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Estado de Minas

Polarização começa antes do plebiscito na Grécia

Ministro grego ameaça renunciar caso a população vote "sim" e credores indicam que "não" inviabiliza acordos posteriores


postado em 03/07/2015 06:00 / atualizado em 03/07/2015 07:33

Atenas – O resultado do referendo grego de domingo deve definir muito mais que a postura do país nas negociações com os credores. Enquanto o ministro de Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, anuncia que vai renunciar ao cargo se a população do país votar pelo “sim” no plebiscito sobre o apoio às medidas de austeridade que os credores exigem para liberar novo auxílio financeiro para Atenas, esse resultado pode inviabilizar as negociações com a Europa. Se vencer o “não”, a Grécia não vai deixar a Zona do Euro automaticamente, mas o resultado poderá significar que outros países do bloco não terão mais como apoiar a economia grega, afirmou ontem o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem.


Dijsselbloem, que fez um relato ao Parlamento holandês sobre as reuniões do Eurogrupo dos dois últimos dias, disse que os eleitores gregos não devem ser levados a pensar que Atenas ficaria numa posição para negociar um melhor pacote de resgate com os credores internacionais se o “não” for vitorioso. Ele disse ainda que a promessa feita em 2012 para o alívio da dívida grega já não está mais disponível, uma vez que o programa de ajuda da Grécia venceu na última terça-feira e não foi concluído. “A promessa pode voltar após o plebiscito”, disse ele, acrescentando que Atenas não terá lugar na Zona do Euro se o “não” prevalecer.

Engrossando a posição dos credores, o presidente da França, François Hollande, afirmou que é possível conseguir rapidamente um novo acordo de resgate para a Grécia se a população grega votar “sim” no plebiscito. Em viagem ao Benin, Hollande declarou que “as consequências não são as mesmas se o resultado for ‘sim’ ou ‘não’. Se for o ‘sim’, mesmo baseado nas propostas que já expiraram, as negociações podem ser retomadas e, imagino, concluídas rapidamente. Estamos no meio de algo incerto”, comentou.

Por outro lado, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e seu partido esquerdista, o Syriza, estão tentando convencer os gregos de que um “não” à proposta dos credores garantiria a dignidade nacional e fortaleceria o poder de negociação de Atenas.

A Standard & Poor’s avalia que a probabilidade de a Grécia sair da Zona do Euro cresceu para cerca de 50% após a decisão de Atenas, no último fim de semana, de rejeitar proposta de resgate dos credores do país e marcar um plebiscito para domingo. A agência de classificação de risco diz que o risco de contágio financeiro de uma eventual saída da Grécia da área que compartilha o euro deverá ser controlável, mas nota também que isso poderá gerar consequências de longo prazo difíceis de se prever.

RISCO A agência de classificação de risco Moody’s informou ontem que colocou os ratings de depósitos de longo prazo e dívidas sem garantia de cinco bancos gregos em revisão para possível rebaixamento: o National Bank of Greece, o Piraeus Bank, o Eurobank Ergasias, o Alpha Bank e o Attica Bank. Atualmente, essas notas são classificados em Caa3. Além disso, a avaliação de perfil de crédito (BCA, na sigla em inglês) de todos esses bancos foi rebaixada para Ca, de Caa3.

Em relatório, a agência explicou que o rebaixamento reflete a significativa deterioração da capacidade de financiamento e da liquidez dos bancos nas últimas semanas e a iniciativa do governo do fechar os bancos e realizar controle de capital depois do anúncio do plebiscito.


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