Boadilla del Monte – A presidente do Grupo Santander, Ana Patricia Botín, afirmou, hoje, que a instituição espanhola, maior banco estrangeiro no Brasil e na América Latina, está na disputa pelas operações do HSBC no país. Ela confirmou a apresentação da proposta, sem dar detalhes. “Estamos no processo, mas não posso comentar”, disse
Analistas de bancos e corretoras dão como certa uma corrida concentrada entre Bradesco, Santander e Itaú Unibanco pelas operações brasileiras do HSBC, avaliadas entre R$ 10 bilhões e R$ 14 bilhões. As ofertas foram apresentadas ao Goldman Sachs, que está coordenando a venda. O HSBC anunciou em junho que venderá suas unidades no Brasil e na Turquia, com disposição de manter no mercado brasileiro apenas os grandes clientes do segmento corporativo.
Ana Botín reafirmou o interesse do Santander de expandir suas atividades no Brasil e na América Latina, a despeito do baixo crescimento econômico do subcontinente. A retração do Brasil, segundo ela, que sucedeu o pai, Emílio Botín, há apenas um ano, não representa desestímulo para o banco. Assim como outras nações latino-americanas, destacou, o Brasil promoveu avanços importantes nos últimos anos e deve trabalhar por um ajuste fiscal que seja rápido para retomar as condições de expansão econômica.
“Espero que seja um período mais curto possível de ajuste e que o país saia logo dele”, disse, durante encontro com 40 jornalistas da América Latina que recebeu pela manhã na sede do banco espanhol, um complexo batizado de Ciudad Financiera Santander, em Boadilla Del Monte, nos arredores de Madrid. mercado brasileiro apenas os grandes clientes do segmento corporativo.
Terceiro maior banco privado no Brasil, o Santander considera estratégico o mercado brasileiro, onde atende 27,3 milhões de clientes. Como parte da ampliação de suas atividades a instituição lançou uma linha de microcréditos no país, sendo 70% destinado a mulheres. Outro desafio do banco, de acordo com Ana Botín, será continuar investindo em inovação para ser capaz de atender os clientes engajados nas transformações do mundo virtual.
Crise grega
A saída da Grécia da Zona do Euro, depois de a população ter votado ‘não’ no plebiscito de domingo, não deverá ocorrer, na visão da presidente do Santander. “Confio que haverá um acordo”, afirmou. Ela acredita num impacto limitado da crise do país para os bancos. “A Zona do Euro é uma fortaleza institucional e o sistema financeiro europeu está mais sólido”, disse Ana Botín.
*A repórter viajou a convite do Santander