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Estado de Minas

Brasil está em 'marcha lenta' na produção de carros

Com queda de 18% no ano, fábricas deixam de produzir 1,45 mi de veículos em relação a 2013


postado em 08/11/2016 06:00 / atualizado em 08/11/2016 08:23

De janeiro a outubro, montadoras produziram 1,73 milhão de unidades entre carros, comerciais leves, ônibus e caminhões(foto: jair Amaral/EM/D.A Press - 11/11/10)
De janeiro a outubro, montadoras produziram 1,73 milhão de unidades entre carros, comerciais leves, ônibus e caminhões (foto: jair Amaral/EM/D.A Press - 11/11/10)

Com o bolso vazio, os brasileiros estão comprando cada vez menos bens duráveis. A produção de automóveis no país este ano caminha para um tombo histórico, atingindo seu pior resultado desde 2003. De janeiro a outubro deste ano foram produzidas nas fábricas do país 1,73 milhão de unidades, o que corresponde a uma queda de 17,7% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea). Na comparação com 2013, quando a produção brasileira foi recorde, de janeiro a outubro, a indústria nacional deixou de produzir 1,45 milhão de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus.


A média de produção dos últimos 10 anos está próxima a 2,5 milhões de veículos. Nos 10 primeiros meses do ano, 800 mil unidades deixaram de ser produzidas pela indústria. Na esteira da recessão, desde 2013 até agora, mais de 30 mil vagas foram fechadas no país. A recessão atinge toda a cadeia. “Em Minas Gerais as demissões estão um pouco acima da média nacional. Houve fechamento de fábricas, enxugamento do quadro de pessoal e transferência de indústrias para outros estados”, aponta Lincoln Fernandes, presidente do Conselho de Política Econômica da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). A indústria mineira acumula de janeiro a setembro queda de 11,8% em seu faturamento, segundo indicador da Fiemg, sendo que 35% da contribuição negativa vem do setor automotivo.

Segundo o empresário, as perspectivas de recuperação para o setor ainda são de médio prazo. A retomada do crescimento não deve chegar no ano que vem e nem em 2018. “Para que o setor se recupere é preciso que a economia volte a crescer, com redução do desemprego, do endividamento e da taxa de juros. É possível que uma recuperação seja iniciada a partir do fim de 2018, mas até lá o setor deve parar de cair e manter o ritmo da produção em um patamar ainda baixo”, avalia Fernandes. Ele aponta ainda que o brasileiro deve voltar primeiro a consumir os bens não duráveis e semi-duráveis para depois retomar aos produtos de maior valor agregado como os automóveis.

Em outubro as fábricas em todo o país produziram 174.150 carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, volume 2,3% superior a setembro. Na passagem de setembro para outubro o número de vagas encolheu 0,8% no setor, o que significa cerca de mil demissões no período. Em 2013 eram 159,6 mil trabalhadores no setor, percentual que caiu para 123,7 mil no mês passado.

Impacto


O tombo da produção acompanha também a marcha ré de 17,2% nos licenciamentos novos, na comparação com o mesmo mês do ano passado, e de 0,6% ante setembro. No acumulado do ano, de janeiro a outubro foram licenciados 1,6 milhão ante 2,1 milhões em 2015, o que aponta para um recuo nas vendas na ordem de 22,3%. Um fator crucial para a queda das vendas é o encarecimento do crédito e a dificuldade do brasileiro para conseguir financiar um veículo.

Acompanhando o freio da produção de automóveis o Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores) prevê queda de 4,4% no faturamento de 2016 em relação ao ano anterior. Em 2015 o recuo já havia sido forte (17,7%) e em 2014 (8,6%).

Freio de mão

Produção de veículos o Brasil despenca

De janeiro a outubro

2016     1,73
2015     2,11
2014     2,67
2013     3,18
2012     2,81
2011     2,88
2010     2,81
2009     2,55
2008     2,77
2007     2,37
2006     2,01


Emprego

2010     135,3 mil
2011     145,4 mil
2012     151,6 mil
2013     159,6 mil
2014     147,0 mil
2015     132,8 mil
2016     123,7 mil

Fonte: Anfavea


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