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Estado de Minas

Frio chega mais cedo e esquenta o varejo

Baixas temperaturas na cidade salvam os números do setor, que já fatura até 40% mais desde a semana passada. Cobertores, agasalhos e vinhos são os campeões de vendas


postado em 26/05/2015 06:00 / atualizado em 26/05/2015 06:54

O proprietário do AA Wine Experience, Luís Eugênio Torres, garante que o frio incrementa seu faturamento em até 40%(foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
O proprietário do AA Wine Experience, Luís Eugênio Torres, garante que o frio incrementa seu faturamento em até 40% (foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)

As temperaturas mais baixas registradas na capital mineira desde a semana passada pegaram muita gente de surpresa. A temporada de frio, que chegou um pouco mais cedo este ano, fez com que os negócios no varejo se movimentassem, garantindo incremento de até 40% nas vendas de produtos como cobertores, casacos, vinhos, caldos e outros. A expectativa dos lojistas é de que as vendas permaneçam aquecidas pelo menos até meados de junho, para salvar o comércio varejista, que enfrenta desaceleração nas vendas em função da conjuntura de crédito mais caro e restrito, além de inflação e juros mais altos.

No restaurante AA Wine Experience, o consumo de vinhos aumentou cerca de 20% na última semana. Segundo o proprietário da casa, Luís Eugênio Torres, o frio favorece o consumo da bebida, uma vez que ele é servido a uma temperatura média de 16°C, enquanto a cerveja é servida próximo de 0°C. “Mineiro é muito friorento e adora um lugar fechado, quando as temperaturas baixam. No calor, temos que competir com a cerveja, e o vinho é mais reconfortante no frio. Enquanto vendo entre 140 e 150 garrafas de vinho num dia quente, nos dias frios esse número chega a 180 ou 190 garrafas”, explica. Ainda de acordo com Torres, no restaurante Amadeus, o consumo de vinho e massas aumenta cerca de 40%, incrementando, na mesma proporção, o faturamento da casa.

A servidora pública Creusa Vieira também foi pega de surpresa e precisou correr para as lojas para renovar o guarda-roupa do filho, de 18 anos. “O frio chegou depressa este ano, e não estávamos preparados. Meu filho cresceu e as calças estão todas curtas. Imagino que vá gastar pelo menos R$ 300 para comprar roupas novas para ele”, afirma. A ideia para economizar e não ultrapassar a margem do orçamento, segundo Creusa, além de pesquisar, é sempre procurar produtos bons, em lojas que estejam em promoção. “Apesar de o frio ter chegado mais cedo, eu noto que as lojas também estão fazendo as liquidações mais cedo, e isso ajuda tanto o lojista quanto o consumidor. Se os preços estiverem altos, ninguém vai comprar, ainda mais com a economia do jeito que está”, finalizou.

Gerente da loja Lealtex, Nelson Moreira diz que a disposição dos produtos na loja ajuda a atrair clientes e aumentar vendas(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Gerente da loja Lealtex, Nelson Moreira diz que a disposição dos produtos na loja ajuda a atrair clientes e aumentar vendas (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)

Gerente da loja Lealtex, especializada em roupas de cama, Nelson Moreira, afirma que a última semana foi de recuperação nas vendas. Segundo ele, a alta de 10% na procura e de 15% no valor médio das compras amenizaram a queda que o setor vinha apresentando nos últimos meses. “O frio chegou mais cedo e pegou todo mundo de surpresa, o que, para a gente, é bom porque as pessoas procuram mais esses produtos de inverno, que geralmente são pouco mais caros que os de verão”, afirma. De acordo com Nelson, para chamar a atenção dos consumidores e faturar mais, a loja aposta numa disposição diferente dos produtos nas vitrines e na loja, que geralmente são arrumados pelas próprias vendedoras e em promoções.

Entre os produtos mais procurados estão cobertores, mantas de microfibra e edredons, que têm preços  entre R$ 19,90 e R$ 244,90. “Essa disposição diferente chama a atenção do consumidor, que, às vezes, entre na loja para olhar um produto, mas acaba comprando mais coisas. Com isso, o valor médio das vendas aumenta, gira em torno de R$ 300 a R$ 350, e a loja consegue se recuperar de um cenário ruim que vem enfrentando”, explica. Segundo o gerente, inflação, juros altos e inadimplência são fatores que impactam negativamente nas vendas. A maioria dos clientes, segundo Nelson, faz as compras parceladas e escolhe o cartão de crédito como forma de pagamento.

A manicure Cláudia Tânia Teixeira conta que, desde que as temperaturas começaram a baixar na capital, ela sempre compra algum item, como agasalhos ou calças, quando passa pelas lojas do Centro. Com duas filhas adolescentes, de 11 e 13 anos, ela conta que já gastou cerca de R$ 300 para aquecer o guarda-roupa, e ainda deve gastar R$ 300 para chegar ao fim da temporada sem passar frio. “Eu pesquiso muito os preços, mas, se tem um produto de que eu goste, mesmo que não esteja em promoção, sempre levo. Estou sempre renovando o meu guarda-roupa e, principalmente, o das minhas filhas, que estão em fase de crescimento. Na maioria das vezes, a gente não consegue aproveitar a mesma roupa de um ano para o outro, como geralmente acontece com os adultos”, argumentou.

O aumento do valor médio das compras tem sido a salvação da lavoura para a loja Grippon, segundo o gerente, Iudes Lima. Segundo ele, além de o movimento ter aumentado em torno de 10% neste mês em comparação ao mesmo período do ano passado, o valor das compras realizadas no estabelecimento também subiu, tendo em vista, exatamente, o preço dos produtos típicos de inverno, que é maior. “Conseguimos aumentar um pouco o faturamento, mas, mesmo assim, ainda estamos apreensivos. As vendas no comércio andam mal e o consumidor perdeu o poder de compra. Eu não fiz estoque para a temporada. Tenho apenas os produtos que estão no salão da loja. Se vir que vai continuar vendendo bem, faço um novo pedido”, explicou.


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