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Estado de Minas

Dólar passa de R$ 4 nas casas de câmbio

Na manhã desta quarta-feira, o dólar comercial chegou a R$ 3,75, com crise política


postado em 02/09/2015 06:00 / atualizado em 02/09/2015 13:49

A deterioração do cenário fiscal brasileiro levou o dólar a abrir em alta nesta quarta-feira, chegando a bater R$ 3,75 pela primeira vez desde 2002. Por volta das 13h40, a divisa era cotada a 3,747, valorização de 1,60%. Na véspera, a moeda norte-americana chegou ao maior valor em quase 13 anos. O dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, fechou em alta de 1,68% sobre o real, cotado em R$ 3,688 na venda. É o maior valor desde 13 de dezembro de 2002, quando terminou cotado a R$ 3,740 – ou R$ 6,15 hoje, após ajuste inflacionário. A moeda chegou a bater R$ 3,705 na última hora de negociações. Já o dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 1,16% no dia, para R$ 3,675 na venda – também é o maior valor desde 13 de dezembro de 2002, quando valia R$ 3,730 (ou R$ 6,14 hoje).

A situação é mais dramática para os turistas. Nas casas de câmbio consultadas pelo Estado de Minas, a moeda americana rompeu a barreira dos R$ 4, e no fechamento do dia, chegou a atingir a cotação de R$ 4,16 no cartão pré-pago. Já o dólar em espécie, com a taxa do IOF já incluída, alcançou ontem em casas de câmbio R$ 3,94 no fechamento do dia. O alerta da agência de risco Fitch de que o país pode perder o grau de investimento (classificação de bom pagador) e a fala do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de que se a casa não for colocada em ordem o dólar vai disparar foram as senhas para a cotação da moeda dos Estados Unidos acelerar.

Se por um lado a valorização do dólar encarece as viagens internacionais e os produtos comprados for a do país, por outro ela tem impacto positivo sobre as relações comerciais do país. A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,7 bilhões em agosto. O resultado é o melhor para o mês desde 2012, quando foi registrado um saldo de US$ 3,2 bilhões. O número positivo ainda é parte de uma dinâmica de queda das exportações, acompanhada de uma retração ainda mais forte das importações, em função da alta do dólar.

As vendas externas registraram média diária de US$ 737,4 milhões em agosto, uma queda de 24,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. Já as importações tiveram média diária de US$ 609,3 milhões, o que representa uma retração de 33,7%. Os números foram divulgados ontem pelo ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O superávit no mês passado foi resultado de exportações de US$ 15,5 bilhões menos as importações de US$ 12,8 bilhões.

O diretor de estatística e apoio à exportação do MDIC, Herlon Brandão, explicou que a queda nas exportações é motivada pelo fator preço. Segundo ele, o País registrou alta de 6,3% na quantidade exportada de janeiro a agosto na comparação com o mesmo período do ano passado, ao mesmo tempo que os produtos embarcados tiveram queda de 21,3% nos preços. Pelo lado das importações, a retração é explicada principalmente pela queda nas importações de combustíveis e lubrificantes (-64,9%). Segundo o MDIC, a redução foi provocada pela diminuição nos preços de petróleo, naftas, óleos combustíveis, gasolina, gás natural e carvão.

Fator EUA No acumulado de janeiro a agosto, a balança está positiva em US$ 7,297 bilhões, também o maior para o período desde 2012. Nos oito primeiros meses de 2014, o resultado comercial apresentou um superávit de US$ 250 milhões. Neste ano, as exportações somaram US$ 128,347 bilhões até o mês passado e as importações totalizaram US$ 121,05 bilhões. Um dos destaques apontados por Brandão para o resultado no ano está o crescimento de 6,9% nas exportações de manufaturados aos Estados Unidos. A alta é motivada pela recuperação econômica do país.


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