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Estado de Minas

Pequenas empresas fecharam 297 mil vagas de emprego em 2015

Para resistir às turbulências, empreendimentos de menor porte, tiveram de promover profundos cortes de pessoal


postado em 29/05/2016 06:00 / atualizado em 29/05/2016 07:29

Com o agravamento da crise, as micro e pequenas empresas também cortaram postos de trabalho. Segundo levantamento do Sebrae Nacional, em dezembro do ano passado foram 297 mil demissões no país em 2015. A única funcionária de Denise Carneiro e seu irmão Sérgio não foi substituída na licença maternidade, já como medida para fazer frente a um ano de recessão econômica. Os irmãos são sócios na Óticas Brasil, instalada na Avenida que leva o nome do país, no Bairro Santa Efigênia, e incorporam todas as funções da empresa.


“Aqui eu vendo, administro, fecho o caixa e limpo a loja”, conta Denise. Ela deixou de ser professora para apostar no negócio próprio e espera por uma recuperação da economia já no segundo semestre desse ano, o que vai lhes permitir manter o tamanho da microempresa familiar. “Estamos otimistas. Meu irmão tem ampla experiência na área e nós amamos o nosso negócio”, revela Denise.


A PinguimBrasil, comércio especializado em sorvetes artesanais, exige, da mesma forma, esforço redobrado do dono do pequeno negócio, Marco Antonio Junqueira para ir as compras, produzir todo o cardápio da sobremesa gelada, administrar o caixa e atender no balcão, com o auxílio de dois vendedores. São multitarefas diárias que ela não faz ideia por quanto vai abarcar. “Não há como contratar enquanto a economia não melhorar e nem existe demanda que justifique isso. Minha intenção foi fazer um investimento franciscano (em referência ao novo negócio da sorveteria”, conta o empreendedor, que viveu recentemente a dura realidade de enxugar um negócio que não se sustentava, para começar vida nova com pretensões iniciais bem menores.


O restaurante que Marco Junqueira conduziu durante três anos em BH chegou a manter 12 empregados, mas acabou abatido pela crise brasileira em dezembro do ano passado, quando ainda tentava manter seis empregos. “Fui cortando o quadro de pessoal até não poder mais para ver se conseguia suprir os efeitos na receita da falta de clientes”, recorda. A nova aposta empreendedora une bom ponto comercial a um produto que tem o dono como responsável pela fabricação e a qualidade, preços acessíveis a uma vasta clientela, de baixa à alta renda e Junqueira à frente de todas as áreas da empresa.


Para o contador Edvar Campos, além da crise e da dose alta da carga tributária que forçam a redução do porte dos empreendimentos há outro desafio que o dono do negócio próprio muitas vezes não consegue vencer: um sistema burocrático de emissão de documentos fiscais. Isso explica, segundo Edvar Campos, o fato de boa parte dos empreendedores que recebe no escritório não conseguir manter as obrigações fiscais em dia. “A burocracia e a inflação são dois tributos pesadíssimos que temos hoje no país. Se não houver uma mudança drástica na economia, essa perda de faturamento e a diminuição das empresas vão continuar”, afirma Campos.


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