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Estado de Minas

Petrobras precisa de US$ 13,7 bilhões para preservar o caixa

Estatal pretende vender ativos em diversas áreas


postado em 03/03/2015 06:00 / atualizado em 03/03/2015 07:29

A Petrobras divulgou ontem a revisão do seu plano de desinvestimento, aprovado pela diretoria da estatal, em 26 de fevereiro. A empresa aumentou para US$ 13,7 bilhões (o equivalente a R$ 39 bilhões) o valor de venda de ativos para o biênio 2015/2016, acima da projeção do Plano de Negócios e Gestão 2014-2018, que ficava entre US$ 5 bilhões e US$ 11 bilhões.

A Petrobras não listou o que será colocado à venda. Segundo a estatal, 30% dos recursos devem vir de projetos de exploração e produção, com a venda parcial ou integral de campos de petróleo e gás. Outros 30% terão origem na área de abastecimento, que inclui refinarias, dutos, terminais e a rede de postos de combustíveis. A maior fatia (40%) deve ser obtida em empreendimentos de gás e energia, como termelétricas, gasodutos e unidades de produção de fertilizantes, entre as quais pode estar incluída a unidade de Uberaba, no Triângulo Mineiro.

A estatal já teria feito contato com bancos de investimentos para buscar parceiros para comprar uma fatia ou a totalidade dos empreendimentos. De acordo com o comunicado enviado ao mercado, “este plano faz parte do planejamento financeiro da companhia que visa à redução da alavancagem, preservação do caixa e concentração nos investimentos prioritários, notadamente de produção de óleo e gás no Brasil em áreas de elevada produtividade e retorno”. Sem publicar balanço auditado e após perder o grau de investimento, a estatal viu seu crédito restringir-se e será forçada a se desfazer inclusive campos de produção, cujo valor é afetado pela queda do preço do petróleo.

Em comunicado ao mercado, a Petrobras afirmou que a nova meta para a venda de projetos e empreendimentos faz parte “do planejamento financeiro que visa à redução da alavancagem e preservação do caixa”. Em outras palavras, a estatal pretende reduzir seu pesado endividamento – de R$ 332 bilhões. Esse foi um dos motivos para que a nota de risco de crédito da estatal tenha sido rebaixada para grau especulativo pela agência Moody’s.

O fato relevante frisou que os US$ 13,7 bilhões aprovados são “a melhor estimativa da Petrobras”, mas que ela é sensível a variáveis de mercado, tais como a cotação do barril de petróleo tipo Brent, taxa de câmbio, crescimento econômico brasileiro e mundial, dentre outras. “Alterações nessas variáveis podem fazer com que a companhia modifique sua meta de desinvestimento”, acrescenta a nota da empresa.

A companhia destacou ainda que cada operação de alienação de ativo será submetida à avaliação e aprovação das requeridas instâncias de governança. As operações também estarão sujeitas às aprovações dos órgãos reguladores competentes no Brasil e no exterior, quando for o caso.

Na Bolsa de Valores de São Paulo (BMFBovespa), as ações da petroleira ajudaram a derrubar o Ibovespa (principal índice na Bovespa), que fechou em queda de 1,09%, a 51.020 pontos. As incertezas que pairam sobre a companhia desde o início da Operação Lava-Jato, fizeram os papéis ordinários da petroleira (ON) caíram 2,11%, cotada a R$ 9,28; e os preferenciais (PN), recuaram 1,78%, a R$ 9,40, prenunciando um início de mês complicado.

Auditoria Na reunião da última sexta-feira, o Conselho de Adminitração da empresa decidiu renovar o contrato com a auditoria PricewaterhouseCoopers (PwC) para os exercícios sociais de 2015 e 2016. No fim do terceiro trimestre, a PwC se recusou a assinar o balanço da petroleira, já atolada nas denúncias de superfaturamentos e corrupção apontados na investigação da Polícia Federal.
De acordo com fontes que não quiseram se identificar, a Petrobras aceitou pagar, pelo novo contrato, um valor muito superior aos dos anos anteriores.


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