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Estado de Minas

Dólar amplia queda em reação à crise política e desdobramentos da Lava-Jato

Cotação da moeda norte-americana cai 1,04% e chega a R$ 3,69, menor patamar desde 1º de setembro de 2015


postado em 10/03/2016 06:00 / atualizado em 10/03/2016 07:30

O cenário político, com os desdobramentos da Operação Lava-Jato somado aos leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) realizados pelo Banco Central (BC) e o recuo da moeda norte-americana no exterior refletiram diretamente no câmbio no país. O dólar apresentou, ontem, mais uma queda firme ante o real. A retração foi de 1,04%, com o fechamento a R$ 3,697, o menor valor em mais de seis meses, desde 1º de setembro de 2015. Por trás do movimento, seguiu a percepção de continuidade para o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A maior cotação para o dia foi vista logo na abertura, às 9h02 (R$ 3,7492, com alta de 0,30%). Mas em menos de 10 minutos de negociação o dólar à vista já havia migrado para o território negativo, em sintonia com o exterior, onde o avanço do petróleo colocava a moeda norte-americana em queda ante várias divisas de exportadores. As notícias mais recentes da Operação Lava-Jato também continuavam a influenciar o apetite vendedor dos players. Para completar, os leilões de linha de até US$ 2 bilhões, programados para a tarde de ontem, também eram apontados como motivo para o dólar continuar caindo ante o real.

No início da tarde de ontem, os dados do fluxo cambial divulgados pelo BC não chegaram a influenciar de forma duradoura as cotações. Mas chamou a atenção o fato de, em fevereiro, o país ter registrado saída líquida de US$ 9,294 bilhões, sendo US$ 11,231 bilhões pela via financeira, enquanto a comercial acusou entradas de US$ 1,936 bilhão. Foi a maior saída mensal desde dezembro de 2014 e a maior para meses de fevereiro desde o início da série histórica. Neste mês, até o dia 4, o fluxo total está positivo em US$ 994 milhões (US$ 1,715 bilhão pelo financeiro e -US$ 721 milhões pelo comercial). No acumulado do ano, até dia 4, o fluxo está negativo em US$ 6,825 bilhões.

BOLSA A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), por sua vez, fechou em queda pelo segundo dia consecutivo, com investidores vendo espaço para realizar lucros. A maior pressão baixista foi da Vale e de grandes bancos, que empurraram o Ibovespa para os 48.665,09 pontos, em uma queda de 0,89%. Na máxima, o indicador marcou 50.001 pontos em alta de 1,83%. Na mínima, caiu 0,98% aos 48.623 pontos.

Na avaliação de analistas e operadores, o recuo do Ibovespa ocorre porque investidores entendem que chegou a hora de embolsar lucros depois da sequência de seis fechamentos em alta. Nesse rali, encerrado na segunda-feira, o Ibovespa valorizou-se 18,4%. Como mostra o ranking das corretoras no movimento intraday, a maioria das casas na ponta vendedora era estrangeira. Na ponta compradora, a maioria era brasileira.

A Bovespa totalizou um giro financeiro maior que a média diária dos últimos meses. O volume chegou a R$ 9,94 bilhões. Na média diária de fevereiro e de março do ano passado, o giro ficava em torno dos R$ 6 bilhões. Apesar de ter fechado em queda de 4,53% e de 3,32%, as ações PNs do Bradesco e do Itaú Unibanco, respectivamente, sustentam ainda uma alta de 17,71% e de 21,53% no mês. O mesmo pode ser dito da ON e da PNA da Vale. A ação ordinária da mineradora encerrou em queda de 3,53%, mantendo-se em alta de 22,78% no mês. A preferencial caiu 3,20% e sustentou uma valorização de 27,10% no mês. Além de refletir uma realização de lucros, a desvalorização da mineradora foi influenciada pelo recuo no preço do minério de ferro (-5,8%) e pela renovação de temores sobre a economia chinesa. Impedindo uma queda maior do Ibovespa, a PN da Petrobras encerrou o dia em alta. A PN subiu 1,74%. Já a ON encerrou o pregão em queda de 0,93%.


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