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Estado de Minas

Postos de combustíveis de BH reduzem lucro para não perder clientes

Depois de elevar preço acima do reajuste autorizado nas refinarias, revendas diminuem aumento para não perder clientes. Mesmo assim, litro da gasolina e do álcool estão caros


postado em 06/10/2015 06:00 / atualizado em 06/10/2015 07:20

 No Posto Pica-Pau, na Avenida do Contorno, valor passou de R$ 3,15 para R$ 3,43 na quarta-feira, mas ontem foi reduzido para R$ 3,39. Ainda assim, valorização é superior aos 6% nas unidades da Petrobras (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS )
No Posto Pica-Pau, na Avenida do Contorno, valor passou de R$ 3,15 para R$ 3,43 na quarta-feira, mas ontem foi reduzido para R$ 3,39. Ainda assim, valorização é superior aos 6% nas unidades da Petrobras (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS )

Numa forte disputa para atrair consumidores, postos de combustível de Belo Horizonte adotaram a estratégia de reduzir a margem de lucro em vez de repassar integralmente o reajuste da gasolina. Sob o argumento de ser necessário ajustar os preços a um patamar aceitável pelos clientes, em um caso a revenda incorporou 2,7% sobre o preço antigo, menos da metade do percentual adotado nas refinarias. A explicação para o aumento inferior ao aplicado nas refinarias, segundo administradores das empresas, é a redução de demanda associada à situação econômica.

No posto Duas Pátrias, no Santa Efigênia, a gasolina subiu de R$ 3,139 para R$ 3,299, alta de 5,09% inferior ao total aplicado pela Petrobras nas refinarias (6%). Cenário semelhante se repetiu no posto Xuá, no Santa Lúcia, que, caso repassasse integralmente o percentual, o combustível aproximaria de R$ 4. Lá, o litro da gasolina era vendido por R$ 3,699. Com o reajuste, foi para R$ 3,799 (2,7% a mais).

O proprietário do Duas Pátrias, Antônio Mendes, diz ser preferível absorver uma parte do reajuste para manter a demanda em alta, mas afirma ser inevitável a queda da procura logo depois de uma elevação de preços. “Sempre cai um pouco. Em vez de sair de carro para almoçar domingo, a pessoa prefere ficar em casa”, afirma Mendes.

O representante comercial Evando Araújo corrobora da afirmação do empresário. Segundo ele, que usa o carro para trabalhar, é preciso fazer certas adequações para diminuir o custo do transporte. Questionado sobre o que fazer para economizar, ele é sucinto: “Roda menos. Coloca mais gente no carro para dividir os gastos”. Araújo afirma ser “difícil”, mas tenta adequar as rotas à rotina de alguns familiares, permitindo assim que um carro fique na garagem.

Segundo as duas primeiras pesquisas referentes ao preço dos combustíveis depois do reajuste da Petrobras – Procon Assembleia e Mercado Mineiro –, houve aumento de 6,25% e 6,44%, respectivamente, na comparação entre os valores apurados nos primeiros dias de setembro e outubro. Mas proprietários de postos fazem uma ressalva: o aumento não foi feito integralmente na semana passada. Isso porque, segundo eles, antes do reajuste nas refinarias, algumas distribuidoras já haviam alterado os valores.

Pela pesquisa da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), de fato, no período é percebido um leve aumento nos valores cobrados pelas distribuidoras em Belo Horizonte, de R$ 0,025. Excluída a mesma cifra da variação medida pelo Mercado Mineiro, o reajuste médio na semana passada teria sido de 5,67%, portanto abaixo dos 6% das refinarias.

No posto Pica-pau, na Avenida do Contorno, no Barro Preto, inicialmente a elevação foi de 8,88%, mas, com a perda de clientes, a gerência recuou. Antes do reajuste, o litro da gasolina era vendido por R$ 3,15. No dia seguinte, subiu para R$ 3,43, mas, dois dias depois, caiu para R$ 3,39. Ainda assim, a oscilação foi superior à aplicada pela Petrobras – 7,61% ante 6%. “A concorrência absorveu uma parcela do reajuste. O mercado me obrigou a fazer isso. O que já estava ruim, ficou pior”, afirma o gerente da revenda, Juliano Carvalho. Em outras unidades em que o reajuste superou 6%, funcionários dizem ter percebido queda no consumo.

Meios de economizar

O taxista Cristiano Silva diz não ter muitas alternativas para reduzir o custo assim como o representante comercial Evando Araújo. Segundo o primeiro, dada a situação da economia, muitas pessoas deixam de usar táxi por considerar o gasto supérfluo. “Não tem como escapar”, resume. Mas, para reduzir o impacto, diz ser possível optar por postos com preços menos abusivos.

De fato, a diferença entre o custo da gasolina nas bombas é considerável. Segundo o levantamento feito pelo Procon da Assembleia, em 165 postos da capital mineira e de Contagem, o produto tem diferença de preço de 24,59%. A revenda mais barata comercializa o combustível por R$ 3,049, enquanto a mais cara oferta por R$ 3,799.

Outra alternativa é escolher etanol em vez de gasolina. Em apenas duas revendas o valor do etanol supera 70% do valor da gasolina – o percentual é usado como referência para selecionar o combustível com maior custo-benefício, sendo que abaixo de 70% é preferível escolher o álcool –, segundo o levantamento. Na pesquisa de setembro, em média o combustível verde custou 64,19% do outro derivado de petróleo.

Apesar de ainda ser vantajoso, o etanol acompanhou a alta da gasolina. No comparativo entre as pesquisas de agosto e setembro, o litro do combustível subiu de R$ 2,049 para R$ 2,202, alta de 7,46% no período. Pesa também sobre a variação a aproximação do fim da safra da cana-de-açúcar.

 


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