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Estado de Minas

Desemprego cria geração de microempreendedores

Registros de negócios individuais (MEIs) avançaram 14,3% de janeiro a março no país. Pequenas empresas também são as mais afetadas com pedidos de recuperação judicial


postado em 05/05/2016 00:12 / atualizado em 05/05/2016 07:42

Setor de serviços, que engloba os desejados salões de beleza, liderou preferência na abertura de empresas, com 56,9% dos negócios no primeiro trimestre(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 2/4/15)
Setor de serviços, que engloba os desejados salões de beleza, liderou preferência na abertura de empresas, com 56,9% dos negócios no primeiro trimestre (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 2/4/15)

São Paulo O emprego escasso lançou nova leva de microempreendedores no Brasil, que surpreende em razão de seu avanço. Pesquisa realizada pela consultoria Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), com base em dados da Receita Federal, indica crescimento de 14,3% no primeiro trimestre deste ano dos registros de microempreendedores individuais (MEIs) ante o mesmo período do ano passado. O aumento puxou a criação de novas empresas no país, com crescimento de 16% em relação ao quarto trimestre de 2015 e 6,4% frente aos primeiros três meses de 2015.

Enquanto o número de microempreendedores individuais disparou, na comparação dos trimestres de 2016 e de 2015 as microempresas e demais formas jurídicas de implantação de negócios diminuíram 10,4% e 19,6%, respectivamente. Com a expressiva expansão do número de MEIs, esse grupo de empreendedores passou a ter participação de 76,7% na composição de abertura de empresas nos primeiros três meses de 2016, acréscimo de 5,4 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre de 2015. As microempresas passaram de 9,3% para 7,1%, enquanto as de outras composições jurídicas encolheram de 19,3% para 16,3%.

Para o economista-chefe da Boa Vista SCPC, Flávio Calife, o movimento de aumento de registro de MEIs está associado ao crescimento do desemprego. O país encerrou o primeiro trimestre com 11,1 milhões de desempregados e renda em baixa, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de desemprego está em 10,9%. “Trabalhamos com a hipótese de que boa parte das pessoas que perderam emprego pode ter migrado para a tentativa de um negócio próprio, principalmente no setor de serviços, como é comum no Brasil. A novidade é que há mais incentivos para a formalização”, disse Calife.

Na opinião do economista da Boa Vista SCPC, uma possível mudança de política econômica num eventual novo governo pode ter reflexos no aumento do registro de MEIs.

Quando analisada a composição das novas empresas por setores, a pesquisa mostra que apenas aquelas do setor de serviços registraram avanço considerável. No primeiro trimestre de 2015, esse setor correspondia a 54%. Agora, o volume atingiu 56,9%. O ramo do comércio recuou de 35,5% para 32,5%, ao passo que a indústria passou de 9,9% para 10,2% e o setor rural cedeu de 0,6% para 0,4%. Entre os negócios que mais abrem as portas estão os da área de beleza, tendo em vista que o Brasil é considerado o terceiro maior mercado global de produtos do gênero, envolvendo despesas feitas nos salões de cabeleireiro, serviços de estética e lojas de cosméticos.

INSOLVÊNCIA

Os micro e pequenos empreendedores são também personagens centrais em se tratando das dificuldades enfrentadas pelas empresas no país., diante da recessão. Nos quatro primeiros meses deste ano, o percentual de recuperações judiciais requeridas atingiu 97,6%, maior nível para esta base de comparação desde 2006, portanto em 10 anos, de acordo com levantamento divulgado ontem pela empresa de consultoria e serviços financeiros Serasa Experian de Falência e Recuperações.

No primeiro quadrimestre do ano, foram 571 ocorrências, em relação ao total de 289 apresentadas de janeiro a abril de 2015. As micro e pequenas empresas lideraram o ranking de falências e recuperações judiciais, com 327 pedidos entre janeiro e abril de 2016, e também na comparação de abril com março (98). Na sequência, no primeiro quadrimestre, aparecem as médias empresas, com 149 ocorrências, e 40 pedidos no mês.

NOVAS NO PEDAÇO


76,7%
É a participação dos microempreendedores individuais no universo de empresas abertas no Brasil


7,1%
Percentual de microempresas entre os negócios abertos no país no primeiro trimestre do ano


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