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Estado de Minas

Alta no ônibus em SP pode impactar até 0,13 no IPCA


postado em 23/11/2014 18:07 / atualizado em 23/11/2014 20:08

Um eventual reajuste nas tarifas de ônibus urbano na capital paulista, de R$ 3 para um valor entre R$ 3,40 e R$ 3,50 no início de 2015, como apurou o jornal O Estado de S. Paulo, deve provocar um impacto da ordem de 0,10 ponto porcentual e de 0,13 ponto, respectivamente, no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O cálculo foi feito esta semana por economistas a pedido do Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Segundo os analistas, caso o aumento se confirme, eleva a possibilidade de o IPCA de 2015 fechar acima do teto da meta. Na última pesquisa Focus do Banco Central, a projeção para o dado do ano que vem está em 6,40% - o centro da meta é 4,50% e o teto, 6,50%.

O debate em torno de um possível aumento na tarifa voltou a ganhar corpo na esta semana, quando o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e prefeitos petistas de sete cidades da região metropolitana discutiram uma "tarifa única" em 2015. Agora, a proposta deve ser levada ao governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Ainda que o reajuste fique no menor valor citado, de R$ 3,40, será um aumento mais significativo que o de 11% ocorrido no começo de 2011, quando o valor foi majorado de R$ 2,70 para R$ 3,00 - a última vez em que houve elevação.

Conforme cálculos do economista Étore Sanchez, da LCA Consultores, se a tarifa passar para R$ 3,40, significará uma alta de 13%, o que tende a surtir um efeito de 0,10 ponto porcentual no IPCA. Já se o valor subir para R$ 3,50, a alta será de 16,6%, com impacto da ordem de 0,13 ponto no IPCA, conforme o economista da LCA.

Após a surpreendente desaceleração para 0,38% no IPCA-15 de novembro, ante 0,48% em outubro, a LCA acredita que o IPCA poderá fechar 2014 muito perto de 6,50%, em 6,45%. Para 2015, a consultoria estima taxa de 6,40%. "Qualquer suspiro tende a fazer com que a inflação possa explodir (romper o teto)", disse Sanchez.

Mesmo com a inflação menor que a esperada no IPCA-15, o que também motivou a Tendências Consultoria Integrada a revisar a projeção para o IPCA fechado deste ano de 6,50% para 6,30%, a economista Adriana Molinari considera arriscado uma decisão das prefeituras de anteciparem o reajuste das tarifas para 2014.

O alívio no IPCA-15, disse Adriana, "teoricamente" abriria espaço para que parte do reajuste nas tarifas de ônibus pudesse ocorrer ainda este ano. "De todo modo, ainda que os condicionantes apontem para variações mensais um pouco abaixo da sazonalidade, em dezembro a volatilidade de alguns itens costuma ser bastante elevada. É um pouco arriscado elevar agora", avaliou. Por enquanto, a economista da Tendências estima o IPCA terminando 2015 em 6,40%, já considerando um reajuste de 10% nas tarifas de ônibus em São Paulo.

Já no Besi Brasil, a aposta é de um aumento da ordem de 8% nas tarifas, o que resultaria em um IPCA de 6,20% no final do ano que vem, "com viés de alta, disse o economista-sênior, Flávio Serrano. Já se o reajuste estudado pela Prefeitura ficar mesmo entre R$ 3,40 e R$ 3,50, o IPCA tende a ficar mais perto do teto da meta de 6,50%. Isso porque Serrano também estima um impacto de 0,10 a 0,13 ponto porcentual para uma eventual alta de R$ 3,40 e R$ 3,50, respectivamente. Para ele, há poucas condições de o reajuste ocorrer em 2014. "Não sei se há espaço para aumento este ano. A inflação projetada está muito próxima do limite. Obviamente que qualquer reajuste este ano aliviaria um pouco 2015, cujo cenário também é complicado", avaliou. Para 2014, a projeção do Besi é de alta de 6,4% para o IPCA.

Para Marcel Caparoz, economista da RC Consultores, se houver, o aumento nas tarifas de ônibus em São Paulo virá em 2015 e o preço poderá chegar a R$ 3,20. "Neste ano, não vem. Tem uma pressão muito forte nas prefeituras por causa do aumento de gastos, principalmente agora com várias denúncias de corrupção. É muito delicado elevar agora. Se vier, será de R$ 3,20 e olhe lá", avaliou.

Caso a tarifa fique em R$ 3,20 - aumento de 6,7% -, a contribuição será de 0,05 ponto porcentual no IPCA de 2015, conforme Caparoz, que por enquanto aguarda o IPCA fechando em 6,35% no ano que vem. "Mas esse número ainda pode ser revisado", afirmou.


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