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Estado de Minas

Agência ameaça rebaixar Petrobras

Moody's coloca nota de crédito da estatal em revisão para baixo por ver risco de liquidez no adiamento dos balanços


postado em 24/12/2014 06:00 / atualizado em 24/12/2014 07:20

Depois do fechamento do pregão, num dia em que as ações da Petrobras tiveram forte valorização, a agência de avaliação de risco Moody’s colocou a nota de crédito da petroleira em revisão para um possível rebaixamento. A mudança deixaria a estatal a apenas um passo de perder o grau de investimento, dificultando ainda mais a capacidade da empresa de captar recursos para fazer frente ao seu ambicioso plano de negócios. Atualmente, a Petrobras está dois patamares acima do chamado investment grade, com nota Baa2 na escala da Moody’s.

Segundo a agência de classificação de risco, a revisão para baixo reflete preocupações quanto a potenciais pressões de liquidez, caso a companhia não cumpra as exigências de suas emissões de títulos. A Petrobras adiou por duas vezes a publicação do seu balanço contábil. O documento, mesmo não auditado, tinha prazo até fim de dezembro para ser divulgado sob pena de os credores de títulos da dívida poderem pedir antecipação do pagamento dos seus ativos. A Petrobras conseguiu negociar o prazo para 31 de janeiro, mas a Moody’s, ao revisar a nota de crédito, denotou preocupação de que isso pode não ocorrer, levando os investidores a acelerar o vencimento das dívidas.

Como isso aconteceu depois do fechamento dos negócios, a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) fechou em alta pelo terceiro dia consecutivo e acumula valorização de 8% em cinco pregões. Ontem, o principal índice, o Ibovespa, subiu 1,53%, chegando nos 50.889 pontos, num pregão marcado por poucos negócios e muita volatilidade. O ritmo da bolsa brasileira acompanhou as ações norte-americanas, que dispararam após a divulgação de dados melhores que o esperado sobre a economia dos Estados Unidos.

As ações da Vale e da Petrobras foram as principais influências positivas do Ibovespa. As ações ordinárias (ON) da petroleira tiveram alta de 5,95%, cotadas a R$ 10,50, e as preferenciais (PN) se valorizaram 6,30%, em R$ 10,97. Os papéis ON da Vale tiveram alta de 3,98%, a R$ 22,22, e os PN subiram 4,56%, a R$ 19,50.

Produção favorece Na avaliação do analista e sócio da DX Investimentos, Pedro Ivo Bittelbrunn, os ativos da petroleira sofreram influência positiva dos dados de produção, com a divulgação de novo recorde de 12,29 milhões de barris diários, sendo 700 mil apenas do pré-sal. “Os papéis da Vale têm muita correlação com o dólar, que aumentou bem e voltou a romper a casa dos R$ 2,70”, explicou.

Para a analista da Coinvalores Tatiane Cruz, os papéis da Petrobras tiveram alta porque muitos investidores estão aproveitando o preço baixo dos ativos. “Quem está olhando para o longo prazo pode estar fazendo posição na empresa, ao comprar os papéis baratos”, avaliou. Atolada em denúncias de corrupção, a Petrobras acumula desvalorização de mais de 30% no ano. “A alta de mais de 27% do papel da Rossi só pode ter sido efeito de investidores comprando para se desfazer de aluguel de ações. Os ativos se desvalorizaram 69% no ano, contando com a alta de hoje (ontem)”, analisou Tatiane.


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