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Estado de Minas

Para ministro de Minas e Energia, medidas têm de evitar 'catástrofe'


postado em 27/03/2015 08:31

Brasília, 27 - O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse que o governo tem adotado todas as medidas possíveis para ampliar a geração de energia e evitar que as regiões Sudeste e Centro-Oeste do País, que são as mais afetadas pela crise hídrica, cheguem ao fim do ano com apenas 10% de capacidade de seus reservatórios, situação que, segundo Braga, seria “catastrófica” para a segurança do setor elétrico.

A afirmação foi feita durante encontro reservado entre Braga e os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU). Ao traçar um panorama sobre a situação hídrica do País e as iniciativas já tomadas pelo governo para aliviar as represas das hidrelétricas, Braga afastou a necessidade de racionamento e falou sobre as metas do ministério. “Analisamos a série histórica das chuvas. Temos a previsão de que podemos chegar ao fim do período seco com uma situação mínima de 10% dos reservatórios do Sudeste, o que seria catastrófico. Estamos tomando medidas para chegarmos a algo igual ou maior que 20% nos nossos reservatórios até o fim do ano. Essa é a meta”, disse.

Para atravessar o período seco - maio a novembro - sem riscos de falta de energia, o governo calcula que os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste precisam chegar ao fim de abril com 35% da capacidade de armazenamento. Hoje, os reservatórios estão com 27,1%, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Ontem, o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, afirmou que, se as campanhas de redução do consumo de energia forem bem-sucedidas e conseguirem que os consumidores economizem 0,6%, será possível atravessar o ano de forma que o nível dos reservatórios das hidrelétricas atinja 10% em novembro, nível que é considerado o mínimo necessário para garantir o abastecimento.

Segundo ele, o governo tem uma expectativa preliminar de que o consumo de energia neste ano deve crescer apenas 1% em relação a 2014. A previsão inicial era de uma alta de 3,2%. Chipp voltou a dizer que não há nenhuma indicação de que haja necessidade de decretar um racionamento de energia no País.

Retração

A segurança do governo em garantir que não faltará eletricidade se ampara, basicamente, em três fatores: a forte retração econômica e a consequente queda no consumo industrial de energia, o aumento da conta de luz do consumidor e, finalmente, as campanhas de conscientização. “A situação macroeconômica e o realismo tarifário apontam que haverá queda de consumo no País, diminuindo a pressão no período seco”, disse Braga.

Apesar da estiagem severa que compromete os principais reservatórios de hidrelétricas da região Nordeste, Braga disse que o consumo da região está assegurado, por conta de outras fontes disponíveis na região. “O Nordeste vive momentos críticos de chuva. Janeiro foi péssimo e fevereiro tão ruim quanto o do ano passado. Em março começou a melhorar. Devemos chegar ao fim do mês com 24% de capacidade dos reservatórios nessa região, mas as usinas térmicas e eólicas garantem que o Nordeste não sofrerá com a crise hídrica”, declarou.

Ao expor suas previsões aos ministros do TCU, Braga disse que a seca, em sua opinião, veio para perdurar. “O estresse hídrico dura uns cinco anos, ele vai e volta”, disse. No médio prazo, uma das principais apostas do governo para ampliar a segurança do setor serão as usinas térmicas, principalmente as baseadas em gás natural (GNL). “Estamos fazendo investimentos fortes em térmicas de base. Com chuva ou sem, tenha vento ou não tenha, a térmica funciona”, disse o ministro, acrescentando que essas plantas ficarão ligadas constantemente e serão 30% da matriz elétrica nacional, ante os 20% atuais.

“Teremos mais térmicas próximas aos centros de carga. Precisamos melhorar a qualidade dos combustíveis. O GNL é uma prioridade, mas também estamos estudando outras fontes e inovações tecnológicas. Nosso grande desafio é buscar o equilíbrio financeiro da fonte térmica”, comentou.

Braga citou como exemplo a usina nuclear de Angra, que produz energia a R$ 20,12 o megawatt/hora, enquanto a térmica Xavantes, alimentada por óleo diesel, entrega o mesmo volume pelo custo de R$ 1.167.

Durante o encontro no tribunal, Braga disse que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) trabalha em uma nova regulação para estimular a instalação de painéis solares nos “grandes telhados” do País. Segundo o ministro, um programa deve ser anunciado pelo governo até maio. “Nós estamos dependendo do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), que tem de desonerar a geração de energia fotovoltaica, senão não é competitiva”, disse. As informações são do jornal

O Estado de S. Paulo

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