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Estado de Minas CENÁRIO TRAVA O CRESCIMENTO

Rebaixamento da nota de longo prazo do Brasil está fundamentado na piora das contas fiscais


postado em 01/11/2014 00:12 / atualizado em 01/11/2014 07:34

O rebaixamento da nota de longo prazo do país está fundamentado na piora acentuada das contas fiscais, mas também na persistência de condições desfavoráveis, com inflação acima da meta de 6,5%, e perspectiva de baixo crescimento econômico. É o que diz Alex Agostini, analista da Austin Rating. “Com as contas públicas no nível de um país em crise, o ajuste necessário será muito lento. Precisaria de um corte brutal de custos ou de um crescimento acelerado da economia. Nenhuma das duas alternativas é provável. Então, resta usar o instrumento de rolagem da dívida. O problema é que o risco do país aumentou, a Selic também e, para emitir títulos da dívida, o governo vai ter que pagar juros muito altos porque o investidor vai querer se resguardar. Isso só vai aumentar o endividamento”, explicou.


Na avaliação do estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil, Luciano Rostagno, os números que foram divulgados são muito piores do que o consenso de mercado, que estimava R$ 12,6 bilhões de déficit. O economista também acredita que, sem um forte ajuste na política fiscal, o país corre o risco de perder seu status de grau de investimento nos próximos anos.

As principais críticas ao atual governo miram, justamente, metas criadas que não são atingidas e os expedientes extraordinários usados para tentar fechar a conta. “Não sei qual será a mágica deste ano, mas acho muito pouco provável que o governo consiga reverter o déficit.”, observou o especialista em contas públicas Raul Velloso.

FUTURO

As perspectivas para os próximos meses são ainda piores, na opinião de Mansueto Almeida, economista especializado em contas públicas. “Em novembro do ano passado, o governo conseguiu R$ 35 bilhões a mais, com o Refis e o leilão de Libra. Este ano, essas receitas extraordinárias não existem. A tendência é o quadro piorar porque o governo Dilma fez desonerações, abriu mão de receitas, quando não tinha espaço fiscal” , pontuou. Para sair do atoleiro, o governo terá que tomar as mesmas medidas de forte ajuste que serviram de material de acusação contra a oposição no processo eleitoral.

“Vão ter que fazer as medidas de forma ainda pior do que a oposição faria. Porque o adversário teria um voto de confiança maior. A presidente reeleita vai ter que reduzir gastos e aumentar receitas, com elevação de impostos, no curto prazo”, acrescentou Mansueto Almeida. Como a carga tributária do Brasil já é uma das mais altas do mundo, impostos mais altos vão penalizar o setor produtivo, que já está sem competitividade. Isso será mais um entrave para a retomada do crescimento. “É uma sinuca”, comentou Alex Agostini, da Austin Ratings.

Mansueto Almeida alertou, ainda, que o governo não está pagando subsídios para tentar reduzir o tamanho da despesa. “Subestimaram o problema fiscal e recorrem ao não pagamento de R$ 8 bilhões ao Banco do Brasil e R$ 30 bilhões ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social) para amenizar números negativos. O rombo será ainda maior”, preconizou. (SK)


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