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Estado de Minas

Aumento das tarifas e crise econômica faz calote na conta de luz crescer 10%

Cemig avisa que vai intensificar o corte no fornecimento aos clientes que estão em débito, universo estimado em 800 mil


postado em 01/08/2015 06:00 / atualizado em 01/08/2015 10:42

Crise bateu forte para Enilson Vieira, (E) com quatro extratos em atraso. Na casa de Helena Silva, (D)que está endividada, houve corte de energia(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Crise bateu forte para Enilson Vieira, (E) com quatro extratos em atraso. Na casa de Helena Silva, (D)que está endividada, houve corte de energia (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)

A pressão dos aumentos das tarifas de energia num momento de orçamento familiar espremido pela crise da economia resultou no preocupante aumento de 10% da quantidade de consumidores mineiros inadimplentes com a conta de luz. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) informou ontem que 800 mil consumidores de todo o estado estão prestes a ter a luz de casa cortada. O alto universo de calote, de acordo com a concessionária, reflete a retração econômica, associada à alta de 42,5% das tarifas de luz neste ano. Diante do nível de inadimplência, a Cemig informa parcelar as dívidas, mas avisa que vai intensificar a suspensão do serviço aos endividados.

Os dados da Cemig se referem à evolução dos inadimplentes entre março e junho último, tendo em vista que em abril os quatro reajustes repassados aos consmidores mineiros começaram a valer, com alta acumulada de 42,5% na conta. “A partir disso, começamos a perceber um aumento na indampliência em curto espaço de tempo”, revela Silvia Cristiane Batista, gerente de gestão e controle da inadimplência dos clientes da distriubuição da Cemig. Segundo ela, é possível que um aumento tão significativo em um curto espaço de tempo só tenha ocorrido em 2003, quando as tarifas foram corrigidas em 44% . “Neste ano, atribuimos o fenônemo tenha se repetido, mas acreditamos que em pouco tempo tudo voltará ao normal”, afirma.

Para quem está com a “corda no pescoço”, diante do cenário econômico, o acerto das dívidas ainda deverá demorar. Com quatro contas de luz e duas de água em atraso, o comerciante Enilson Vieira trabalha das 7h às 18h30 para conseguir dinheiro suficiente para o sustento. Desempregado desde o ano passado, Enilson montou uma barraca de frutas no Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul da capital, e, admite que a possibilidade de sair da condição de inadimplente junto à Cemig e à Copasa está ficando cada vez mais distante. “A minha preocupação é a de não faltar comida dentro de casa. Mas, este ano, as vendas caíram cerca de 80%, reclama.

Se antes Enilson apurava, por dia, R$ 400 com as vendas, hoje, esse valor não chega a R$ 80, diz. Ele ressalta que a conta de luz encareceu de R$ 80 para R$ 120. “Ainda não cortaram a luz lá de casa, mas, está difícil demais quitar o que devo, não ganho o bastante e a conta só aumenta”, lamenta.

Silvia Batista, da Cemig, comenta que os devedores recebemm na fatura do mês seguinte ao do débito um alerta. Caso o cliente não pague a dívida, é notificado por meio de mensagens em celular, e-mails, e outras ferramentas que alertam como forma de evitar o corte. “Se mesmo assim a pessoa não pagar, o seu nome vai para o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC)”, diz, esclarecendo que a suspensão do serviço na casa do consumidor pode ocorrer com apenas uma conta em atraso.

“Hoje, o dinheiro do consumidor ficou mais comprometido e a ernegia é necessária para a família. A legislação não nos obriga a parcelar as contas em dívidas, a não ser em caso de clientes de baixa renda. Porém, como entendemos que, eventualmente, uma pessoa pode estar passando por um momento de dificuldade financeira, ela pode procurar uma agência para negociar o que deve”, afirma Silvia. A multa para quem deve à Cemig é de 2% sobre o valor da conta e os juros são de 1% ao mês.

Na casa da comerciante Maria Helena da Silva o corte já ocorreu. Ela diz que pagava R$ 300 na conta de luz e, este ano, passou a pagar R$ 500. “Depois que cortaram a energia da minha residência por causa das dívidas acumuladas, tenho feito diferente. Pago uma fatura e não pago outra. E vou devendo”, comenta Maria Helena, ao admitir que com a inflação não sabe como vai fazer para ficar em dia com a Cemig. “Vou tentando, mas está muito difícil neste ano”, diz.

ÁGUA O Estado de Minas entrou em contato com a Copasa para obter dados da indamplência na conta de água, porém, a companhia informou estar reformulando a sua metodologia. Na edição de ontem, o EM mostrou que mais de 30 mil motoristas devem o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).


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