Todo mundo, em algum momento, já decidiu aproveitar os produtos que já têm na geladeira e preparar um mexido. Refeição rápida e que, geralmente, agrada, o prato tem sua origem nas favelas. E o nome Aglomerado batiza um dos pratos feitos pelos moradores da Barragem Santa Lúcia, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, que participam do “Sou da Favela”, um braço social do Projeto Aproxima. A iniciativa vai qualificar jovens do local para o mercado de trabalho na área de gastronomia.
De acordo com o chef Eduardo Maya, um dos idealizadores do projeto, além de dar a possibilidade de se qualificar profissionalmente, o “Sou da Favela” pretende se aprofundar nas riquezas culinárias do local e, a partir disso, promover essa “cozinha da favela”. “Queremos valorizar e resgatar antigas receitas feitas na favela. A ideia é fazer do simples, o sofisticado”, disse. A intenção é, no futuro, inaugurar um restaurante com o cardápio. O mesmo pensamento é compartilhado pelo líder comunitário Cris do Morro, que também ajuda a fomentar a ideia. “Mais uma vez a favela dá o exemplo positivo. Não queremos simples cozinheiros, ou garçons, mas pensadores.
Para Roberto Gosende, diretor de Marketing dos Supermercados Epa, um dos parceiros, essa é uma oportunidade de valorização das coisas boas do local. “Essa é uma forma de conhecer mais nossos clientes e se envolver na cultura da comunidade que é nossa vizinha. Além de propiciar um ganho social”, ressaltou. Atualmente, 18 jovens fazem parte da iniciativa. Eles recebem aulas semanais de gastronomia e até de português e inglês. No dia 4 de setembro ocorre o primeiro evento “Sou da Favela”, na Barragem Santa Lúcia, das 17h às 23h. O projeto tem o patrocínio do EPA Plus e apoio da Coca-Cola, além de negociar para ter também a parceria da UNI-BH.