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Estado de Minas

Novo Programa de Proteção ao Emprego terá parcela maior de recurso público

Programa de Proteção ao Emprego está sendo revisto e deverá ganhar mais dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador, para ajudar empresas em crise


postado em 20/08/2016 06:00 / atualizado em 20/08/2016 08:57

 

São Bernardo do Campo – O Planalto avalia ampliar o subsídio dado por meio do Programa de Proteção ao Emprego (PPE) para assegurar postos de trabalho enquanto as empresas permanecerem em crise, informou ontem o ministro do Trabalho e Previdência Social do governo interino de Michel Temer, Ronaldo Nogueira. “Vamos dialogar com as empresas. Pretendemos rediscutir o PPE para que o programa seja mais abrangente, inclusive no sentido de, se possível, aprimorar a participação dos investimentos, assegurando o trabalhador no emprego nesse período em que a crise é mais aguda”, afirmou Nogueira, depois de participar de reunião com diretores do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista, na sede da entidade em São Bernardo do Campo.

O ministro afirmou estar revendo o PPE e analisando alternativas que incluem ampliar os recursos retirados do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), hoje usados no programa para bancar 50% da redução dos custos salariais das empresas participantes, o que reduz pela metade o impacto nos vencimentos do empregado.

“A economia dá sinais de recuperação, mas a recuperação não é de curto prazo. É fundamental manter o emprego”, disse Nogueira, que frisou a importância da preservação de empregos e salários na dinâmica do consumo. “A saída da crise passa pela mão do trabalhador. O trabalhador vai surpreender o Brasil.”

Pouco após as declarações do ministro, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, disse que a proposta em discussão envolve aumentar de 50% para 75% a participação do governo no programa. Nesse formato, o impacto nos salários dos trabalhadores seria menor, abrindo o caminho para acordos igualmente mais vantajosos para os empregadores.

Pelas regras atuais, se a empresa acerta redução de jornada de 20% – ou seja, um dia a menos de trabalho por semana –, os vencimentos de seus empregados caem 10%, já que os outros 10% são bancados pelo governo. Pela proposta em discussão, seria possível fechar acordos que reduziriam jornadas e custos salariais das companhias em 30%, com uma perda salarial menor para os funcionários: 7,5%, já que os 22,5% restantes (ou 75% do corte negociado) ficariam na conta do governo.

“Isso poderia fazer a Mercedes, por exemplo, pensar melhor e não demitir”, disse Rafael Marques, referindo-se à montadora de caminhões, que já enviou telegramas com comunicado de demissões a trabalhadores de seu parque industrial em São Bernardo. Segundo o sindicalista, em seis meses o governo desembolsou R$ 78 milhões para financiar acordos de PPE fechados no ABC. “Parece muito, mas acho que é pouco para manter empregos e manter a economia girando. Gasta-se muito mais com seguro-desemprego”, comparou.

Além das negociações em torno do PPE, Marques disse que, entre as medidas para conter as demissões debatidas na esfera estadual, o sindicato propôs ao governo de São Paulo um programa de compensação futura do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) a empresas, em especial exportadoras, que se comprometerem a não cortar vagas.

DIREITOS

O ministro Ronaldo Nogueira voltou a dizer que o governo não vai mexer nos direitos dos trabalhadores. “Direito você não revoga, direito você aprimora”, afirmou.

Dentro da reforma trabalhista anunciada pelo Planalto, enfatizou, “não há nenhuma possibilidade” de aumento de jornada de trabalho, bem como de parcelamento do décimo terceiro salário ou de fatiamento de férias. Segundo Nogueira, o governo não trabalha para retirar direitos, mas sim para atualizar leis.

 


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