(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ONDE HÁ EMPREGO MESMO COM A CRISE

A despeito da recessão com milhões de desocupados, há setores com oferta de trabalho

No estado, há 3,5 mil postos em aberto


postado em 20/04/2015 06:00 / atualizado em 20/04/2015 09:21

Empresas de setores essenciais de consumo e serviços, como a alimentação e a saúde, e aquelas que trabalham nas áreas da chamada nova economia, a exemplo da tecnologia da informação, mantêm ativas as contratações de mão de obra, a despeito da crise econômica, que fez subir o desemprego e acirra a disputa de vagas. Se nas agências de seleção e recrutamento de trabalhadores as oportunidades no mercado formal diminuíram, os salários pararam de crescer e as exigências feitas a candidatos são maiores, a engrenagem não parou de rodar nesses setores e também para profissões consideradas imbatíveis em qualquer tempo. É o caso de vendedores, engenheiros de processo, operadores de caixa, pedreiros, cozinheiros e operadores de telemarketing.

Levantamento feito pelo Estado de Minas na semana passada na tentativa de identificar onde estão surgindo os empregos, em meio aos indicadores econômicos desfavoráveis no país – estampados nos rostos de milhões de desempregados –, identificou mais de 3,5 mil vagas abertas em diversos municípios de Minas Gerais. Funções ligadas ao gerenciamento de finanças e processos ganharam gás nos programas de seleção de RH, com a necessidade imposta pelo desaquecimento do consumo aos empreendedores de diversos ramos de rever os custos e enxugar gastos. Analistas e gerentes de planejamento financeiro, contábil e de controladoria se beneficiam da nova onda.

O EM consultou três grandes prestadores de serviços de intermediação de mão de obra, o Sistema Nacional de Emprego (Sine), por meio da Secretaria de Estado do Trabalho e Desenvolvimento Social, o grupo Selpe e a Conape Recursos Humanos (veja o quadro). Com a experiência de já ter trabalhado em muitos momentos de crise no Brasil, o diretor comercial do Grupo Selpe, Hegel Botinha, diz que a redução da oferta de emprego não elimina o surgimento de oportunidades para bons profissionais, principalmente em áreas, agora, estratégicas para que as empresas enfrentem o inferno astral dos negócios.

“Toda atividade ligada à simplificação de processos, gestão de pessoas e desenvolvimento de produtos de base tecnológica continua firme”, diz. Como regra geral para quem busca retornar ao mercado de trabalho, é preciso aproveitar o período de vacas magras para atualizar-se na carreira profissional e descobrir um diferencial do currículo para atacá-lo, observa Hegel Botinha. Se o trabalhador está empregado, mas insatisfeito, pode não ser a hora de mudar. “Qualquer troca de posição tem de ser pensada duas vezes”, alerta.


Ao passar de estagiária para analista do setor de desenvolvimento de produtos da fabricante de medicamentos Hipolabor, em Sabará, na Região Metropolitana de BH, a farmacêutica Raquel de Mattos Machado, de 25 anos, expôs a importância do que Botinha chama de diferencial. A empresa valorizou o envolvimento dela na estratégia voltada à inovação, o desejo de aprender e fazer carreira. “Lutei pelo estágio com a intenção de continuar na fábrica. Agora, pretendo me aperfeiçoar com uma pós-graduação e futuramente um mestrado”, afirma. Segundo Raquel, a indústria é o setor que mais tem valorizado a profissão.

A maior demanda de mão de obra da fabricante de medicamentos é de técnicos em química, análises clínicas e farmacêuticos, informa Luciane Batista de Almeida, analista do departamento de RH da companhia. Com 430 funcionários, tem aumentado as contratações e a tendência é de abrir vagas também para atender à unidade em construção no município de Montes Claros, no Norte de Minas. Das 10 vagas criadas desde março, seis permaneciam abertas na semana passada. “A nossa maior dificuldade é preencher vagas que exigem maior qualificação técnica e por isso a empresa investe na estratégia de formar e treinar o seu pessoal”, diz.

Procura eficiente Ainda num segmento da indústria essencialmente ligado ao desenvolvimento de tecnologia, a DL, fabricante de tablets e outros produtos eletrônicos instalada em Santa Rita do Sapucaí, polo da região conhecida como Vale da Eletrônica mineiro, no Sul do estado, aumentou suas contratações em 10%. De acordo com o diretor administrativo da empresa, que mantém 590 empregados, Renato de Andrade Bueno, as admissões atenderam à expansão e aos projetos de diversificação da produção.

“Resistindo aos prognósticos de recessão, continuamos investindo, o que requer incremento de mão de obra, e acreditamos no potencial de mercado dos nossos produtos”, diz o diretor da DL. A empresa aposta na reação da economia brasileira e busca, sobretudo, mão de obra altamente qualificada.

Para José Carlos Teixeira, diretor da Conape Recursos Humanos, com sede em BH, a boa formação do profissional e a experiência na função já são consideradas exigências básicas pelos empregadores. “Ganha o cargo quem for mais eficiente na procura. Ficar só em casa enviando currículos não adianta. O candidato tem de correr atrás da vaga, divulgar muito as suas habilidades e contar com indicações “, afirma.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)