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Estado de Minas

Aeroporto em Confins vai buscar mais voos depois de concluir expansão

Concessionária confirma entrega do terminal 2 e aumento da capacidade de passageiros no fim do ano. Desafio é reduzir ociosidade gerada pela crise. Puxadinho será desativado


postado em 06/09/2016 06:00 / atualizado em 06/09/2016 07:24

Obras estão aceleradas, mas desaquecimento da economia deixará espaço com público aquém do previsto inicialmente(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Obras estão aceleradas, mas desaquecimento da economia deixará espaço com público aquém do previsto inicialmente (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Com inauguração prevista para dezembro, as obras do novo terminal do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, estão chegando à reta final a um ritmo acelerado se comparado à paralisia que tem marcado os investimentos produtivos no setor produtivo do país. Mas a concessionária responsável pelo aeroporto, a BH Airport, tem, depois de entregar o novo espaço, um desafio ainda maior: o de não deixar o terminal virar um elefante branco em Minas, pelo menos em curto prazo. Ao mesmo tempo em que haverá uma expansão da capacidade do local, houve uma redução de 15% na demanda de passageiros; o número de voos internacionais ainda é baixo e não justifica, por enquanto, a abertura do total de 26 pontes de embarque, 17 seriam suficientes. E ainda há o terminal 3, o Puxadinho, que será desativado e para qual não há um destino certo. Com os dois terminais, Cofins terá capacidade para 22 milhões de passageiros por ano.

A possível ociosidade contrasta com o alto investimento para a obra que, até o fim do ano, custará R$ 750 milhões. Como forma de corresponder ao que se espera desse novo espaço e fazê-lo dar jus ao tamanho, a BH Airport informou articular a vinda de novos voos para a Confins. “Com essa nova estrutura, a intenção é atrair novos pousos e decolagens”, prometeu o diretor-presidente da concessionária, Paulo Rangel. Segundo ele, a empresa tem articulado a vinda de novas companhias e, inclusive, a volta da Avianca, que suspendeu os voos diários de BH desde janeiro do ano passado. Atualmente, o aeroporto conta com 104 mil pousos e decolagens por ano, sendo que o novo terminal tem capacidade para 200 mil.

Com espaço de sobra, o grande problema é que, por enquanto, com a situação econômica do país, a demanda pelas viagens está em queda em todo o Brasil. Em julho, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou que a procura por voos realizados dentro do país sofreu queda pelo 11º mês seguido. O indicador RPK, que mede a relação passageiros-quilômetros pagos transportados, teve redução de 6,3% em junho, em comparação com o mesmo período em 2015.

“Fizemos uma obra que estava prevista no contrato. Porém, na época da concorrência, o cenário era outro”, criticou o diretor-presidente da BH Airport. Ele diz que, diante da atual conjuntura, o ideal seria que as obras fossem feitas “paulatinamente, de acordo com a demanda”. “Mas estamos cumprindo o que estava no contrato, ainda que estejamos em um pior momento de investimento”, disse. O novo terminal contará com mais 17 pontes de embarque, sendo três exclusivas para operações internacionais. Atualmente, são nove, o que dará um total de 26 pontes.
Além da baixa no voo doméstico, Confins conta hoje com quatro voos internacionais, sendo eles para o Panamá, Buenos Aires, Miami e Lisboa. Diariamente, há dois, Buenos Aires e Panamá. “A princípio, as 26 pontes não serão usadas. À medida que houver demanda, elas serão ativadas”, esclarece Rangel, que não estima qual o prejuízo que a concessionária terá com a ociosidade. “Esperamos que haverá um crescimento no número de voos e de demanda nos próximos anos”, aposta.

PUXADINHO
  O terminal 3, também conhecido como Puxadinho, é uma outra incógnita. Inaugurado em 2015, um ano e meio depois do prazo previsto, esse terminal provisório foi destinado exclusivamente à operação de voos internacionais, enquanto o terminal 2 não fosse concluído. O novo edifício, que começou a ser erguido para atender à demanda da Copa do Mundo e exigiu adaptações para a nova utilização, aumentou a capacidade operacional do aeroporto em 4,3 milhões de passageiros e custou cerca de R$ 30 milhões. No entanto, agora, com a inauguração do novo terminal, ele será desativado e, segundo Rangel, ainda não há um destino para ele. “Pode ser que ele vire um local para as empresas que nos dão suporte, como aquelas de bagagem. Ainda não há nada definido”, afirmou.

Para aliviar pressão sobre o terminal 1

O Aeroporto Internacional Tancredo Neves opera no seu limite, enquanto não é inaugurado o terminal 2. Com capacidade para 10,2 milhões de passageiros por ano, o local chegou a receber 11,3 milhões no ano passado. Por isso, a ampliação do espaço tornou-se urgente, ainda que corra risco de ficar ociosa. Além de tentar atrair novos voos para o lugar, uma antiga reclamação de quem frequenta o aeroporto pode ser atendida: preços mais populares dos alimentos. De acordo com o diretor-presidente da BH Airport, Paulo Rangel, a ideia é oferecer aos usuários do aeroporto preços de mercado, além de máquinas com fichas para sucos e lanches.

Em um espaço de 49 mil metros quadrados de área construída, o novo terminal vai contar com mais 17 pontes de embarque (três para operações internacionais), seis esteiras rolantes para passageiros, nove escadas rolantes, 18 elevadores e mais 1, 8 mil vagas de estacionamentos. Uma outra facilidade para o usuário além da possível queda no preço do lanche, é o fluxo melhor com a saída dos táxis e ônibus estacionados. Foram criados lugares específicos para esses veículos estacionarem, sendo que um profissional é responsável por chamar os carros à medida que há demanda.

Primeiramente, a obra de ampliação estava prevista para ser entregue em abril deste ano, porém, a BH Airport se antecipou sobre a impossibilidade de entregar a obra no prazo devido ao atraso no processo de licenciamento da unidade. Assim, a ampliação só começou em outubro do ano passado. Foram gerados cerca de 1 mil empregos. Foram usadas estrutura metálica em aço, revestimento interno e externo com isolamento termo-acústico e uma grande área de película de vidro com performance termo-acústica.

O acesso ao novo terminal foi construído em dois níveis, para facilitar o embarque e o desembarque de passageiros. Além do Terminal 2, a concessionária BH Airport vai ampliar o pátio de aeronaves em cerca 29 mil metros quadrados e readequar os acessos para um mix de aviões mais atual.


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