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Estado de Minas

Temer comemora vitória no congresso, mas mercado ainda desconfia

Aprovação da revisão da meta fiscal, a despeito do efeito provocado pela saída de Romero Jucá do ministério, mostrou unidade. No entanto, investidores continuam apreensivos


postado em 26/05/2016 06:00 / atualizado em 26/05/2016 07:42

Sessão em que o presidente em exercício apresentou as medidas para a economia: ontem ele chamou de
Sessão em que o presidente em exercício apresentou as medidas para a economia: ontem ele chamou de "bela vitória" o resultado obtido no Congresso, como mostra de força
Brasília – O presidente interino Michel Temer comemorou ontem a aprovação da revisão da meta fiscal de 2016 pelo Congresso, na primeira prova de fogo do governo no Legislativo. Ao lado do ministro das Relações Exteriores, José Serra, depois de receber credenciais de seis embaixadores estrangeiros, Temer disse que foi uma “bela vitória”, e que ele e Serra assistiram à sessão – que durou até perto de 4h30 da manhã – até o fim. “Assistimos ontem até às 4h30 da manhã. Bela vitória”, disse Temer ao lado de Serra à imprensa, completando que comentará mais o assunto depois. O otimismo, no entanto, não teve eco na mesma intensidade no mercado financeiro. A Bolsa de Valores de São Paulo e o dólar fecharam em alta, mas investidores e analistas de bancos e corretoras estão apreensivos com novas revelações da Operação Lava-Jato e a falta de medidas mais contundentes na economia.


A sessão no Congresso se estendeu por mais de 16 horas, quando a revisão da meta fiscal neste ano, para um déficit de R$ 170,5 bilhões, foi aprovada. O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), também comemorou nos corredores da Casa na manhã de ontem. Cumprimentando Moura, um deputado gritou “1 x 0”, com um largo sorriso, correspondido no mesmo tom.


Moura creditou o resultado favorável ao governo à capacidade de diálogo do presidente interino com os líderes da base aliada. Ele comparou o ambiente com o da gestão de Dilma Rousseff, dizendo que os líderes da Câmara e do Senado já se encontraram mais vezes com o peemedebista do que em um ano de Dilma no comando.


“A nossa base deu uma demonstração clara de unidade. O que a oposição queria, e não conseguiu, era que não fosse aprovada a mudança da meta ontem para ter o discurso de que a base não estava unida, mas demos demostração contrária. O governo Dilma tinha número, mas não tinha voto no painel”, afirmou o líder do governo na Câmara.


Ele contou que a preocupação, após a exoneração do senador Romero Jucá do Planejamento, era se o acontecimento iria contaminar os parlamentares. A vitória, disse, é uma demonstração de força do governo interino: “Dá força ao governo, depois do problema do Jucá, a grande pergunta era se o acontecido iria contaminar o Congresso na votação da meta. Mas tivemos uma resposta de que a questão do Jucá é uma questão de governo e nós aqui estamos muito focados em aprovar as medidas necessárias”, afirmou Moura.


O líder do governo entrou em campo ontem, junto com outros líderes, para pedir a deputados que adiassem a volta antecipada para seus estados, em razão do feriado de hoje e ficassem em Brasília para votar a nova meta, ofensiva que foi bem-sucedida. Segundo Moura, os parlamentares nunca teriam aceitado fazer isso se o pedido viesse do governo da presidente afastada. Ele fez mais um contraponto entre as gestões de Temer e Dilma, criticando o pouco diálogo que a petista mantinha com a base de sustentação de seu governo.


“Temos uma maioria folgada, mas o governo anterior também tinha uma maioria folgada numericamente, mas não tinha maioria coesa, unida. E não tinha essa maioria coesa exatamente pela forma como a presidente Dilma tratava a sua base, diferente do Temer, que trata de forma muito próxima, no diálogo. Nós temos 13 dias hoje da gestão do presidente Michel e veja quantas vezes já nos reunimos com ele. Talvez muito mais do que em 1 ano da gestão da presidente Dilma, então isso facilita o nosso trabalho, deixa a base mais comprometida”, disse o deputado.

MOMENTO A MOMENTO

Ao longo da votação, que entrou pela madrugada de ontem, Michel Temer fez contatos frequentes com o líder do governo na Câmara. André Moura falou ao telefone com o peemedebista várias vezes durante a noite, sendo a última delas por volta das 2h, quando Temer estava otimista e confiante na vitória do governo, disse o deputado. Após a vitória do governo, Moura também recebeu os cumprimentos dos ministros mais próximos do presidente interino, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo).


“Falei com Geddel e Padilha, me ligaram para cumprimentar e parabenizar pela vitória, e até a madrugada eu falei com o presidente Michel, que estava acompanhando o processo de votação. Ele estava otimista, confiante na base, confiante no diálogo que tem mantido conosco e esse resultado deixou o governo muito tranquilo”, afirmou.


Respondendo a críticas da oposição de que uma das medidas econômicas anunciadas por Temer – a fixação de um teto de gastos para a administração pública – cortará investimentos em saúde e educação, Moura disse que ainda não está definido de que áreas os gastos serão reduzidos, mas que a ideia é cortar de outros lugares e manter os gastos com as duas áreas. “A oposição ruidosa e raivosa está esperneando antes do tempo. A oposição tem que ficar pianinho, eles tiveram 13 anos e não fizeram o que o presidente Michel está fazendo em 13 dias”, alfinetou.


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