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Estado de Minas

Com seca no campo e crise na indústria, Minas tem fatia menor no PIB

Maiores municípios mineiros perdem participação na produção de bens e serviços do Brasil. BH é a quinta maior, mas estado concentra pobreza


postado em 12/12/2014 06:00 / atualizado em 12/12/2014 07:26

Betim, segunda maior economia de Minas, é a 20ª no ranking nacional. Cidade reduziu sua parte no PIB em 2012(foto: Fiat/Divulgação)
Betim, segunda maior economia de Minas, é a 20ª no ranking nacional. Cidade reduziu sua parte no PIB em 2012 (foto: Fiat/Divulgação)
A crise enfrentada pela indústria em Minas Gerais e a perda de produção das lavouras do estado afetadas pela seca nos últimos dois anos levaram à redução das fatias dos maiores municípios mineiros na economia brasileira, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB), conjunto da produção de bens e serviços no país. Entre as cidades que concentram polos industriais importantes em Minas, e contribuem de forma expressiva para a geração de emprego e renda, diminuíram de 2011 para 2012 as participações no PIB do Brasil de Betim, na Grande Belo Horizonte; Ipatinga, no Vale do Aço; e Ouro Preto e Mariana, na Região Central mineira. Contagem, também na Grande BH, saiu do ranking dos municípios com pelo menos 0,5% do PIB nacional e a capital mineira ficou estagnada, na quinta posição entre as maiores capitais do país, segundo o estudo sobre os PIBs dos municípios em 2012, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Deixaram o ranking brasileiro dos 100 maiores municípios agropecuários sete cidades mineiras, entre 2011 e 2012: Iturama, Prata, Santa Vitória e Ituiutaba, no Triângulo; Buritis, no Noroeste de Minas; Monte Carmelo, no Alto Paranaíba; e Três Pontas, no Sul do estado. A participação de Minas entre os maiores do setor caiu de 23 para 16 municípios em 2012, atrás do Mato Grosso, com 26 representantes. A boa notícia mostrada no levantamento do IBGE foi a evolução da participação de Uberlândia e Uberaba, no Triângulo, que se destacam no setor de prestação de serviços.

Não fosse o bom desempenho dessa atividade e o peso da indústria da mineração na geração de riqueza em Minas, o estado teria visto sua participação se reduzir mais, observa Cláudia Pinelli, supervisora de pesquisa econômica do IBGE em Minas Gerais. “A indústria tem papel fundamental no desenvolvimento dos municípios. Onde não há atuação do setor, o resultado dos municípios tende a ser muito ruim”, afirma. A participação da indústria mineira no PIB do Brasil recuou de 11,5% em 2011 para 10,7% em 2012, enquanto a agropecuária passou a contribuir com 15,2% em lugar dos 16,1% anteriores. Os serviços elevaram a sua fatia no período de 8,3% para 8,5%.

Com a dança de cadeiras, a participação de Minas no PIB do Brasil baixou de 9,6% para 9,4%. O novo mapa da economia, visto pela ótica dos municípios, indicou que se mantém a concentração em poucas cidades da geração de bens e serviços, realidade que se repete em Minas, sob a influência de uma indústria também muito concentrada, de acordo com o gerente de estudos econômicos da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Guilherme Veloso Leão. A produção mineira é concentrada especialmente na Região Central do estado, no Vale do Aço, Triângulo e no Sul. “Essa concentração se dá, muitas vezes, em um ou dois setores. No Vale do Aço, por exemplo, se a siderurgia vai mal, a região afunda. A diversificação que tem capacidade para amenizar as crises é mais presente na Região Central do estado”, afirma.

No setor agropecuário, segundo a analista técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Aline Veloso, a seca intensa que ocorreu em 2012 provocou perda de produção em vários municípios, principalmente no Norte e na Região Central do estado. “Tivemos prejuízos nas lavouras de milho e algodão, mas em contrapartida, havia muita oscilação nos preços, o que influencia nesse valor final de participação”, explica. Ainda assim, a contribuição mineira permanece na ponta, seguida por São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul.

De acordo com o estudo do IBGE, Belo Horizonte ficou na quinta posição entre os 100 maiores municípios brasileiros, com PIB de R$ 58,374 bilhões em 2012 e uma participação de 1,33% do total da economia, repetindo o comportamento de 2011. Betim, que ficou no 20º lugar, reduziu sua fatia de 0,7% para 0,6%, ao passo que a contribuição de Ipatinga mingou de 0,17% para 0,16%, A cidade ficou na 87ª posição. Uberlândia e Uberaba, na 25ª e 72ª posições, respectivamente, elevaram suas participações, de 0,45% para 0,49%, e de 0,19% para 0,21%. Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, completou o quadro de sete destaques mineiros, com 0,23% do total, ante 0,22% em 2011. Manteve-se no 64º lugar.

Cenário incerto Para o levantamento relativo a 2013 e 2014, a expectativa é de que Minas ainda se mantenha na liderança dos municípios fortes em agropecuária, mesmo com o impacto de mudanças climáticas e da estiagem. Segundo Aline Veloso, o estado ganhou em 2013 com apreciação dos preços de produtos como o café e em decorrência da alta das exportações. Não é de se esperar, contudo, alguma recuperação nos municípios tradicionalmente beneficiados pela produção industrial e a mineração.


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