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Estado de Minas

Banco Central prevê menos PIB e mais inflação


postado em 24/12/2014 06:00 / atualizado em 24/12/2014 07:28

Brasília – O Banco Central já deixou bem claro aos brasileiros o que esperar de 2015. A receita não foge muito do cenário concretizado este ano: crescimento minguado da economia e inflação nas alturas. A estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano foi revisada para apenas 0.2%, contra previsão anterior de 0,5% e de 1,6% no início do ano. Mas o problema maior é o custo de vida. Apesar dos juros ainda maiores, os preços continuarão subindo, com 37% de probabilidade de a carestia estourar o teto da meta, segundo consta no relatório de inflação divulgado ontem pelo BC. As projeções indicam para uma aposta na retomada da confiança e, consequentemente, dos investimentos no país, embora a própria autoridade monetária não acredite nessa hipótese no curto prazo.


O BC promete levar a inflação ao centro da meta — ou seja, 4,5% — até 2016, mas prevê o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desse mesmo ano em 5%. Sinal de que reconhece a dificuldade em cumprir a palavra. “Certamente, o BC continuará agindo e fazendo o que for necessário”, disse Carlos Hamilton Araújo, ao admitir uma inflação de serviços “bastante resistente”, medida em 8,3% no acumulado dos últimos 12 meses. Os preços médios no Brasil, acrescentou o diretor, tendem a aumentar no próximo trimestre e a permanecerem elevados no ano.


As projeções de inflação do Banco Central não têm se confirmado. Pelo contrário. Mesmo com a retomada da alta de juros, o IPCA deve ultrapassar os 7% no primeiro trimestre de 2015, quando, no entender do presidente do BC, Alexandre Tombini, o índice atingirá o pico. A autoridade monetária segue torcendo por um “realinhamento dos preços”, ainda que, por ora, não consiga enxergá-lo. “Em algum momento, isso vai acabar”, comentou Hamilton.


Sem assumir qualquer eventual erro na política monetária e defendendo as projeções oficiais, o diretor do BC alertou para repercussões negativas de aumentos reais de salários incompatíveis com o avanço da produtividade. Os reajustes, pontuou, provavelmente estão pressionando a inflação. O relatório divulgado ontem também atribui a carestia elevada à aceleração de preços livres, em especial sobre os grupos alimentação e vestuário.


Em 2015, com os aumentos previstos de energia elétrica e o impacto da depreciação do real, o desafio do BC tende a ser ainda maior. Não à toa, a autoridade monetária decidiu retirar de seu vocabulário o termo "parcimônia", usado em comunicado e repetido em ata quando do aumento da taxa básica de juros (Selic) para 11,75%, no início deste mês. À época, o mercado viu uma sinalização de que poderia haver uma desaceleração no ritmo de alta, visão oposta à que agora se impõe.

 

Enquanto isso...
...Economia dos EUA acelera

O Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos) dos EUA teve seu crescimento do terceiro trimestre revisado de 3,9% para 5% em termos anuais. Com isso, a economia americana registrou no último trimestre seu maior salto em 11 anos. O anúncio do Departamento de Comércio dos EUA foi o sinal mais robusto de que a economia americana deu uma guinada para cima. E pelo menos parte dessa força parece ser sustentável. Outros dados divulgados ontem mostraram que os gastos do consumidor cresceram de forma consistente em novembro. 


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