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Estado de Minas PARA NÃO SAIR NO BLOCO DO SUFOCO

Folião deve planejar gastos para não se endividar e comprometer a renda

Com impostos e contas a pagar no início de ano, especialistas alertam que é preciso ter cuidados com o orçamento


postado em 01/02/2015 07:30 / atualizado em 01/02/2015 07:57

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)
Brasília – A menos de um mês para o carnaval, o folião que ainda não planejou os gastos deve ter cautela. Com impostos e contas a pagar no início de ano, especialistas alertam que é preciso ter cuidados com o orçamento para que o clima de festa não abra alas para o desespero financeiro. Diante de uma inflação que continua a corroer a renda e juros que minam o poder de consumo, o brasileiro vai ter que avaliar se vale o risco comemorar um carnaval exuberante e ter uma Páscoa minguada, com o salário atrelado em dívidas.

Mesmo para quem já está com o planejamento fechado, todo cuidado é pouco. Fábio Bentes, economista-sênior da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), lembra que, durante o carnaval, o setor de serviços costuma ser ainda mais aquecido nas principais cidades turísticas, o que pode demandar mais gastos em segmentos como bares e restaurantes. “Pior do que a ressaca de carnaval é fazer dívidas e depois não conseguir honrar os compromissos”, diz.

A pessoa que estiver endividada ou inadimplente deve ficar longe de empréstimos, principalmente se o crédito for para fazer uma viagem. “A falta de planejamento pode levar o consumidor a usar modalidades de crédito. Para se livrar disso, será mais complicado do que foi em 2014. A inflação não vai baixar tão cedo e os juros vão continuar subindo”, afirma Bentes, ressaltando que o juros do cheque especial atingiu o patamar de 200,6% ao ano e os do cartão de crédito chegam a mais de 300% ao ano. “Vai ser melhor para a saúde financeira recorrer a programas mais simples na própria cidade este ano e já começar o planejamento para o próximo carnaval”, acrescenta.

Fazer pesquisas de preços pode ser uma boa solução para aliviar o bolso. Mesmo uma bebida ou refeição podem ser consumidos pagando menos se o consumidor ficar atento aos valores cobrados pelos comerciantes. Em casos de despesas imprevistas, o educador financeiro Reinaldo Domingos, da DSOP Educação Financeira, recomenda que o consumidor tenha uma reserva de 20% a mais do valor inicialmente traçado para consumo. “O dinheiro que acaba sendo gasto em uma viagem é, geralmente, sempre maior do que o planejado”, aconselha.

Aproveitar os blocos de rua ou trios elétricos entre amigos pode também ser uma garantia de economia. Dividir um táxi e pedir descontos em bebidas compradas em maior quantidade podem fazer o dinheiro durar mais ao longo dos dias de festa. “O folião deve colocar as contas na ponta do lápis e saber até quanto pode gastar em cada dia. O que não pode é perder o controle sobre o orçamento e querer usar dinheiro que não tem apenas para ter alguns dias de proveito”, diz Domingos.

Alerta Quem pretende passar o carnaval em outra cidade, mas ainda comprou as passagens, nem tem hospedagem garantida, pode esperar preços elevados. O folião que planeja ir para lugares com muita procura já encontra dificuldades para fechar um pacote de viagem. A CVC, uma das maiores empresas do setor de turismo, informou que, na última divulgação de dados operacionais, referentes ao 4º trimestre de 2014, que incluem viagens para os meses subsequentes, registrou um crescimento de 9,9% nas reservas confirmadas em relação ao mesmo período de 2013.

A hospedagem se tornou a maior dor cabeça para o consumidor. A média por casas e apartamentos ainda vagos de três a quatro quartos em Praia Grande (SP) é de R$ 652. E esse é o local com a menor taxa entre 17 destinos que tradicionalmente atraem muitos viajantes no período do carnaval, de acordo com levantamento realizado pelo AlugueTemporada, empresa do segmento de aluguel por temporada. Um imóvel no bairro de Jurerê, em Florianópolis, tem a tarifa média de hospedagem mais elevada: R$ 1.785. O segundo destino mais caro foi o Leblon, bairro do Rio de Janeiro, com preço médio de R$ 1.488 por noite.

O gerente de economia da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-RJ), Christian Travassos, confirma o clima de euforia do turista em relação à cidade maravilhosa. “A cidade já está bem cheia, com muitos turistas brasileiros e estrangeiros”, conta. O que pode motivar os foliões que ainda pretendem desembarcar na capital fluminense é que, segundo a entidade, em média, 30% dos moradores da região metropolitana continuam a buscar outros destinos para curtir a data. “Hoje, a internet é uma grande ferramenta de pesquisa. Nada impede o consumidor de conseguir alugar algum espaço e ainda se encaixar na agenda carnavalesca da cidade”, avalia.

Para economizar Fazer compras em supermercado e se alimentar em casa antes de ir para a rua foi a melhor alternativa encontrada pela estudante Juliana Vasconcelos, 23 anos, para economizar. Com viagem marcada para o Rio de Janeiro em fevereiro, ela acredita que a escolha contribuirá para que ela mantenha a planilha de gastos de cerca de R$ 60 por dia. “Se eu gastar mais do que isso em um dia vou procurar gastar menos no outro”, garante.
A regra da viagem é se divertir, mas também poupar, avisa Juliana. “Todo o meu planejamento foi feito pensando na melhor economia possível. Comprei as passagens em promoção e, ao invés de alugar um apartamento inteiro, vou ocupar um quarto de uma residência no centro da cidade”, afirma ela, que também escolheu o Rio pensando nos blocos de rua, que têm custo zero.


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