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Estado de Minas

Competitivo, etanol some das bombas de BH

Donos de postos reclamam de falhas na entrega do combustível.Minaspetro admite problema, mas descarta desabastecimento


postado em 02/05/2015 06:00 / atualizado em 02/05/2015 12:30

Marinella Castro

Frentista de posto na Região Leste de BH mostra que a bomba de etanol está vazia(foto: Sidney Lopes/EM/D.A Press)
Frentista de posto na Região Leste de BH mostra que a bomba de etanol está vazia (foto: Sidney Lopes/EM/D.A Press)
Depois de cinco anos fora do jogo, há quatro semanas o etanol se mantém competitivo em Minas e está ganhando espaço na preferência do consumidor. A redução da carga tributária e o aumento do preço da gasolina fizeram a demanda dobrar em abril, em relação à média consumida no ano passado. Em meio ao aumento da demanda, alguns postos da cidade se queixam por receber menos álcool que o encomendado. Há registro até de falta do etanol.

Segundo as distribuidoras de combustíveis, os problemas na capital são pontuais e serão resolvidos. Já o sindicato dos postos de gasolina confirmou a reclamação dos pontos de venda.

“Têm ocorrido algumas reclamações de revendedores que não estão recebendo todo o etanol pedido. Isso nos preocupa, pois, na maioria dos postos, o etanol está com preço vantajoso em comparação com a gasolina e as vendas aumentaram muito”, apontou Carlos Guimarães Junior, presidente do Minaspetro (Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo).

Em um posto da região Leste da cidade, os clientes só conseguiram abastecer com gasolina e diesel pelo menos três dias nesta semana. “Estão entregando muito pouco. É chegar e acabar”, queixou-se um funcionário. Em pelo menos outros dois postos, os responsáveis afirmaram que já houve falta do produto por um período do dia, exatamente porque o volume recebido não foi suficiente para atender à demanda.

Proprietários de estabelecimentos nas regiões Centro-Sul e Leste da cidade apontaram que não estão conseguindo receber o volume encomendado às distribuidoras e, por isso, estão tentando fazer estoques. “Quando fechamos o pedido e não conseguimos receber toda a quantidade encomendada, a justificativa que encontramos no site do distribuidor é  que existe um problema de logística. Estou fazendo estoque para o produto não faltar em meu posto”, comentou um empresário da região Sul de Belo Horizonte. “Disseram-nos que o problema é a falta de tanques para transportar o etanol”, apontou o responsável por um ponto de venda na região Leste.

MAIS QUE O DOBRO Em abril, o consumo de etanol deve atingir 130 milhões de litros em Minas, mais que o dobro de 2014, quando foram consumidos em média  60 milhões de litros/mês.

O Sindicato da Fabricação do Açúcar e do Álcool de Minas Gerais (Siamig) afirma que tanto a entrega em quantidade menor que o pedido feito quanto eventual falta do produto não têm relação com a produção. “Terminamos a entressafra (passagem de março para abril) com o maior estoque da história, mais de 2 bilhões de litros de etanol”, aponta Mario Campos, presidente da entidade. Segundo o executivo, tanto os pontos de venda quanto as distribuidoras já deveriam estar preparados para o aumento da demanda, revertendo bombas e tanques para comportar o etanol. “A redução do ICMS de 19% para 14% passou a valer em março, mas a medida foi publicada em dezembro”, apontou.

Em nota, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom) afirmou que os problemas na entrega do produto são pontuais e estão sendo resolvidos e afirmou que não há risco de desabastecimento, mesmo com o crescimento do consumo. “O Sindicom esclarece que o mercado está em um momento de início de safra e os estoques estão sendo recompostos. A mudança tributária ocorrida recentemente deixou o etanol ainda mais atrativo, acarretando maior procura pelo produto.” O Sindicato reforça, no entanto, em nota, que as dificuldades apresentadas são “problemas pontuais, já identificados, e que o mercado como um todo segue abastecido”.

A safra da cana-de açúcar começou abril com perspectivas também de recorde histórico no país e em Minas, onde devem ser produzidos 3 bilhões de litros de etanol, crescimento de 11% frente ao ano anterior. Em Minas Gerais, a relação de preço entre o álcool e a gasolina é 67% e, em Belo Horizonte, 68%, mas há postos na capital onde a proporção entre etanol e gasolina já chega a 64%. Uma conta fácil ajuda o consumir a decidir qual combustível usar: se diferença entre o preço do etanol dividido pelo da gasolina for inferior a 0,70 a escolha pelo derivado da cana-de-açúcar compensa.
Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio do etanol é de R$ 2,26 em Belo Horizonte e
R$ 2,28 em Minas. Já a gasolina custa em média R$ 3,31 na capital e R$ 3,38 no estado.


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