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Estado de Minas

Fábrica da Iveco em Minas põe 450 operários em férias

Além de parar a linha do veículo blindado, montadora concede férias também no setor de caminhões em Sete Lagoas


postado em 09/06/2015 06:00 / atualizado em 09/06/2015 08:25

A queda nas vendas de veículos, que atingiu 27,5% em maio, na comparação com o mesmo mês do ano passado, levou a Iveco, marca de comerciais leves e caminhões do grupo Fiat, a engrossar as estratégias de paralisação de fábricas já adotadas por outras montadoras, a exemplo da Mercedes-Benz, GM e Fiat Automóveis. A Iveco pôs ontem em férias coletivas de 10 dias os 200 trabalhadores da linha de produção de caminhões pesados de sua unidade de Sete Lagoas, na Região Central de Minas Gerais. Nesta quinta-feira, a companhia italiana também suspenderá a operação da linha de veículos de defesa, responsável pela fabricação do blindado Guarani, desta vez devido à inexistência de encomendas do Exército Brasileiro.


Da linha de produção do Guarani, 250 empregados serão dispensados por 30 dias, informou a empresa, por meio de sua assessoria de imprensa. No mês passado, a Iveco havia informado que devido à indefinição do orçamento do Ministério da Defesa, não tem como programar a produção para o seu único cliente. Os demais segmentos da unidade de Sete Lagoas, de fabricação de veículos semi-pesados e leves, incluindo o furgão Ducato, continuam funcionando normalmente. A fábrica emprega, ao todo, 3 mil pessoas.

Preocupado com o nível de demissões na indústria de Sete Lagoas, o presidente do sindicato local dos metalúrgicos, Ernane Geraldo Dias, disse ontem que a alternativa da suspensão temporária de contratos de trabalho, conhecida como lay-off, foi, ainda, cogitada por representantes da diretoria da Iveco como uma possibilidade, se o Ministério da Defesa não definir as encomendas dentro de um mês. O assunto foi discutido numa reunião com o dirigente sindical em 22 de maio. A montadora não confirma a informação.

De acordo com Ernane Dias, há um esforço por parte da Iveco para manter trabalhadores em cuja formação a empresa investiu. “Há pessoas que foram treinados na Itália. Mas a intranquilidade é muito grande quanto aos empregos. Não se sabe o que vai ocorrer depois das férias coletivas”, afirmou. A crise na indústria resultou, desde janeiro, na demissão de 2 mil metalúrgicos de Sete Lagoas no setor em geral, com base em estimativa feita pelo sindicato sobre as homologações de contratos de trabalhadores que estavam há mais de um ano em serviço. Esse universo representa quase um quarto da categoria até o ano passado. Outro ramo industrial importante é o de ferrogusa, matéria-prima do aço.

Balanço divulgado ontem pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) indicou que a indústria automotiva cortou 1.380 vagas só em maio. São 138.200 empregados no país, cerca de 1% menos frente a abril e 9,2% abaixo do contingente de maio de 2014. As demissões neste ano alcançam 6,3 mil pessoas. O presidente da instituição, Luiz Moan, afirmou que em torno de 25 mil trabalhadores estão afastados, cumprindo medidas como lay-off, férias coletivas e licença remunerada.

PREÇOS MAIS ALTOS

A despeito da crise de demanda das montadoras, Moan admitiu que a indústria automotiva elevou os preços para compensar aumento de custos de produção. Os preços do carro zero quilômetro subiram, na média, 4,56% no acumulado dos quatro primeiros meses de 2015, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Moan afirmou que as empresas estão repassando despesas com as contas de água e luz e matérias-primas cotadas em dólar. (Com agências)


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