidade para investir mais no mercado internacional permitiram à empresa manter as operações. As exportações devem alcançar 40% da produção neste ano, o dobro do percentual que era destinado ao exterior em 2014.

 

Reintegra
A falta de competitividade no mercado internacional e o excesso de capacidade de produção da indústria siderúrgica mundial contribuíram para a redução das exportações brasileiras do setor neste ano, segundo o Instituto Aço Brasil. As vendas externas diminuíram 2,3% de janeiro a outubro, frente a 2015. A instituição, assim como outras entidades representantes da indústria, pedem ao governo medidas de “isonomia competitiva”, a exemplo da elevação para 5% da alíquota do Reintegra (Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para Empresas Exportadoras), como prevê a Lei 13.043/2014, e melhorias na formatação de linha específica de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

 

Nova Máquina de Vendas

Dona das redes de lojas de eletroeletrônicos Ricardo Eletro, Insinuante, City Lar, Salfer e Eletro Shopping, a Máquina de Vendas, uma das maiores empresas varejistas brasileiras, começa a colher os frutos de um amplo programa de reestruturação interna. As mudanças vão resultar na unificação das marcas e numa companhia mais enxuta, também favorecida pela renegociação de dívidas com bancos. As bandeiras regionais serão substituídas gradualmente pela marca Ricardo Eletro, que assumirá a condição de nome nacional do negócio.


A integração, que está sendo conduzida pelo fundador da rede, Ricardo Rodrigues Nunes, hoje no comando da empresa varejista, resolve o problema da sobreposição de lojas. Com isso, 154 unidades e pontos deficitários foram fechados, permanecendo 815, ao todo, e os empregos encolheram em 30%. O grupo surgiu em março de 2010, a partir da fusão das redes Ricardo Eletro e Insinuante.


O trabalho intensificado ao longo de 2016 para aproveitar sinergias das redes proporcionou redução das despesas operacionais de R$ 175 milhões para R$ 101 milhões no mês passado. As cifras são ainda reflexo do encerramento das atividades de 30 centros de distribuição, entre eles 11 que eram alugados. A unificação contempla sistemas de controle da folha de pagamentos e do modelo de definição dos preços, que passam a usar a mesma tecnologia para todas as redes. Com a nova estrutura, a Máquinas de Vendas prevê encerrar o ano com vendas brutas de R$ 7,5 bilhões. Em 2014, o grupo faturou cerca de R$ 9 bilhões e mantinha mais de 1 mil unidades.


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