O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, afirmou nesta terça-feira que a desvalorização do real não pode ser vista como um fator que melhorará a competitividade dos produtos brasileiros.
Os ajustes promovidos pelo governo, tanto na área fiscal quanto no câmbio, somaram-se à crise política em Brasília, à queda internacional das commodities e à perspectiva de alta de juros nos EUA. O resultado foi um cenário explosivo para o câmbio, com o dólar subindo 22,59% ante o real este ano até hoje, já considerando o rebaixamento pela Standard & Poor's (S&P) da perspectiva da nota de crédito do país.
Castro comentou ainda os temores de desaceleração na China, que derrubaram as bolsas de valores ontem, e disse que a "possível crise da China" vai tornar o comércio internacional mais competitivo. "A China mais do que nunca vai exportar. Vamos enfrentar concorrentes mais fortes", afirmou.
Segundo o presidente da AEB, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Armando Monteiro, tem demonstrado "apego ao comércio exterior" e o Plano Nacional de Exportação está criando uma base para o futuro.
"O plano é uma base, não podemos mudar do dia para a noite", afirmou. "O plano é algo estrutural, para o futuro", completou, destacando que a exportação de manufaturados em 2015 será menor que a registrada em 2006. "A projeção é de que a exportação de manufaturados some US$ 73 bilhões. Em 2006, foi de US$ 76 bilhões. Temos nove anos de atraso que temos que tirar", afirmou.