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Estado de Minas

Depois de nove anos, Brasil volta a contratar usina a carvão

O país deixou de contratar usinas a carvão, com o objetivo de ampliar o uso de fontes limpas e alternativas de energia. Presidente da Associação Brasileira de Carvão Mineral (ABCM) disse que o Brasil tem hoje 80% de geração renovável e que esse porcentual não cairá


postado em 28/11/2014 19:37 / atualizado em 28/11/2014 20:02

O carvão mineral, insumo que foi praticamente banido dos novos projetos de geração de energia no Brasil, voltou à carga na matriz elétrica. Depois de nove anos, um projeto de usina térmica alimentada por carvão volta a ser contratado pelo governo, para gerar energia.

No leilão realizado nesta sexta-feira, a Tractebel Energia, empresa do grupo GDF Suez, conseguiu fechar negócio para construção da usina Pampa Sul, que será erguida no município de Candiota (RS). O projeto foi viabilizado com a proposta de R$ 201,98 por megawatt/hora.

Com 340 MW de capacidade instalada, Pampa Sul deve entrar em operação em janeiro de 2019. A usina será construída pela empresa chinesa Sdepci.

"Esse projeto da Tractebel abre um novo ciclo para o carvão na geração de energia no País", disse Luiz Fernando Zancan, presidente da Associação Brasileira de Carvão Mineral (ABCM).

O leilão A-5, realizado para contratar projetos que entrarão em operação daqui a cinco anos, chegou a habilitar dez projetos de térmicas a carvão, que somavam 4.490 MW. Somente Pampa Sul, no entanto, teve proposta vencedora no leilão.

"Acredito que muitos projetos foram prejudicados por conta do risco no prazo da obra. Estamos entrando em dezembro. Na realidade, as empresas não teriam cinco anos para construir as usinas, mas quatro. Isso influenciou negativamente", comentou Zancan.

O Brasil deixou de contratar usinas a carvão, com o objetivo de ampliar o uso de fontes limpas e alternativas de energia. Perguntando sobre o fato de o País voltar a contratar uma das fontes mais sujas de geração, o presidente da ABCM disse que o Brasil tem hoje 80% de geração renovável e que esse porcentual não cairá, dado o montante de outras fontes contratadas.

"O País não está sujando coisa nenhuma, nem estamos na contramão da história. O fato é que precisamos de energia garantida, firme, o que o carvão consegue oferecer", comentou.

Por meio de nota, a Tractebel informou que, do total de 7.027 MW de projetos de geração que possui, 1.119 MW são provenientes de termelétricas.

Apesar de ter contratado 340 MW, o projeto de Pampa Sul prevê uma segunda planta, para geração de mais 340 MW. Para colocar seu projeto no leilão, a companhia teve de acelerar seu processo de licenciamento ambiental. A licença prévia, necessária para entrar na disputa, foi concedida no início deste mês.

Ao todo, o projeto da empresa é estimado em R$ 1,9 bilhão, com aplicação de R$ 1 bilhão em equipamentos nacionais e R$ 900 milhões em importação. A geração de empregos diretos é estimada em 1.848 vagas no segundo ano de instalação, quando a usina deve estar no auge das obras. Outros 8 mil empregos indiretos devem ser gerados.

O plano para Pampa Sul prevê que o carvão mineral será extraído da jazida de Candiota. No processo de queima do combustível, esse carvão é queimado com calcário e areia, para reduzir gases poluentes. Nesse processo, é gerado gesso como subproduto, que pode ser reaproveitado.

Hoje o carvão mineral é o combustível utilizado para a gerar 40% da energia no mundo. No Brasil, sua participação na matriz energética é pequena, de apenas 1,4% da energia gerada.


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