MRV tem recorde de vendas no ano

A MRV Engenharia fechou o ano passado com vendas contratadas recordes de R$ 6 bilhões, valor 17,9% superior ao registrado no ano anterior. Com esse desempenho, a construtora fechou 2014 com um lucro líquido de R$ 505 milhões, contra R$ 420 milhões no exercício anterior, o que representa um aumento de 19,5%. No resultado consolidado, considerando as empresas controladas, o lucro salta para R$ 720 milhões, um ganho de 70,2% em relação a 2013, conforme balanço divulgado ontem. No quarto trimestre do ano passado, no entanto, o lucro líquido da construtora recuou para R$ 103 milhões, contra R$ 135 milhões no trimestre anterior (R$ 72 milhões no 4º trimestre de 2013). No consolidado, o ganho recuou de R$ 153 milhões para R$ 125 milhões de um trimestre para o outro (R$ 86 milhões nos últimos três meses do ano passado). Com o desempenho, o lucro por ação consolidado chegou a R$ 1,570, com ganho de 76,3% em relação ao ano anterior.

Segundo informou ontem o presidente da MRV, Rafael Menin, no último trimestre do ano passado houve aumento nas despesas comerciais e administrativas, em função do incremento da campanha de vendas nos últimos meses do ano e de uma maior provisão para pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), o que afetou o resultado trimestral. “Nós tivemos uma recuperação da margem bruta no quarto trimestre, o que mostra que nossa qualidade operacional cresceu”, afirmou Menin. Para ele, apesar de a economia brasileira ter ficado praticamente estagnada no ano passado, a MRV melhorou seu desempenho com o aumento de 7,5% no número de unidades vendidas (41.325) no ano passado. E mesmo com a redução do resultado, no último trimestre de 2014 a MRV teve uma geração de caixa de R$ 238 milhões. No ano são R$ 567 milhões.

“A empresa fechou o ano com caixa de R$ 1,6 bilhão, extremamente desalavancada (a dívida líquida corresponde a 24% do patrimônio líquido) e com uma dívida com custo abaixo da Selic”, diz Menin ao avaliar que a empresa tem uma posição sólida em relação às perspectivas negativas para a economia. Até agora, segundo ele, o desaquecimento não afetou a empresa. Rafael Menin lembra que, no segmento de mercado da construtora (famílias com renda de três a 10 salários mínimos), a taxa de desemprego é menor, os financiamentos têm taxas de juros vantajosas e são de longo prazo, e o percentual de recusa (devolução do imóvel) não afeta o resultado. “Como essa devolução ocorre quando o imóvel está praticamente pronto, nós conseguimos revendê-lo com rapidez”, explica o presidente da MRV.

Perspectiva
Apesar da cautela com o cenário para este ano, Rafael Menin afirmou que os números do primeiro bimestre mostram que “o mercado está muito em linha com o que nós esperávamos”. De acordo com ele, o fato de a empresa operar em 130 cidades do país permite um equilíbrio nas operações. “Se nas áreas (cidades) dependentes de óleo e gás há problemas, nas regiões do agronegócio, como o interior de São Paulo, a performance é muito boa”, exemplifica o empresário. “Nós estamos otimistas, apesar de esse começo de ano estar um pouco mais confuso”, acrescenta.