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Estado de Minas

Desemprego sente baque na economia

Taxa de desocupação sobe a 5,3% em janeiro, ante 4,3% em dezembro, maior resultado desde setembro de 2013


postado em 27/02/2015 06:00 / atualizado em 27/02/2015 07:17

Em BH, onde o índice subiu de 2,9% para 4,1%, Éberton busca recolocação(foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
Em BH, onde o índice subiu de 2,9% para 4,1%, Éberton busca recolocação (foto: Euler Junior/EM/D.A Press)

Brasília – A retração da economia começa a pressionar o desemprego, que até 2014 vinham se mantendo no níveis mais baixos dos últimos anos. Em janeiro, a desocupação apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aumentou para 5,3%, um ponto percentual à frente na comparação com dezembro (4,3%). Trata-se do pior resultado mensal desde setembro de 2013, quando o indicador alcançou 5,4%. O número de desempregados, de 1,3 milhão nas seis principais regiões metropolitanas do país, cresceu 22,5% ante o mês anterior e ficou estável, na prática, ao evoluir 0,9% quando comparado ao contingente de desocupados de janeiro de 2014. A população empregada somou 23 milhões, sendo 220 mil a menos na comparação mensal, e não sofreu alteração frente ao começo de 2014.

Em quatro das seis áreas metropolitanas pesquisadas pelo IBGE a taxa de desempregou aumentou. Na Grande BH subiu de 2,9% em dezembro de 2014 para 4,1% no mês passado. O desemprego aumentou, ainda, em Recife e entorno, com taxa de 6,7%, Salvador, de 9,6%; e São Paulo, de 5,7%. As hipóteses para explicar o aumento da desocupação estão associadas à dispensa dos trabalhadores temporários que atuaram durante as festas de fim de ano e ao retorno de gente em busca de emprego, de acordo com o instituto.

A economista da coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE Flávia Vinhaes avaliou que alta da taxa é, de fato, significativa. Nas seis regiões onde a pesquisa é feita, 34 mil pessoas voltaram a pressionar o mercado de trabalho. Somado a isso, a indústria dispensou 45 mil trabalhadores, a construção outros 11 mil e o setor de serviços demitiu 41 mil trabalhadores. Desde janeiro do ano passado, a indústria fechou 216 mil vagas, e a construção civil 73 mil. “Vamos continuar observando os movimentos para avaliar se mais brasileiros voltarão a procurar uma um posto no mercado formal”, comentou.

Em BH, o vigilante Éberton Miguel Gomes, de 33 anos, vai reforçar a estatística do IBGE. Ele ficou desempregado no início do mês e, ontem, tentava dar entrada nos papéis para receber o seguro-desemprego. Depois de oito meses de trabalho numa obra em Igarapé, na região metropiltana, Éberton foi dispensado assim que a construção terminou. “Vou buscar outra colocação desde agora, pois o mercado de trabalho está difícil, mesmo para as pessoas como eu que se encaixam em várias funções, como vigilante, bombeiro hidráulico e montador de estrutura metálica”, afirma. Ele pede que o governo tome medidas para incentivar as empresas e aumentar a oferta de vagas.

Renda e consumo Para o economista do Itaú Unibanco Rodrigo Miyamoto, a alta do desemprego foi resultado de um aumento maior da chamada População Economicamente Ativa (PEA é o conjunto de empregados e de pessoas a procura de trabalho) do que o da população ocupada. Ele diz que com o desaquecimento da atividade econômica e a maior pressão dos trabalhadores em busca de recolocação, o desemprego terá elevações moderadas. “Esse movimento deverá contribuir para uma desaceleração da massa salarial real e para a continuidade da fraqueza no consumo das famílias, como nos últimos trimestres”, afirmou

O rendimento médio real habitual das pessoas que estavam trabalhando em janeiro, de R$ 2.168,80 ficou 0,4% acima do registrado em dezembro (2.161,20) e representou 1,7% de aumento frente ao mesmo mês de 2014 (R$ 2.133,09). Quando a análise é feita sobre a massa total do rendimentos, descontada a inflação, que foi de R$ 50,7 bilhões no mês passado, observa-se recuo de 0,4% em relação a dezembro e crescimento de 2% na comparação com janeiro do ano passado. Para os analistas ouvidos pelo Estado de Minas, o ciclo de alta do rendimento deve terminar com a menor geração de postos de trabalho e o aumento do número de pessoas em busca de uma vaga.


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