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Estado de Minas

Crise nas fábricas sinaliza ano perdido para a indústria

Na expectativa do ajuste fiscal, setor só vê reação em 2016


postado em 01/04/2015 06:00 / atualizado em 01/04/2015 07:43

Reflexo da economia fraca, emprego e renda voltaram a cair em fevereiro, ante mesmo mês de 2014(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press 13/8/09)
Reflexo da economia fraca, emprego e renda voltaram a cair em fevereiro, ante mesmo mês de 2014 (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press 13/8/09)

Com queda no emprego e no ritmo da produção em fevereiro, o início de ano dá sinais do que a indústria pode esperar em 2015, já considerado novo período perdido para a atividade. Em fevereiro, a utilização da capacidade instalada do setor, referência do nível de ociosidade das fábricas, atingiu 79,7% no país, patamar mais baixo desde 2009. O faturamento teve alta de 1,9% em relação a janeiro, mas o resultado não foi suficiente para reverter a queda acentuada de 9,6% frente ao mesmo período do ano passado. Os dados fazem parte da pesquisa de indicadores da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada ontem. Apesar das expectativas de mais um ano em que a produção vai andar de lado, 2015 é visto como um momento crucial, já que pode preparar o terreno para um resultado melhor do segmento em 2016.

“O ano passado foi conturbado, de muita confusão conjuntural, com grandes eventos como a Copa do Mundo. Já 2015 pode ser um período melhor, de tomada de consciência da gravidade do momento e mais propício para implementar medidas como o ajuste fiscal, consolidando cortes de custeio”, diz Lincoln Fernandes, presidente do Conselho de Política Econômica da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). O freio na atividade industrial teve reflexo na capacidade instalada, que caiu 1,2 ponto percentual, e nas horas trabalhadas na produção, com queda de 0,5%, ambos os percentuais comparados a janeiro.

Depois de três meses sem enfrentar recuos, o nível do emprego também teve leve queda em fevereiro, de 0,1%. Em relação ao mesmo período do ano passado a retração foi de 3,8%, refletindo o desaquecimento do setor. Na comparação com fevereiro do ano passado, a massa salarial real, descontada a inflação diminuiu 4,6% e o rendimento médio real, 0,8%. “Este será um ano difícil e a tendência é de que o emprego continue em redução”, diz Lincoln Gonçalves.

A deficiente infraestrutura brasileira, apontada como grande entrave para o crescimento da economia, também é encarada como oportunidade, que pode levar a uma uma retomada em 2016. Nos últimos quatro anos, o país atraiu, em média, cerca de R$ 50 bilhões em investimentos externos ao ano, cifra que poderá quadruplicar. “Se as concessões deslancharem podem alavancar a indústria”, diz o representante da Fiemg.

Gonçalves aponta que neste momento é fator determinante que o governo consiga fazer os ajustes necessários nas contas públicas, cortando custeio e acelerando os investimentos em infraestrutura. “Temos seis blocos de concessões, todos parados no Tribunal de Contas da União. A análise do TCU deveria obedecer prazos máximos”, criticou..

“Os dois primeiros meses de 2015 sugerem que será um ano de muita dificuldade para o setor industrial. Além do ajuste fiscal em curso, é necessário que o governo sinalize que serão tomadas medidas estruturantes para estimular uma reação do setor industrial”, disse em nota, o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. Ele destacou que o ajuste fiscal é grande medida esperada do governo.


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