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Estado de Minas

Economia em baixa corta 81,7 mil vagas

Demissões em janeiro no Brasil representaram o pior resultado desde a crise de 2009. Em Minas, houve perda de 14,5 mil postos


postado em 28/02/2015 06:00 / atualizado em 28/02/2015 07:26

O consumo em baixa, consequência do avanço da inflação e da escalada dos juros, atingiu em cheio o mercado de trabalho formal tanto em Minas quanto no resto do Brasil no mês passado. No estado, 14.533 empregos com a carteira assinada foram eliminados em janeiro, em meio a uma perda de 81.774 vagas no país. Foram os piores desempenhos na geração de postos de trabalho com registro para o mês nos últimos seis anos, quando o mundo ainda tentava se recuperar dos efeitos da crise financeira mundial. Em janeiro de 2009, 101.748 vagas foram cortadas no Brasil; em Minas, 26.800 (veja quadro). O começo desfavorável de 2015 para os trabalhadores foi constatado pelos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que o Ministério do Trabalho e Emprego divulgou ontem. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, houve decréscimo de 6.989 vagas no mês passado.

A redução do emprego formal em Minas contribuiu para mais demissões do que contratações no interior, ainda de acordo com o levantamento do Caged. Na média do país, foi observada uma perda de 8.215 postos de trabalho fora das regiões metropolitanas, com recuo de 0,06%. Os cortes em Minas alcançaram 7.544 empregos, e no Rio de Janeiro, que também se destacou na comparação, 6.800 vagas foram eliminadas.

O comércio puxou a retração no estado, ao fechar 11.349 vagas. No Brasil, o saldo ficou negativo em 97.887. Por trás dessas estatísticas, está a preocupação do setor com o ritmo das vendas, que promete desacelerar ao longo de 2015. Tanto é que o varejo de Belo Horizonte já sentiu esse efeito. O número de consumidores que retiraram o nome da lista do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) caiu 5,5% no comparativo entre janeiro e dezembro de 2014.

“Os principais fatores que contribuíram para essa redução do emprego no comércio são a alta dos juros e da inflação, que inibem os investimentos das empresas. A combinação desses dois fatores corrói o poder de compra dos consumidores, na forma de crédito mais escasso, diminui a parcela livre do orçamento familiar para as compras ou até mesmo decreta o fim da receita, no caso da demissão”, disse o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de BH (CDL-BH), Bruno Falci. Grande parte da redução dos postos de trabalho no setor reflete a demissão dos trabalhadores contratados para reforçar o quadro de pessoal do varejo durante as vendas de fim de ano, ainda segundo o empresário. O setor de prestação de serviços também foi afetado por esses fatores, tendo fechado em janeiro 2.544 postos de trabalho em Minas Gerais e 7.141 no país.

Indústria volta  a contratar

A boa notícia é que a indústria da transformação, que vinha registrando consecutivas quedas do nível de emprego formal, apurou alta. No estado, 361 vagas foram abertas. No Brasil, 27.417 postos, com destaque para as fábricas de calçados (7,5 mil vagas) e as indústrias mecânica (4 mil) e têxtil (3,4 mil). O resultado positivo no setor levou o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, a tentar amenizar o peso da perda de mais de 81 mil postos no país.

“As políticas que temos desenvolvido, na área social, com programas como o Minha casa, minha vida e o Bolsa Família, elas não serão interrompidas. Os investimentos em infraestrutura não serão interrompidos e muitos dos investimentos previstos por empresas privadas não serão interrompidos. Isso vai continuar ajudando o país e gerando empregos”, argumentou o ministro. Ele disse que o mundo não superou a crise iniciada em 2008. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que ainda serão necessárias 100 milhões de vagas para que o planeta volte a ter o mesmo nível de emprego de 2008.

O gerente do Departamento de Economia da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Guilherme Veloso Leão, observou que “um mês não é tempo suficiente para tanta comemoração”. Apesar do aumento do nível de emprego no setor, as últimas sondagens de opinião feitas pela Fiemg mostram que a expectativa das empresas não é de elevar as contratações nos próximos meses. “É um processo que a gente tem que observar num período maior para ver qual será a tendência e se teremos uma sinalização positiva para economia ou se é um movimento localizado em poucos setores”, afirmou.

Segurados sob novas regras

As polêmicas novas regras do seguro-desemprego valem para quem for demitido a partir hoje, de acordo com informações do Ministério do Trabalho e Emprego. As mudanças, de fato, entram em vigência nos pedidos que derem entrada na próxima segunda-feira. “A vigência da Medida Provisória (que estabeleceu as alterações nas regras) começará 60 dias a partir da data da publicação”, informou a pasta. Agora, o trabalhador que pedir o benefício pela primeira vez deverá ter trabalhado por 18 meses nos 24 meses anteriores à solicitação.

Um segundo pedido só poderá ser feito se ele tiver trabalhado por 12 meses nos 16 meses anteriores e, a partir da terceira solicitação, são necessários, pelo menos, seis meses ininterruptos de trabalho nos 16 meses anteriores. De acordo com o Ministério da Fazenda, na primeira solicitação, o trabalhador poderá receber quatro parcelas se tiver trabalhado entre 18 e 23 meses nos 36 meses anteriores. Poderá receber cinco parcelas se tiver trabalhado a partir de 24 meses nos 36 meses anteriores. 


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