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Estado de Minas EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO

Sem Petrobras, 13ª rodada vende 37 blocos e arrecada R$ 121,1 milhões

Principal bacia produtora do país, Campos não teve nenhuma oferta para os três blocos disponíveis. A Bacia do Recôncavo foi a mais disputada, com 18 blocos entre 82 ofertados


postado em 07/10/2015 14:37 / atualizado em 07/10/2015 16:53

Bacia de Campos não teve nenhuma oferta(foto: Agência Petrobras de Notícias/Divulgação - 1/8/05)
Bacia de Campos não teve nenhuma oferta (foto: Agência Petrobras de Notícias/Divulgação - 1/8/05)
Rio – Sem a participação da Petrobras, que não apresentou oferta por nenhum bloco exploratório, a 13ª Rodada de Licitações de áreas exploratórias de petróleo da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) chegou ao fim com um bônus de assinatura no valor de R$ 121,1 milhões – o que corresponde a cerca de 12% do bônus mínimo total em oferta, estimado em R$ 978,77 milhões.

Ao todo, dos 266 blocos ofertados, apenas 37 blocos (14%) foram arrematados em quatro bacias – Recôncavo, Potiguar, Sergipe-Alagoas e Parnaíba. A Petrobras não fez nenhuma oferta em todo o leilão, assim como outras gigantes do setor, como a Shell. A maior parte dos lances foi feita por empresas de pequeno e médio porte. Das dez bacias ofertadas, apenas quatro receberam ofertas das empresas.

Principal bacia produtora do país, Campos não teve nenhuma oferta para os três blocos ofertados. A Bacia do Recôncavo foi a mais disputada, com 18 blocos entre 82 ofertados. Em seguida, a Bacia do Parnaíba teve 11 blocos arrematados, entre 22 ofertados. A Bacia Potiguar teve seis blocos arrematados, de um total de 71 oferecidos. Por fim, a Bacia de Sergipe-Alagoas teve dois blocos arrematados, entre 10 ofertados.

Com oferta por apenas dois blocos, a Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP) foi a empresa com maior investimento unitário na rodada, com R$ 72 milhões destinados exclusivamente à Bacia de Sergipe-Alagoas. A região era considerada das mais promissoras entre as ofertadas, pelos indícios de óleo em águas ultraprofundas, mas não houve disputa nas ofertas.

"Não ter concorrência facilitou. A proposta foi aquém do que o bloco tem a oferecer", avaliou o presidente da empresa, Lincoln Guardado. Segundo ele, a falta de ofertas é reflexo da "contingência do momento e do mercado".

Para o geólogo Pedro Zalan, da consultoria ZAG, a ausência de ofertas pelos blocos da bacia do Espírito Santo não era esperada. "Geologicamente não vejo explicação. Só posso atribuir à situação atual de insegurança jurídica e política do país, além dos preços baixos do petróleo. Talvez por se tratar de blocos de águas profundas o custo tenha sido considerado muito elevado", avaliou.

Indicador emblemático da crise no setor, a ausência da Petrobras foi um dos destaques da rodada. Os representantes da empresa deixaram o hotel onde ocorre o leilão antes do término da rodada. Também o presidente da Shell, André Araújo, saiu antes do fim dos leilões.

O presidente da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro), Aluízio dos Santos, criticou a realização da rodada e a dependência da indústria à Petrobras. "O resultado está ainda pior do que era esperado. Uma coisa é ter ofertas abaixo do volume esperado, outra coisa é não ter ofertas", avaliou Aluízio dos Santos, também prefeito de Macaé, uma das principais bases da Petrobras que enfrenta forte queda nas receitas. "Temos uma indústria que representa 12% do PIB sem produzir", afirmou

Para o ex-diretor da ANP e consultor John Forman, o fraco resultado não surpreendeu pela conjugação de três fatores: preços do petróleo em baixa, dinheiro escasso e caro e potencial modesto de produção dos blocos ofertados. "Isso não abre o apetite de grandes empresas do petróleo. Para elas não vale a pena buscar um bloco de reservas modestas que dará tanto trabalho quanto um grande e renderá pouco", disse.


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