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Estado de Minas

Produtores mineiros se preparam para fornecer flores para os campeões olímpicos

Nas competição de 2016, além de medalhas, vencedores vão receber espécies tropicais. Evento cria oportunidade para produtor mineiro


postado em 09/12/2014 06:00 / atualizado em 09/12/2014 07:19

Adelmir Bispo, gerente da Agroflora: produção orgânica certificada abre portas para fornecer ao comitê organizador de Jogos (foto: Euler Júnior/EM/D.A Press)
Adelmir Bispo, gerente da Agroflora: produção orgânica certificada abre portas para fornecer ao comitê organizador de Jogos (foto: Euler Júnior/EM/D.A Press)
Medalha de ouro, prata e bronze para os campeões, mas também flores tropicais do Brasil. Subir ao pódio junto com os atletas é a meta de produtores mineiros que estão se preparando para fornecer flores ao comitê olímpico. Os jogos de 2016 no Rio de Janeiro vão entregar aos campeões perto de 5 mil buquês com espécies típicas do clima brasileiro, cultivadas dentro dos princípios da sustentabilidade. O primeiro edital, que será publicado em janeiro, contempla a compra de flores para as competições do hipismo e abre uma vitrine iluminada para micro e pequenas empresas.

Além dos buquês a demanda para decoração de espaços abertos, arenas, ambientes de concentração das equipes e lounges é tão grande que produtores de flores tropicais em Joboticatubas, na Grande BH, Inhapim e Manhuaçu, na Zona da Mata, buscam certificações que atestem o cultivo sustentável. Eles querem atender a demanda dos jogos e ao mesmo tempo mostrar ao mundo seu produto. São alpíneas, helicôneas, gengibre, bastões do imperador, flores exuberantes, capazes de suportar o calor dos trópicos e durar até cinco dias mais do que espécies de clima temperado.

O objetivo do comitê olímpico é fomentar de modo sustentável as cadeias produtivas do país para que o modelo ganhe força a partir do evento mundial. Recentemente, Minas Gerais passou a ocupar o primeiro lugar nacional em área plantada de flores tropicais com pólo na Zona da Mata e produção também na Grande BH. Em Jaboticatubas, Valdeci Verdelho, proprietário da Agroflora Verde, se tornou o primeiro produtor do país a receber certificação orgânica para o cultivo de flores tropicais, o que lhe dá uma espécie de passaporte livre para fornecer aos jogos olímpicos. Para ele, o grande evento é uma oportunidade de negócios e vitrine incomparável para as micro e pequenas empresas.

“As flores tropicais são bonitas e resistentes, o que permite os buquês durarem até 10 dias. Também são tipicamente brasileiras, atendendo um dos pré-requisitos do comitê olímpico.” Valdeci, que já participou de uma primeira reunião no Rio de Janeiro para tratar sobre a demanda dos jogos, acredita que, juntos, os produtores mineiros podem conseguir volume para garantir parte da demanda do comitê. “Um bom número para o estado seria fornecer 50% das flores usadas nos buquês”, estima.

Reforço

O coordenador do programa Sebrae no Pódio explica que a preferência para o fornecimento de flores é para o Rio de Janeiro, mas o estado sozinho não conseguirá responder a demanda e vai precisar contar com reforço mineiro. “Vamos precisar dos produtores de Minas e por isso o Sebrae dará apoio para os programas de certificação.”

Polos como o de Manhuaçu já buscam ampliar produção para atender inclusive a clientes no mercado europeu e americano. Também na Zona da Mata, em Inhapim, há 13 anos os irmãos Flávio e Flaviane Barretos começaram em sociedade o cultivo de flores tropicais. Era o início de um negócio de sucesso, a Matterfloris vem crescendo a um ritmo de 15% ao ano. São 25 hectares cultivados e a beleza das flores já conquistou noivas e decoradores em Minas e em estados vizinhos que estão incluindo as espécies em casamentos e grandes eventos.

“Ainda não temos a certificação sustentabilidade, mas estamos a caminho. Aqui não usamos defensivos químicos e o ambiente é equilibrado porque a espécie é muito benéfica ao meio-ambiente. A plantação é cheia de beija-flores, jacus, sapos e cobras. O ecossistema é muito equilibrado”, diz Flávio. Ele produz perto de 15 mil hastes por semana e está entusiasmado. “Sou brasileiro e ficaria muito feliz em ver as flores tropicais de Minas ornamentando os jogos olímpicos.” Flávio, que também é decorador, já imagina o buquê dos atletas: “Poderiam ser montados com as folhagens resistentes das palmeiras, com uma helicônea e uma pequenina orquídea, presas pelo sizal produzido por agricultores do Nordeste.”

Mercado


Ver suas flores orgânicas, coloridas e exuberantes como o Brasil mas ainda pouco conhecidas nas arenas dos jogos olímpicos, nas pistas de competições internacionais, nos pontos de encontro das equipes e nas mãos dos campeões já é uma meta real para a Agroflora Verde. “O consumo de flores no Brasil está crescendo , mas ainda há grande espaço. Enquanto o brasileiro consome em média US$ 7 por ano, o argentino consome o dobro desse valor”, observa Verdelho.

O cadastro já pode ser feito


Produtores como Flávio Barretos de Inhapim que se voltam para o cultivo sustentável, estão no caminho certo. Segundo o Comitê Rio 2016, os jogos olímpicos e paralímpicos vão apoiar esse mercado. “Não queremos excluir pequenos produtores e sim incluí-los”, explica Fernanda Lima, analista de sustentabilidade do Comitê Rio 2016. Segundo ela, para se cadastrar no site o produtor deve enviar um comprovante com alguma evidência de que já está negociando sua certificação, mas não precisa necessariamente ter concluído o processo. O cadastramento já está aberto pelo site: https://portaldesuprimentos.rio2016.com

O Comitê ainda não finalizou qual será o montante de flores que vai comprar de pequenos produtores. Até o momento o número de buquês é o único já fechado. Apesar disso, Fernanda Lima lembra que praticamente todos os espaços olímpicos estarão ornamentados. Em janeiro, o comitê lança a primeira concorrência que será para flores para ornamentar as competições do hipismo.

Em Manhuaçu, Ieda Hannas, vice-presidente da Associação dos Produtores de Flores Tropicais de Manhuaçu (Appoex) onde 12 produtores colhem mais de 12 mil flores por mês diz que a associação também está em busca de sua certificação. “É uma oportunidade muito interessante”, diz Hannas. Segunda ela, a associação já tem certificação do sistema Fiemg e vai complementar o processo.


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