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Estado de Minas

PIB de Minas Gerais apresenta retração de 1,1% em 2014


postado em 29/04/2015 18:41

O Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais teve queda de 1,1% no acumulado do ano de 2014, de acordo com a Fundação João Pinheiro (FJP). O fraco desempenho do nível de atividade na economia brasileira expressou em 2014 uma retração mais acentuada da produção manufatureira nas regiões mais industrializadas do país. Em Minas, este movimento foi potencializado principalmente pelos impactos do longo período de escassez de chuvas sobre a atividade agropecuária e a geração de energia elétrica. Além disso, no setor de serviços o nível de atividade permaneceu praticamente estagnado no estado.

No período, teve destaque no estado o recuo da produção no setor agropecuário (-4,1%) e na indústria (-3,0%), enquanto, nos serviços, houve pequena variação positiva, de 0,2%, no volume de valor adicionado. Estes números confirmam uma tendência de queda da taxa de crescimento do PIB mineiro nos últimos três anos, que passou de 2,5% em 2012 para 0,9% em 2013 e, em 2014, decresceu 1,1%.

No Brasil, as variações positivas registradas na mesma base de comparação para o volume agregado da atividade agropecuária (0,4%) e o setor de serviços (0,7%) compensaram a queda no nível de atividade na indústria (-1,2%). Com isso, o resultado agregado em âmbito nacional apresentou ligeira oscilação positiva do PIB brasileiro (0,1%). Entretanto, comparações entre o PIB nacional e o PIB de Minas Gerais devem ser feitas com cautela, tendo em vista as distintas metodologias de cálculo na base trimestral.

Agricultura

O resultado ruim da agropecuária mineira no ano passado decorreu dos efeitos da estiagem sobre a agricultura, o que culminou em perspectivas negativas ou mais desfavoráveis em relação à economia brasileira nas safras de culturas de peso na economia estadual, como o café, a batata-inglesa, a primeira safra do milho, a segunda safra do feijão e a banana. Além disso, culturas com uma importância maior na pauta agrícola nacional apresentaram desempenho muito acima do observado em Minas Gerais, caso da soja, da mandioca, do algodão herbáceo e do arroz.

De acordo com o especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental e técnico da FJP, Thiago Almeida, o peso da agropecuária na estrutura de geração do valor adicionado do estado gira em torno de 9% enquanto, na economia nacional, esse valor é próximo de 5%. “Como os efeitos da estiagem na agricultura em Minas Gerais foram mais severos que o conjunto da economia brasileira e a importância da atividade agropecuária é mais acentuada no estado, a queda de 4,1% no volume do valor agregado pela atividade agropecuária em Minas Gerais foi decisiva para entender a retração de 1,1% no índice de volume do PIB mineiro”, explica.



Indústria

Na indústria mineira, o segundo resultado anual negativo consecutivo pode ser explicado pela retração de 4,8% no volume agregado pela indústria de transformação, que teve resultados desfavoráveis principalmente na produção de bens de capital e duráveis, como na fabricação de automóveis e de máquinas e equipamentos. O cenário desfavorável da indústria de Minas em 2014 também é resultado da queda de 4,9% na construção civil e pelo decréscimo de 1% na produção de eletricidade e saneamento.

Serviços

Nos serviços, a estagnação do resultado agregado refletiu a compensação do crescimento nas atividades do setor imobiliário e de aluguéis (3,0%), dos serviços de transporte, armazenagem e correios (1,2%) e da administração pública (0,4%) pela retração do nível de atividade no comércio (-1,2%) e no agrupamento de “outros serviços” (-1,6%) - que inclui os serviços de manutenção e reparação, alojamento e alimentação, informação e comunicação, intermediação financeira, serviços prestados às empresas, saúde e educação mercantis, serviços prestados às famílias e associativos, e serviços domésticos.

Para o coordenador do Sistema de Contas Regionais de Minas Gerais e pesquisador da FJP, Raimundo Sousa, a retração na economia mineira é reflexo do cenário nacional. “O ciclo econômico é mais intenso em Minas Gerais. Quando a economia brasileira cresce, o estado cresce um pouco mais, mas quando a do país cai, caímos mais acentuadamente”, observa. “Desde 2013 o pessimismo nas expectativas dos produtores foi agravado pela acumulação de estoques indesejados e pela deterioração do cenário político brasileiro. Esse pessimismo, aliado à elevação da taxa de juros em âmbito nacional, resultou em uma queda nos investimentos e na estagnação econômica em 2014. O peso dos setores que mais desaceleraram na economia foi maior em Minas Gerais, como o minério de ferro, metalurgia e indústria de automóveis, e a produção de café, por sua vez, foi afetada pela falta de chuvas”, conclui.

4° trimestre de 2014

Na análise da série com ajuste sazonal, o índice de volume do PIB de Minas expandiu 0,2% no último trimestre de 2014 em relação ao trimestre imediatamente anterior. No Brasil, o desempenho não foi muito diferente e o PIB trimestral foi apenas 0,3% superior na mesma base de comparação.

Para o resultado do 4° trimestre, contribuiu positivamente o desempenho da atividade agropecuária, que cresceu na série dessazonalizada 2,6% em Minas Gerais e 1,8% no país. Nos serviços, a taxa de variação real do valor adicionado no trimestre também foi de 0,2% na economia estadual e de 0,3% na brasileira. Já a indústria mineira apresentou retração bem mais significativa, de -1,4%, do que a indústria nacional, que apresentou pequena variação negativa, de -0,1%, no mesmo período. Também neste caso, é importante destacar que o resultado comparativo deve ser relativizado em função da diferença entre a metodologia adotada para o cálculo trimestral do PIB nacional e do PIB estadual.


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