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Estado de Minas

Com caixa reforçado, Usiminas reduz perda

Prejuízo da siderúrgica, de R$ 123 mi entre abril e junho, foi 19% inferior ao de janeiro a março e a receita somou R$ 2 bi


postado em 29/07/2016 06:00 / atualizado em 29/07/2016 07:28

Investimentos devem ficar próximos de R$ 300 milhões neste ano (foto: Marcelo Coelho/Divulgação - 11/9/13)
Investimentos devem ficar próximos de R$ 300 milhões neste ano (foto: Marcelo Coelho/Divulgação - 11/9/13)

São Paulo – O aporte de capital de R$ 1,050 bilhão aprovado pelos acionistas da Usiminas reforçou o caixa da siderúrgica no segundo trimestre deste ano, permitindo à companhia mineira ganhar fôlego para conduzir um programa de reestruturação financeira. Depois de obter a prorrogação, neste mês, de acordo com bancos credores para suspender suas obrigações financeiras, a siderúrgica apurou geração de caixa positiva de R$ 61 milhões entre abril e junho, medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, o chamado Ebitda. No mesmo período do ano passado, o indicador havia sido negativo em R$ 755 milhões.

Da posição de caixa que a empresa atingiu, de R$ 2,7 bilhões,      R$ 871,5 milhões se referem à capitalização que está em curso, informou ontem a Usiminas. Junto aos efeitos que a reestruturação começa a mostrar, o prejuízo de R$ 123 milhões apurado no segundo trimestre foi 19% menor na comparação com o resultado no vermelho entre janeiro e março, de R$ 151 milhões. Trata-se, no entanto, do oitavo prejuízo trimestral, afetado pela crise nas vendas de aço no Brasil e no exterior, e, ainda, na comercialização de minério de ferro.

No primeiro semestre, o prejuízo líquido acumulado foi de R$ 275 milhões, mostrando queda de 73% em relação à perda que a companhia registrou de janeiro a junho do ano passado. Em conferência realizada ontem com analistas de bancos e corretoras, o presidente da Usiminas, Sérgio Leite, informou que a expectativa é concluir a renegociação da dívida com os bancos em seis semanas, quando será encerrado o período do acordo de standstill (expressão inglesa que significa o congelamento dos vencimentos). As conversas transcorrem em ritmo normal e estão na fase de “ajuste final”, de acordo com o executivo.

Sérgio Leite assumiu a presidência em maio e trabalha sob a pressão de um processo judicial aberto contra a sua eleição pela japonesa Nippon Steel & Sumitomo Metal Corporation, que compartilha com o grupo ítalo-argentino Ternium/Techint o controle da siderúrgica. Os sócios levaram seus desentendimentos à Justiça no fim de 2014 e não há sinais de acordo, por enquanto. Homologado no último dia 19, o aumento de capital foi realizado por meio da emissão de ações ordinárias ao longo do segundo trimestre. Com a operação, o caixa da Usiminas foi reforçado em 56% no fim de junho, ante março. Apesar disso, ainda está 6% abaixo dos registros de abril a junho do ano passado. A companhia aguarda, ainda, o aval de acionista para ter acesso a R$ 1,3 bilhão do caixa da Mineração Usiminas (Musa), na qual a empresa mineira tem como sócia a japonesa Sumitomo Corporation.

“Nossa estratégia é independente de crise, discute-se a nossa capacidade para enfrentar os desafios com ações que estão ao nosso alcance para que a empresa possa ser sustentável”, afirmou o presidente da Usiminas. O balanço da siderúrgica mostra que a dívida líquida era de R$ 4,525 bilhões no fim de junho, representando queda de 4% sobre o mesmo período de 2015 e de 21% em relação ao fim de março, tendo em vista que no segundo trimestre houve apreciação do real em relação ao dólar. A variação cambial afetou de forma positiva o endividamento da empresa na moeda estrangeira.

DESAFIOS Em meio à disputa societária na companhia, Sérgio Leite disse que a empresa enfrenta dois grandes desafios. O primeiro deles é retomar liquidez, com reforço de caixa e reestruturação de sua dívida. O segundo é tornar a siderúrgica sustentável. A receita líquida da Usiminas alcançou R$ 2,028 bilhões no segundo trimestre,  com redução de 24% em relação ao mesmo período do ano anterior.

As vendas de aço realizadas de abril a junho somaram 899 mil toneladas, tendo caído 29,4% perante idêntico trimestre de 2015, mas com estabilidade quando comparadas àquelas do período de janeiro a março. A retração foi maior, de 29%, na comparação do primeiro semestre de 2016, período em que a companhia comercializou 1,802 milhão de toneladas, ao de 2015.

O diretor vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da Usiminas, Ronald Seckelmann, destacou que os investimentos da companhia neste ano deverão ficar “algo acima de R$ 300 milhões”. Para 2017, ele estima aportes da ordem de R$ 350 milhões. No primeiro semestre, a siderúrgica cortou 74% dos investimentos, frente ao ano passado, tendo desembolsado R$ 121 milhões.


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