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Estado de Minas

Indicador da FGV sugere que indústria deve cair acima de 2% no 2º trimestre


postado em 30/06/2015 14:31 / atualizado em 30/06/2015 15:04

A queda média de 13% do Índice de Confiança da Indústria (ICI) no segundo trimestre deste ano em relação aos três meses anteriores sugere que a produção física industrial brasileira deve registrar retração acima de 2% no segundo trimestre deste ano, prevê o superintendente adjunto para Ciclos Econômicos do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vagas (FGV), Aloisio Campelo Júnior. Caso se confirme, o economista destaca que será o oitavo trimestre consecutivo de queda do indicador.

"Considerando que o Nuci (Nível de Utilização da Capacidade Instalada) e o ISA (Índice de Situação Atual) estão caindo, é muito provável que a indústria tenha mais um trimestre de queda, o que, pela série atual, seria a oitava queda", afirmou durante coletiva de imprensa em que comentou o ICI de junho. Pelos cálculos do Ibre feitos por carregamento estatístico, a produção física da indústria em geral deve recuar 2,1% no segundo trimestre deste ano, na margem, enquanto a produção apenas da indústria de transformação deve tombar 2,4% no período.

Em junho, o Índice de Confiança da Indústria brasileira caiu 4,9% ante maio, ao passar de 71,6 para 68,1 pontos, o menor nível da série histórica, iniciada em abril de 1995. Em relação a junho de 2014, o recuo foi de 22%. Campelo ressaltou que o resultado, o pior em 20 anos, é menor até mesmo do que os registrados durante a crise financeira mundial de 2009, quando a confiança atingiu 74,1 pontos em janeiro, e na crise russa de 1998, quando o ICI registrou 69,5 pontos em outubro daquele ano.



Expectativas

O economista destacou que, apesar de a queda do índice que mede a situação atual (ISA) ter sido mais forte em junho (5,6% na margem, para 70,4 pontos), o recuo do Índice de Expectativas (IE) chama mais atenção. No sexto mês do ano, o indicador se retraiu 4,2%, na variação mensal, para 65,8 pontos - assim como o ISA, o menor da série histórica. "Podem até aparecer boas notícias, mas, no momento, parece que a indústria não tem a visão de que, em um horizonte de 3 a 6 meses, vai acontecer algo que vá mudar o quadro", comentou Campelo.

O superintendente avaliou que a piora nas expectativas é resultado de uma combinação de fatores, como demanda fraca; acúmulo de estoques; "certa" compressão das margens de lucro, em razão de custos internos mais altos e da inflação, e maior dificuldade de acesso a crédito. Somam-se a isso, acrescentou, avaliações negativas em relação às perspectivas de melhora no ambiente de negócios nesse período, riscos no ambiente político e uma "demora maior que a prevista de aproveitamento do câmbio mais desvalorizado".

Campelo explica que o pessimismo elevado nas expectativas é ruim, porque é com base em perspectivas que as empresas tomam decisões para investimentos e contratações. "Esse pessimismo todo acaba levando a um processo de retroalimentação na economia, por meio da contenção de gastos com investimentos e diminuição do pessoal ocupado", afirmou. Na passagem de maio para junho, aumentou o porcentual de empresários que preveem que o quadro de funcionários será menor, enquanto diminuiu o dos que acreditam que será maior.

Na análise por categoria de uso, o superintendente adjunto para Ciclos Econômicos do Ibre destacou o "aprofundamento" da queda da confiança no segmento de não duráveis. Em fevereiro, ele chegou a apresentar o maior nível relativo de confiança, mas, em junho, registrou a confiança mais baixa entre as categorias de uso (bens duráveis, intermediários de capital e material para construção). Na avaliação de Campelo, isso tem a ver com a deterioração do mercado de trabalho, uma vez que o segmento é bastante ligado à renda.

Quesito especial

Em junho, a Sondagem da Indústria de Transformação voltou a questionar os empresários sobre quais principais aspectos estavam influenciando negativamente os negócios da empresa no momento. Em relação a março, última vez em que as perguntas tinham sido feitas, houve melhora na percepção do empresariado em relação ao risco do fornecimento de energia e água, a problemas relacionados a greves e ao ambiente político. Em contrapartida, piorou a percepção de que o desempenho geral da economia e dificuldades específicas do setor estão atrapalhando os negócios.


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