Diante dos pífios indicadores da economia nacional, com uma inflação em alta e os juros em galope, a maioria dos empreendedores formais do país não tem expectativa de criar vagas de trabalho. É o que aponta recorte da última edição da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), elaborada pelo Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP), com apoio técnico e financeiro do Sebrae.
O estudo dividiu os empresários em dois grupos: iniciais, donos de empreendimentos abertos há no máximo três anos e meio, e estabelecimentos, proprietários de estabelecimentos com idade acima dessa. No primeiro grupo, 55,9% dos empreendedores não têm expectativa de abrir vagas. Na segunda categoria, esse percentual é de 67,3% (veja quadro abaixo).
Os dados não são nada agradáveis, sobretudo numa época em que o desemprego avança no país. A taxa de desocupados no Brasil passou de 5,3% em janeiro para 5,9% em fevereiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na Grande Belo Horizonte, na mesma base de comparação, o indicador subiu de 4,1% para 4,9%.
“Nesse atual momento macroeconômico, com carga tributária elevada e inflação alta, não há como investir. A taxa de juro é inversamente proporcional ao investimento”, alerta a economista Ana Paula Bastos, da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH). Apenas a título de esclarecimento, a carga tributária no Brasil corresponde a mais de 36% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas da nação.
Já a inflação, que freia o consumo, deve estourar o teto da meta (6,5%) estipulada pelo governo para 2015: os economistas estimam que o percentual deve ficar em torno de 8%. Por sua vez, a Selic, que controla a taxa de juro no país, está em 12,75%. “O desemprego está aumentando. As empresas não estão investindo, não estão gerando renda e emprego. Corre-se o risco da inadimplência. É um ciclo”, completa Ana Paula.
A crise bateu na porta de empresários de todas as regiões. Mauro Soares Cabral, dono de um restaurante e de um posto de combustível próximos a Ipatinga, no Vale do Aço, precisou colocar seis funcionários de férias em razão da queda nas vendas nos dois estabelecimentos. “Já o custo com os empreendimentos subiu. A conta de luz por exemplo, passou de R$ 1,9 mil, em média, para R$ 3 mil”, lamentou.
Em Naque, na mesma região, Daniel Ferreira do Amaral apurou queda de 70% no movimento de seu restaurante nos fins de semana. Ele também é dono de um hotel: “Tenho 25 funcionários e não demiti nenhum. Embora nossa economia não siga bem, estou fazendo de tudo para não gerar demissão”.
Expectativa de criação de empregos
Quantidade de vagas Empreendedor inicial Empreendedor estabelecido
Nenhum 55,9% 67,3%
O estudo dividiu os empresários em dois grupos: iniciais, donos de empreendimentos abertos há no máximo três anos e meio, e estabelecimentos, proprietários de estabelecimentos com idade acima dessa. No primeiro grupo, 55,9% dos empreendedores não têm expectativa de abrir vagas. Na segunda categoria, esse percentual é de 67,3% (veja quadro abaixo).
Os dados não são nada agradáveis, sobretudo numa época em que o desemprego avança no país. A taxa de desocupados no Brasil passou de 5,3% em janeiro para 5,9% em fevereiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na Grande Belo Horizonte, na mesma base de comparação, o indicador subiu de 4,1% para 4,9%.
“Nesse atual momento macroeconômico, com carga tributária elevada e inflação alta, não há como investir. A taxa de juro é inversamente proporcional ao investimento”, alerta a economista Ana Paula Bastos, da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH). Apenas a título de esclarecimento, a carga tributária no Brasil corresponde a mais de 36% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas da nação.
Já a inflação, que freia o consumo, deve estourar o teto da meta (6,5%) estipulada pelo governo para 2015: os economistas estimam que o percentual deve ficar em torno de 8%. Por sua vez, a Selic, que controla a taxa de juro no país, está em 12,75%. “O desemprego está aumentando. As empresas não estão investindo, não estão gerando renda e emprego. Corre-se o risco da inadimplência. É um ciclo”, completa Ana Paula.
A crise bateu na porta de empresários de todas as regiões. Mauro Soares Cabral, dono de um restaurante e de um posto de combustível próximos a Ipatinga, no Vale do Aço, precisou colocar seis funcionários de férias em razão da queda nas vendas nos dois estabelecimentos. “Já o custo com os empreendimentos subiu. A conta de luz por exemplo, passou de R$ 1,9 mil, em média, para R$ 3 mil”, lamentou.
Em Naque, na mesma região, Daniel Ferreira do Amaral apurou queda de 70% no movimento de seu restaurante nos fins de semana. Ele também é dono de um hotel: “Tenho 25 funcionários e não demiti nenhum. Embora nossa economia não siga bem, estou fazendo de tudo para não gerar demissão”.
Expectativa de criação de empregos
Quantidade de vagas Empreendedor inicial Empreendedor estabelecido
Nenhum 55,9% 67,3%
Um 8,4% 7,4%
Dois 10,1% 8,%
Três 5,7% 5%
Quatro 3,1% 1,8%
Cinco ou mais 16,7% 10,5%
Fonte: GEM