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Estado de Minas

Lojistas aproveitam a Black Friday para liquidar e recuperar as vendas do ano

Na Savassi, comerciantes de um quarteirão se unem para baixar os preços e atrair clientes


postado em 28/11/2014 06:00 / atualizado em 28/11/2014 10:10

Carolina Toledo é idealizadora do Quarteirão Black Friday, na Savassi(foto: Ramon Lisboa/ EM/ D.A Press)
Carolina Toledo é idealizadora do Quarteirão Black Friday, na Savassi (foto: Ramon Lisboa/ EM/ D.A Press)
Com expectativa de faturar R$ 1,2 bilhão em 2014, segundo a E-bit, a Black Friday brasileira ganhou novidades este ano na tentativa de levantar o varejo no país. A tradicional data americana, que acontece também hoje, depois do feriado de Ação de Graças, este ano invadiu as lojas físicas. E as ofertas extrapolam o já tradicional comércio de eletroeletrônicos. São supermercados, planos de telefonia, lojas de construção, clínicas de estética, lojas de roupas, colchões, drogarias e até postos de combustíveis. Os lojistas querem aproveitar a data para movimentar o Natal dos brasileiros.

Na Savassi, lojistas se uniram para criar o Quarteirão Black Friday (QBF). A ação reúne 13 lojas e bares dos quarteirões das ruas Antônio de Albuquerque e Paraíba. Hoje e amanhã, as lojas com o selo na porta irão oferecer 30% de desconto em todas as roupas expostas. Para atrair maior número de clientes, o acordo é que hoje o funcionamento seja estendido de 9h às 20h. Segundo a proprietária da Butic Bardot e idealizadora da ação, Caroline Toledo de Figueiredo, a proposta é ter um evento na Savassi igual ao Lápis Vermelho nos shoppings centers. “A união faz a força. O comércio está ruim para todos. Com mais gente circulando pela ruas da Savassi, todo mundo ganha”, afirma. No ano passado, ela diz ter faturado o dobro de um dia normal. E avisa: não é Black Fraude. Um short jeans que custa R$ 189 será vendido por R$ 132.


A loja de sapatos Choco Shoes é uma das adeptas do festival. Segundo a proprietária Yale Portugal, que também é dona da UST, todos os sapatos terão desconto. “É uma forma não só de recuperar as vendas, antecipando o Natal, como divulgar a loja”, afirma Yale. Ela diz que as vendas de hoje permitirão a substituição das peças atuais por novas.

Na região, outros estabelecimentos que não integram o festival QBF também irão participar da promoção. A loja do estilista Ronaldo Fraga, localizada na Rua Fernandes Tourinho, participa do Black Friday pela primeira vez. De acordo com o gerente Tiago Henrique de Carvalho, todas as peças da coleção passada estarão com descontos de 40%. “Estamos animados, já que é uma forma de alavancar as vendas do mês de novembro que foram muito negativas para todo o comércio. Acredito que o décimo terceiro salário será uma boa oportunidade para aproveitar os ótimos preços”, ressalta.

Sem participar do festival de descontos, a proprietária da loja pg&b, Patrícia Naves, decidiu atrair compradores de uma forma inusitada. Na fachada, um bunner diz: “Aqui é Black Friday todo dia”. Ela explica que não dará descontos, mas avisa que tem preços muitos melhores que o da concorrência por ter produção própria. “Consigo preço melhor por não ter atravessador”, afirma. Segundo ela, por se tratar de coleção nova e período de alta demanda, não é época de promoção.

MAIOR ADESÃO O setor de alimentação é um que está apostando na data. O Grupo Super Nosso vai oferecer produtos com descontos de 30% a 50%. A ação, segundo a diretora de marketing, Rafaela Nejm, vai envolver cerca de 80 itens do site, entre cervejas especiais, vinhos, destilados, refrigerantes, importados, gourmets, congelados, iogurtes, biscoitos, salgadinhos e produtos de limpeza e higiene pessoal. As lojas físicas vão participar pela primeira. Nas lojas do Apoio Mineiro, mais de 30 produtos estarão em liquidação.

O Extra também vai estender a Black Friday para as lojas físicas, com descontos em mais de 50 itens durante o fim de semana. No mesmo grupo, as drogarias vão liquidar dermocosméticos, perfumaria e higiene pessoal. Os postos de combustíveis vão comercializar gasolina comum a R$ 2,759 somente hoje.

A Telha Norte vai oferecer 10% de desconto nas compras acima de R$ 600 hoje e durante todo o fim de semana, nas lojas físicas e virtual. A Bemfixa, de produtos de construção, também adere à tradição varejista americana e realiza o primeiro Black Friday na loja virtual com descontos de até 75% sobre o valor de alguns produtos. A promoção não se limita ao dia e se estende por três semanas, de 24 de novembro a 14 de dezembro.

A operadora de telefonia Oi aproveitou a data para liquidar. Em Minas Gerais, as lojas da operadora terão ofertas de aparelhos desbloqueados com descontos de até 50%. A operadora oferta o aparelho Samsung Galaxy S4 4G com 33% de desconto, saindo por R$ 999 e o smartphone LG L1 por R$ 189. Os clientes podem comprar nas lojas da Oi até 1º de dezembro e no site, de hoje a domingo e enquanto durarem os estoques dos aparelhos. A empresa terá 68 modelos de aparelhos com descontos.

Tem Black Friday para todo o gosto. O setor de esportes também aposta na data. A Centauro entra na campanha com três dias de ofertas. As ofertas chegam a 70% de desconto em mais de 500 mil itens nas 187 lojas físicas da rede, em 22 estados e no Distrito Federal, além do e-commerce. Hoje, os dez primeiros clientes de cada loja terão 10% de desconto no valor total da compra.

Smartphone na liderança


Segundo o Zoom, site comparador de preços e produtos, os smartphones são os que devem apresentar maiores descontos na Black Friday. Completam a lista de produtos que podem ter as melhores promoções TVs, eletrodomésticos, notebooks, tablets e aparelhos de utilidade doméstica. A média de descontos de 2013 pode ser um bom indicador para este ano. Na última edição, os videogames foram os que apresentaram a maior média de desconto: 27%, seguidos pelos smartphones e notebooks, com 19%; os tablets, com 18%; e as TVs, com 16%.

Segundo pesquisa do Zoom, a intenção de 56% dos 10 mil entrevistados é aproveitar a Black Friday para investir em um novo smartphone, 43% em uma televisão, 29% em um notebook, 23% em tênis, 21% em um tablet, 20% em um videogame e 18% em condicionadores de ar. “Os eletrônicos são sempre os mais desejados e também os que requerem mais atenção na hora da compra, pois são produtos de alto valor aquisitivo e com muitas funcionalidades”, comenta Thiago Flores, diretor executivo do Zoom. (MR e PRF)

48% vão comprar a prazo

Brasília – Nada menos que 48% dos consumidores vão deixar de usar o dinheiro ou o cartão de débito e vão comprar a prazo os presentes de Natal. Diante de um cenário de inflação alta e juros elevados, as pessoas levarão, em média, quase cinco meses para quitar o pagamento das parcelas. Até maio do ano que vem, o orçamento dessas famílias deve estar comprometido com as aquisições, segundo pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Mesmo às vésperas da data mais importante para o comércio, os compradores continuam a se arriscar. Do total, 39% já ficou com o nome sujo devido a compras de fim de ano.

Em comércios locais ou em shoppings, não faltam lojas que anunciam as vendas parceladas. Em segmentos como o de telefonia, um celular novo pode ser adquirido por até 12 vezes. As facilidades de pagamento são atrativos para consumidores como o empresário Fernando Sousa, de 31 anos. Ele admite que, neste fim de ano, vai comprar a prazo, mas sem juros e em no máximo três vezes. “Tudo vai depender do presente. Se desembolso menos agora, consigo diluir para fazer mais compras”, disse. A esposa, a gestora de departamento de pessoal Evellyne Sousa, de 27, garante estar atenta aos gastos. “Sabemos que no início do ano teremos mais despesas e compromissos a honrar”, acrescentou.

A lógica do casal em dissolver os gastos entre os meses que virão a seguir, contudo, deve ser muito bem avaliada antes mesmo de ir às compras. A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, recomenda que os consumidores coloquem as contas na ponta do lápis e saibam se planejar. “Quando começa a dividir as compras, geralmente perde-se o foco. Muitos acabam sem saber mais quanto deve ou quando vai pagar. É mais cômodo, mas pode dar muito trabalho”, avaliou.

Não há receita de bolo para fugir do endividamento. Basta as famílias se lembrarem que o fim de ano é o pior momento para se acumular débitos. “É importante lembrar que, logo no início do ano, vêm gastos com material e matrícula escolar, além do IPVA e IPTU”, aconselhou Marcela. Quem estiver com as contas penduradas deve usar a gratificação natalina (13º salário) para o pagamento das dívidas. “Vale mais a pena poupar agora e começar o ano sem dívidas e depois economizar ao longo meses para, ao fim de 2015, ter um Natal melhor”, acrescentou.




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