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Estado de Minas

Volatilidade afeta a dívida pública

Emissões menores e resgates maiores em outubro levam à queda de 1,29% no estoque, que fechou o mês a R$ 2,15 tri


postado em 26/11/2014 06:00 / atualizado em 26/11/2014 06:57

Brasília – O governo teve, em outubro, mais dificuldade para rolar a Dívida Pública Federal (DPF) e foi obrigado a resgatar R$ 48 bilhões. Diante das altas taxas de juros pedidas pelos investidores e do efeito das eleições – que aumentou a volatilidade dos mercados —, o número de emissões foi menor do que o total de resgates pelo quarto mês consecutivo. Em outubro, R$ 35,74 bilhões foram emitidos, ante R$ 84,43 bilhões resgatados. Com isso, o estoque total da dívida diminuiu 1,29%, passando de R$ 2,18 trilhões para R$ 2,15 trilhões.

“Eu diria que assim como os outros mercados, o mercado de títulos é influenciado pelos mesmos fatores. Se há volatilidade nos mercados em geral, há uma volatilidade no mercado de títulos também”, afirmou o coordenador geral de operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Fernando Garrido. Apesar disso, ele garante que o comportamento das emissões em outubro se manteve em linha com o esperado.

O estoque da dívida interna foi reduzido em 1,36%. Na dívida externa houve queda de 0,05%. “Os números estão sugerindo que o governo está com dificuldade em rolar os títulos vencidos no ano. Essa dificuldade está atrelada ao cenário incerto eleitoral e também de qual seria o rumo da política fiscal do governo Dilma Rousseff”, afirmou o professor André Nassif, especialista em contas públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV). Diante da volatilidade, o mercado exigiu taxas mais altas. Não à toa, o custo médio da DPF aumentou no mês passado, foi de 11,54% ao ano em setembro para 11,63%. O custo da dívida externa foi o que deu o maior salto, de 15,69% a.a para 16,38% ao ano.

“Esse cenário de sutil deterioração deve se dissipar com a nomeação da nova equipe. Porque deve se colocar na Fazenda um ministro ortodoxo, que vai se comprometer com uma meta de superávit primário por volta de 2% no ano que vem. À medida que se sinaliza um aumento de superávit e a taxa de juros é reduzida, diminui-se a necessidade de se rolar a dívida, alternativa utilizada pelo governo quando tem um título vincendo e não há recursos para pagar”, analisou o professor Nassif.

Em outubro, o percentual de vencimentos para os próximos 12 meses diminuiu de 26,21% em setembro para 24,16%. O prazo médio aumentou, o que conta a favor do governo: foi de 4,5 anos para 4,59 anos, aumento puxado pela dívida interna, que ampliou de 4,37 para 4,46 anos. O prazo da dívida externa foi reduzido de 7,14 anos para 7,07 anos.
Os juros foram reduzidos, em valores correntes, em R$ 2,01 bilhões. O objetivo do governo é manter o estoque da DPF entre R$ 2,17 trilhões e R$ 2,32 trilhões. Segundo Garrido, todas as metas serão cumpridas no fim do ano.

DETENTORES

A participação dos estrangeiros como detentores dos títulos públicos federais bateu recorde por mais um mês. Em outubro, 20,38% dos papéis estavam nas mãos de não-residentes no país, ante 19,32% em setembro. Em dezembro do ano passado, a participação era de 16,10%.

Apesar de os especialistas analisarem esse dado com cautela, o governo diz que não trabalha com um limite de detentores estrangeiros da dívida e acredita estar longe de um percentual considerado alarmante. Caso se chegue a uma predominância não-residente, há risco de, em momentos de crise, os investidores saírem do país e venderem os títulos para o mercado secundário, explicam os analistas.


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