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Estado de Minas VIAGENS

Procura pelo exterior cai e companhias aéreas fazem promoções

Oferta de passagens aéreas com até 70% de desconto motivou os interessados em viagens internacionais. Mas a grande maioria não conseguiu fazer a compra durante a promoção-relâmpago


postado em 21/05/2015 06:00 / atualizado em 21/05/2015 07:30

Pessoas no aeroporto de Confins, na Grande BH: redução na procura por destinos internacionais está motivando as ofertas diferenciadas das grandes empresas (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Pessoas no aeroporto de Confins, na Grande BH: redução na procura por destinos internacionais está motivando as ofertas diferenciadas das grandes empresas (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

Foram muitas as pessoas que, diante da alta do dólar e da retração da economia resolveram guardar as malas e embarcar só “quando as coisas melhorarem”. Mas, a tentação mexeu no bolso de muitos consumidores nesta semana. As empresas aéreas fizeram promoções-relâmpagos para viagens internacionais, com preços de passagens para os Estados Unidos 70% mais baratas. Na terça-feira, ir e voltar de Miami, por exemplo, custava apenas US$ 350, ou pouco mais de R$ 1 mil, tendo em vista a cotação do dólar turismo de ontem, de R$ 3,09. Mas as promoções duraram, em muitos casos, um dia, e diversas pessoas, inclusive, funcionários de agências de turismo, não conseguiram efetuar as reservas nos voos.

Ontem, muitos preços continuavam a ser tentadores. Viajar para o Canadá, saindo do aeroporto de Confins, na Grande BH, custava cerca de R$ 1,2 mil (ida e volta). Uma outra promoção anunciava que, para a Itália, ida e volta, custava R$ 1,3 mil. “As melhores promoções foram para a América do Norte, com descontos de mais de 60%. A oferta foi muito mais agressiva do que aquelas feitas para a Europa”, comenta o diretor da Master Turismo, Felipe Dias. Segundo ele, o prazo para essas promoções foi muito curto. “Trata-se de uma estratégia das companhias para encher os aviões, pois muitos estão decolando vazios. E aí, há prejuízos para eles”, comenta Felipe.

Foi por se tratar de algo estratégico que a dificuldade de se conseguir comprar as passagens foram inúmeras e foram vivenciadas até mesmo por agentes de turismo. Rosana Queiroz, gerente da Primus, por exemplo, diz que nunca tinha visto uma passagem de ida e volta para Miami custar US$ 350. E está no mercado há 27 anos. “Com esses preços, não há tempo de se montar um pacote antes que se consiga fazer as vendas. Na terça-feira, por exemplo, a American Airlines estava com esse valor de US$ 350 para a Miami. Muitos clientes nos procuraram. Fizeram a reserva, mas ficaram de efetuar a confirmação no dia seguinte. Quando fomos finalizar a compra, hoje (ontem), a tarifa já tinha mudado de preço”, comenta Rosana, dizendo que a Primus está negociando com a companhia para reverter a situação.

Um dos problemas de quem tentou comprar as passagens foi, justamente, na hora de pagar: ou os sites saiam do ar ou já não havia mais as tarifas promocionais. “Os clientes que conseguiram pagar tiveram a promoção. Mas alguns, fizeram a reserva e pagariam hoje (ontem) e o valor já tinha mudado, sendo que a promessa da companhia era de que o preço ficaria por dois dias”, reclama Rosana Queiroz, acrescentando que essa situação, muitas vezes enganosa, é ruim para a empresa de turismo, que chegou a anunciar no site as promoções das companhias. “O cliente fica nervoso e acha que a culpa é nossa”, diz.

Fernanda Mineiro tentou adquirir bilhetes para Nova York, que saíam por R$ 611, para ida e volta. Não deu certo.Agora, ela vai tentar ir para a Itália (foto: Marcos Vieira/EM/D.A/Press)
Fernanda Mineiro tentou adquirir bilhetes para Nova York, que saíam por R$ 611, para ida e volta. Não deu certo.Agora, ela vai tentar ir para a Itália (foto: Marcos Vieira/EM/D.A/Press)
Sem garantia Segundo Rosana Queiroz, das 20 tentativas de compras de passagens promocionais, apenas dois clientes conseguiram. “É uma estratégia para que o assunto venha à tona e essas companhias consigam passageiros. Com essas promoções, você reserva um voo, mas não tem garantia”, avisa. Na terça-feira, a analista de sistemas Fernanda Mineiro levou susto ao ver que, o bilhete de ida e volta de São Paulo para Nova York custava R$ 611. “Mesmo com as taxas, chegava a R$ 900, valia muito a pena”, conta. Animada com os valores, ela tentou fazer a compra, mas não conseguiu e acabou desistindo. “No impulso, você quer comprar. Mas, quando pensei bem, resolvi priorizar a Europa, que também está com um preço bom”, diz. Um destino que Fernanda está de olho é Milão, na Itália, que está custando R$ 2,2 mil (ida e volta).

A cautela da Fernanda Mineiro, que parou para pensar antes de comprar a passagem, é recomendada pelos agentes de viagem. Segundo Rosana Queiroz, os consumidores devem sempre avaliar com cuidado porque não existe promoção sem restrição. “O consumidor, muitas vezes, compra no calor da emoção. Então, não avalia se aquela data é boa, se ele terá férias ou folgas para isso”, comenta. Em muitas passagens promocionais desta semana, havia regras. “É bom ficar de olho nelas e também nas tarifas que, muitas vezes, estão bem mais caras que as passagens. Há clientes que querem essas promoções para julho, e não vão conseguir”, comenta.

Um outro alerta é para as trocas de bilhetes. “Se a pessoa pagasse, na terça-feira, uma passagem de US$ 599 de ida e volta, e desistisse da data, teria que pagar a diferença e a taxa de remissão de US$ 200 para trocar a data. Então, pode ser um barato que sai caro, se o cliente não tomar a decisão com cautela”, avisa Rosana.

Para Felipe Dias, as pessoas devem ficar de olho nesse momento, porque mutias promoções podem ser lançadas. Em diversos sites já há ofertas direcionadas para o segundo semestre. “Além disso, as pessoas devem procurar os sites de busca e também os das próprias companhias, que, às vezes, não estão tão sobrecarregados e o acesso é melhor”, aconselha Fernanda Mineiro.

O Estado de Minas entrou em contato com algumas empresas aéreas para conhecer, melhor, o motivo das promoções-relâmpagos com descontos de até 70% nas passagens para os Estados Unidos. Elas não revelam as estratégias usadas e dizem que democratizam o transporte aéreo. A Gol, por exemplo, citou dados de que vem crescendo nesse primeiro trimestre de 2015, com alta de 0,5% em sua receita líquida de R$ 2,5 bilhões.


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