(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Inadimplência teve elevação em abril após vários meses de estabilidade, diz BC


postado em 27/05/2015 12:49 / atualizado em 27/05/2015 15:09

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, salientou nesta quarta-feira, que a inadimplência teve elevação em abril sobre março depois de vários meses de estabilidade. "É preciso aguardar para ver se isso (alta inadimplência) tem alguma persistência", ponderou. Desde janeiro, a taxa de calote total do crédito do sistema financeiro com recursos livres estava estável em 4,4%. No mês passado aumentou para 4,6%.

O técnico comentou também a elevação dos juros verificado em vários segmentos do mercado de crédito no mês passado. "A maior parte das modalidades de crédito teve alta de juros, acompanhando Selic", disse. A taxa básica de juros vem sofrendo elevações desde outubro do ano passado e atualmente está em 13,25% ao ano. A expectativa majoritária do mercado financeiro é de que o BC promova uma nova elevação de 0,50 ponto porcentual na semana que vem.

"Há um arrefecimento na expansão do crédito em curso, em linha com o ciclo de elevação das taxas de juros e isso ficou mais evidente no resultado de abril", reforçou. Isso ocorre, no entanto, no mesmo momento em que há uma queda na taxa de captação dos bancos. Maciel ressaltou, porém, que, apesar do recuo no mês, há uma tendência de elevação da taxa de captação, que também está em linha com o aumento da taxa básica. "Em suma, os spreads estão acompanhando as taxas de juros", resumiu.



Maciel disse que com o alongamento da série histórica, já começa a ser possível observar o comportamento das concessões de uma maneira mais analítica. Ele lembrou que, no crédito livre houve expansão de 2,4% das concessões e retração de 13,1% do direcionado. Outra evidência de que a demanda por crédito não está robusta, de acordo com Maciel, são os dados dos financiamentos de veículos, que também recuaram no mês passado. "A moderação do crédito, que já era observada antes, ficou mais nítida em abril."

O técnico do BC afirmou ainda que o "crédito típico de consumo" mostra recuo mais significativo que outras modalidades, como o consignado. Segundo Maciel, no ano, crédito para aquisição de veículos diminuiu 3,5% acompanhando o mercado de automóveis. "Naturalmente essa carteira tem desempenho próximo ao do mercado de veículos e as vendas também se mostram mais baixas frente o ano passado", afirmou.

Cartões

Maciel disse também não ter informações sobre mudanças que a instituição poderá promover no segmento de cartão de crédito. Ontem, durante audiência pública, quando questionado sobre as altas taxas de juros dessa modalidade no caso do rotativo, o presidente do BC, Alexandre Tombini, informou que este era um assunto sobre o qual o BC iria se debruçar no futuro.

Em abril, a taxa de juros do rotativo - montante que sobra do mínimo obrigatório de pagamento da fatura - atingiu mais uma vez o pico da série. Segundo o BC, a taxa ficou em 347,5% ao ano. "Isso já tinha ocorrido no mês passado", lembrou Maciel, referindo-se à taxa de 345,8% de março.

Apesar de ter dito não ter informações sobre mudanças nessa área, o técnico observou que qualquer alteração no ramo de cartão de crédito tem que ser vista como um todo, não apenas o rotativo. "Uma avaliação das taxas de juros, inadimplência, etc. não deve ser feita por partes, ma tem que ser feita em seu conjunto", comentou. Maciel informou também que até o final do ano o BC deve disponibilizar séries dessazonalizadas das concessões de crédito para deixar mais claras a informação e a análise provenientes desses números.

Empresas

De acordo com Maciel, os financiamentos ligados ao setor externo para empresas apresentou recuo em quase todas as modalidades, com exceção de ACC; para os segmentos ligados a atividade econômica, em contraponto, houve avanço.

Os dados do BC mostram que o financiamento para exportações caiu 10,9% entre março e abril; os financiamentos para exportações encolheram 2,9% e os repasses externos caíram 7,7%. O crédito para ACC foi o único que apresentou alta, registrou 8,8% de avanço no mês. Nos segmentos ligados ao ritmo da atividade econômica, os avanços ocorreram em capital de giro, que cresceu 0,2% no mês e conta garantida, com incremento de 4,2%.

Nova previsão

Maciel reforçou que uma nova previsão sobre o comportamento do mercado de crédito este ano será feito em junho - as reavaliações do BC são trimestrais. Ele fez essa consideração ao ser questionado sobre o impacto do aumento da alíquota da Contribuição Sobre Lucro Líquido para os bancos de 15% para 20% a partir de setembro. "O crescimento atual previsto para o ano é de 11%. Em junho, faremos reavaliação das projeções com as informações disponíveis", disse.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)