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Estado de Minas

Lucro da Tokio Marine sobe 13,5% no primeiro semestre


postado em 28/08/2015 00:13

São Paulo, 27 - A seguradora japonesa Tokio Marine registrou lucro líquido 13,5% maior na primeira metade do ano, para R$ 74,3 milhões, período em que a companhia entrou para o consórcio responsável pelo seguro da Petrobras, a despeito das preocupações com a Lava Jato, mas também desistiu de passos importantes tanto do lado orgânico como via aquisições. Além de ter optado por não seguir adiante com uma oferta para comprar a carteira de seguro de vida em grupo do Itaú Unibanco, colocou de lado a ideia de ter uma resseguradora local no Brasil.

Apesar disso, a Tokio espera superar suas metas neste ano, de acordo com José Adalberto Ferrara, presidente da seguradora no País. De janeiro a junho, os prêmios emitidos cresceram 22%, alcançando a cifra de R$ 1,9 bilhão. Ao final de dezembro, a seguradora projeta chegar nos R$ 3,750 bilhões, acima dos R$ 3,6 bilhões estimados inicialmente. Se confirmados, representará expansão de 15,4% ante o ano imediatamente anterior, quando os prêmios da japonesa avançaram 25%.

Ainda que entregue um menor crescimento, em linha com a desaceleração do mercado de seguros que não está passando ileso pela crise econômica, Ferrara comemora avanços em determinados segmentos como no de grandes riscos, no qual reforçou sua equipe, após ter perdido a disputa da carteira do Itaú Unibanco para a americana Ace, no ano passado. A carteira aumentou 37% contra avanço de menos de 2% do mercado, segundo ele.

Se avaliada apenas a área de petróleo, o avanço foi de 97% no primeiro semestre ante um ano. Um dos impulsos foi o seguro da Petrobras, em um consórcio formado pela Ace (líder) e a espanhola Mapfre (que tem parceria com o Banco do Brasil). Sem dar detalhes, Ferrara diz que este foi um bom negócio para a seguradora. Mesmo com os desdobramentos da Lava Jato, que teriam feito a Petrobras acionar todas as apólices de seguros em busca de recursos adicionais, o executivo garante que não vê motivos para não ter entrado na apólice da estatal.

O seguro da Petrobras gerou prêmios de US$ 80 milhões a US$ 100 milhões ao consórcio, mas boa parte do contrato de importância segurada de mais de US$ 100 bilhões é ressegurado (seguro das seguradoras). "O risco operacional da Petrobras não tem nada a ver com a Lava Jato. A Ace já estava com o contrato há um bom tempo (quando era Itaú). O mundo continua. A matriz recebeu com tranquilidade nossa participação no seguro da Petrobras", diz Ferrara, em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Outra decisão relevante no semestre diz respeito à desistência da seguradora japonesa da carteira de vida em grupo do Itaú com cerca de R$ 600 milhões em prêmios. O presidente da seguradora admite que a companhia chegou a fazer uma oferta não vinculante pelo ativo, mas que optou por não seguir adiante com as negociações. O risco, segundo ele, era grande perante os benefícios que a carteira traria para a Tokio. A maior apólice era de funcionários do Itaú Unibanco que, conforme Ferrara, não havia uma garantia de renovação para quem comprasse o ativo. "Decidimos privilegiar o crescimento orgânico e dobramos a quantidade de gerentes comerciais no segmento de vida", diz ele.

O objetivo da Tokio, conforme Ferrara, é ultrapassar meio bilhão em prêmios ao final de 2017. Na primeira metade deste ano, o segmento de pessoas teve crescimento de 15,8%, para R$ 165 milhões em prêmios ante mesmo intervalo de 2014.

Automóvel

Na área de massificados, seguro de automóvel manteve forte expansão a despeito da queda nas vendas de veículos novos. Os prêmios desta área cresceram 26,8% contra avanço, segundo Ferrara, de 5,5% do mercado. O presidente da Tokio Marine garante que a companhia não está se utilizando de melhor performance financeira, cujo resultado cresceu 59,3%, para ganhar participação neste segmento. Um exemplo, conforme ele, é a sinistralidade da carteira, que segue "comportada" em torno de 60%.

Apesar disso, os sinistros ocorridos da seguradora cresceram mais de 44% de janeiro a junho ante um ano, para cerca de R$ 980 milhões. Como consequência, o índice combinado, que mede a eficiência operacional da seguradora, piorou. Passou de 97,3% em junho do ano passado para 99,5% em igual intervalo de 2015. Neste caso, quando menor, melhor. Acima de 100%, indica prejuízo da operação.

Ferrara explica que a piora do índice combinado já era esperada uma vez que, além de os prêmios crescerem menos, o ano é de ajustes na economia. Entretanto, reiterou que a Tokio deve encerrar 2015 com índice combinado de menos de 99,6% e que o desempenho do semestre já foi melhor que a meta estabelecida.

Sobre os estudos para ter uma resseguradora local no Brasil, modalidade que tem reserva de mercado de 40% dos prêmios no Brasil, Ferrara conta que os mesmos foram engavetados. Segundo ele, tal decisão não está relacionada às novas regras de resseguro, que vão reduzir de forma gradual a reserva de mercado dessas companhias. Conforme a resolução 322, que revogou a de 2011, a partir de 1 de janeiro de 2017, os 40% de reserva de mercado caem para 30%, e devem reduzir a cada ano, chegando aos 15% em 2020. "Teremos ainda mais capacidade no mercado com as novas regras", diz ele, lembrando que a Tokio já tem uma resseguradora admitida no Brasil.

A Tokio Marine encerrou junho com patrimônio líquido de mais de R$ 1 bilhão, aumento de 12% ante um ano. Em ativos, foram R$ 5,2 bilhões, alta de 12,4%. A filial brasileira é a quinta maior operação da Tokio no cenário internacional, considerando o Japão.


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