Iraque quer ficar fora de acordo de petróleo da Opep, diz ministro

Dubai, 27 - O Iraque vai pedir para ficar de fora do acordo anunciado em setembro pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) que visa cortar a produção do bloco. De acordo com o ministro do petróleo do país, Jabbar Ali al-Luaibi, a guerra contra o Estado Islâmico não permite que o Iraque reduza a produção e limite a entrada de capital. O pedido será discutido entre sexta-feira e sábado, quando líderes da Opep se reúnem para estabelecer as bases do próximo encontro do cartel, que acontece no dia 30 de novembro.

Até o momento, o Irã, a Nigéria e a Líbia já conseguiram se abster do acordo porque vêm enfrentando quebras na produção de petróleo que vão desde sanções internacionais contra Teerã até ataques aos oleodutos no Delta do Níger. Segundo al-Luaibi, o Iraque estaria sofrendo mais do que esses países, o que justificaria sua ausência.

"Nós queremos que a Opep seja mais unida para que cheguemos ao nosso objetivo de estabilizar o mercado de petróleo e alcançar um preço apropriado para o barril. Mas isso não deve ser feito às custas do Iraque", afirmou o ministro.

Os membros da Opep estão relutantes em ceder ao pedido do Iraque, uma vez que o país passou os últimos dois anos elevando a produção a níveis recordes e contribuindo para o excesso da commodity, que fez derrubar os preços em todo o mundo.

O Iraque é o segundo maior produtos da Opep, atrás apenas da Arábia Saudita, e esperava-se que o país fosse responsável por uma parte considerável do peso do acordo. Sem o Iraque e o outros quatro países, o acordo coloca mais pressão sobre a Arábia Saudita e seus aliados no Golfo Pérsico, que teriam de cortar mais sua produção. Fonte: Dow Jones Newswires.