(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Indústria de máquinas corta 10 mil postos no Brasil

Até dezembro, segundo associação das empresas, Minas deve ter perda de cerca de 3 mil empregos nas fábricas


postado em 27/11/2014 06:00 / atualizado em 27/11/2014 07:38

O ajuste da indústria de máquinas e equipamentos à demanda fraca neste ano, combinada à concorrência com os importados, representou um corte de 10,6 mil empregos em todo o país até outubro, segundo balanço divulgado ontem pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Em Minas Gerais, poderão ser eliminados 3 mil postos de trabalho até dezembro, uma perda estimada em 12% do quadro de pessoal que as empresas mantinham no início de 2014, cerca de 25 mil trabalhadores. As fábricas mineiras sofrem mais os efeitos do baixo crescimento da economia brasileira e da falta de competitividade, uma vez que mais da metade da receita do negócio depende das encomendas das mineradoras, siderúrgicas e cimenteiras, principal segmento responsável pelo desempenho ruim da chamada indústria de bens de capital.

As demissões estão ocorrendo entre os empregados diretos da indústria de máquinas, que segundo o diretor-executivo de Competitividade, Economia e Estatística da Abimaq, Mário Bernardini, são poupados ao máximo, diante do custo do treinamento para as empresas. Em outubro, elas empregavam 244,7 mil pessoas. Agrava a situação o fato de se tratar de empregos com salário médio de R$ 2,5 mil no setor. O rendimento médio, descontada a inflação, dos trabalhadores com carteira assinada no setor privado foi de R$ 1.917,20 no mês passado, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“As empresas vão continuar fazendo ajustes e num cenário recessivo a tendência é de uma perda maior de empregos”, disse o diretor-executivo da Abimaq. Ele aposta na elevação acima de 12% ao ano da taxa básica de juros, a Selic, que remunera os títulos do governo no mercado financeiro e serve de referência para os bancos e o comércio. Hoje, está em 11,25% anuais. O faturamento bruto da indústria de máquinas e equipamentos alcançou R$ 6,54 bilhões em outubro, cifra que significou aumento de 6,9% frente ao mês anterior, mas quedas de 11,7% ante outubro do ano passado e de 15,5% no acumulado do ano.

RECEITA A perspectiva para o fechamento de 2014 é de queda de 10% da receita das empresas, eliminando parte dos ganhos de 10% que as exportações deverão representar, como reflexo da alta do dólar frente ao real. De janeiro a outubro, a receitas das exportações subiram 11,2%, na comparação com os primeiros 10 meses de 2013 e a das importações diminuiu 11%. Ainda assim, Mário Bernardi alega que paridade cambial necessária para que a indústria retome sua competitividade teria de se manter em R$ 3 por dólar.

A carteira de pedidos das empresas caiu 8,5% em relação a outubro do ano passado, influenciada principalmente pelo mau desempenho das compras de máquinas pesadas, para atender clientes das indústrias de mineração, siderurgia, cimento e óleo e gás, que estão contendo investimentos. Ao divulgar também ontem o seu balanço relativo a 2014, o Instituto Aço Brasil (IABr)confirmou perspectivas ruins de encerramento deste ano e para 2015. O consumo aparente de produtos siderúrgicos no Brasil, que compreende as vendas internas e as importações, tende a cair 6,4% neste ano, informou o presidente-executivo da instituição, Marco Polo de Mello Lopes. “O ambiente recessão continuará em 2015, porque os juros seguirão subindo e haverá menos investimentos”, afirmou.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)