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Estado de Minas

Cemig vai lançar campanha para reduzir consumo

Estatal quer estimular consumidores a buscar eficiência no uso da eletricidade. Para novo presidente, só redução na demanda pode evitar o racionamento


postado em 24/01/2015 06:00 / atualizado em 24/01/2015 07:25


Campanha para uso racional e eficiente de energia será lançada pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), com o apoio do governo estadual. O novo presidente da concessionária mineira, Mauro Borges Lemos, admitiu ontem que a racionalização do insumo é a única alternativa imediata para impedir que um racionamento seja decretado neste ano. O ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior foi empossado ontem no comando da maior empresa do setor elétrico, em solenidade da qual o governador Fernando Pimentel fez questão de participar.

“Assim conseguimos sobreviver este ano. Acredito que com o consumo eficiente nós não teremos racionamento”, afirmou Mauro Borges. Ele não mencionou meta de economia de energia, diferentemente do conjunto de medidas emergenciais anunciadas na quinta-feira pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), que estimou a necessidade de 30% de redução do consumo de água. O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, reconheceu também na quinta-feira que se o nível das represas das usinas hidrelétricas cair abaixo de 10%, o governo federal se verá obrigado a racionar o fornecimento do insumo.

Segundo Mauro Borges, a aplicação de multas para quem não reduzir a conta está descartada. “Não temos nenhum objetivo de penalização do consumidor. A gente tem certeza de que vai dar certo para que o consumo eficiente de energia evite o racionamento”, disse. A extensão do horário de verão também poderá ser discutida em encontro que está sendo agendado pelo presidente da empresa mineira com o ministro Eduardo Braga. O tema ainda não foi proposto pela pasta para discussão à Cemig.

Ao defender o uso racional de energia e a redução do consumo per capita, o presidente da Cemig disse que os brasileiros não estão acostumados como a população de grandes nações no mundo, a consumir energia e água de forma consciente e eficiente. A Cemig já dispõe de um programa de uso racional do insumo, que servirá como base para a campanha anunciada por Mauro Borges. “A Cemig vai dar grande amplitude a essa campanha com ajuda do governo estadual. Será um esforço comum para uso eficiente e redução do consumo per capita de energia”, disse.

O nível dos reservatórios das hidrelétricas da companhia estava ontem, na média, entre 17% e 18% da sua capacidade, de acordo com Mauro Borges. Em situação mais delicada, a usina de Três Marias, na Região Central do Estado, operava com apenas uma turbina, num volume útil de 10,23% do reservatório. Entre as principais usinas no estado, levantamento sobre a operação delas ontem no site da concessionária indicava em piores níveis Queimados, no Noroeste, com 6,7%; e Nova Ponte, no Triângulo, com 10,6%.

Ao empossar a nova diretoria da Cemig, o governador Fernando Pimentel disse que a instituição tem muitos desafios pela frente. “Não vai faltar apoio decidido do governo do estado para o principal objetivo posto, o de conciliar o interesse legítimo dos acionistas com os dos trabalhadores e consumidores de eficiência, qualidade e modicidade do serviço”, afirmou.

Concessões Por orientação de Fernando Pimentel, a diretoria da Cemig vai buscar uma solução negociada para que a companhia mantenha sob sua concessão três usinas hidrelétricas sobre as quais ela perdeu direito à renovação automática, depois da mudança de regras do setor elétrico, definidas na Lei 12.783. A empresa mineira recorreu à Justiça para não entregar à União as usinas hidrelétricas de Jaguara e de São Simão. A concessão da hidrelétrica de Miranda deverá expirar em 2017.

A disputa de Jaguara está tramitando no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O novo presidente da Cemig, afirmou ontem que a postura definida com o governador de Minas é pela negociação. “O primeiro caminho que nós temos de percorrer é do entendimento com o Judiciário e a União”, disse. Manter as três usinas sob seu guarda-chuva é essencial para a solidez dos negócios da Cemig. “Não há solução a não ser a negociada. Este é o caminho”, disse Borges Lemos.


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