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Estado de Minas

Brasil está mais volátil em relação ao ambiente externo


postado em 19/10/2014 19:07 / atualizado em 19/10/2014 19:25

O ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e diretor vice-presidente do Insper, Marcos Lisboa, defendeu em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que, para retomar a confiança dos agentes na economia brasileira, o próximo governo, independente de quem seja o presidente, terá de resgatar os fundamentos internos. Segundo ele, "a falta de confiança reflete os fundamentos econômicos que têm sido fragilizados desde a crise de 2008/2009".

O economista afirmou que o Brasil sofreu mais que outros países com a crise financeira mundial. "A crise reduziu (a capacidade de crescimento) dos emergentes, mas o Brasil sofreu muito mais", disse, destacando que, desde a crise, o Brasil está mais volátil e mais frágil em relação ao ambiente externo. De acordo com o vice-presidente do Insper, o mundo e a América Latina cresciam 4%, em média, antes da crise e, hoje, avançam 3%, enquanto o Brasil, que crescia 4%, atualmente sobe menos de 2%, em média.

Lisboa destacou também a importância de se recuperar a credibilidade da política monetária, que, na avaliação dele, foi "desgastada" ao longo da campanha eleitoral deste ano. "Eu tenho afirmado que há problemas fáceis de resolver, difíceis e muito difíceis. Política monetária é um dos fáceis", disse. De qualquer forma, a avaliação dele é de que o governo atual, se reeleito, terá uma vida mais difícil, por ter fragilizado a política monetária.

Uma das receitas para resolver o problema da credibilidade, apontou, é retomar uma política fiscal crível, sem "mascarar" os números. Segundo destacou o economista, o superávit primário necessário para estabilizar a relação dívida pública/PIB seria de 2,5% a 3,5%. "O problema verdadeiro agora é resgatar um superávit primário consistente", ressaltou.

Bancos públicos


O vice-presidente do Insper criticou ainda a política do governo federal de expandir o papel dos bancos públicos no financiamento de empresas. A presidente Dilma Rousseff reiterou que não vai incorporar "algumas coisas" no seu programa "nem que a vaca tussa" e citou como exemplo a redução da participação dessas instituições no crédito. "O Governo fez uma aposta de 2008 para cá, estimulando a demanda com crédito, para reativar a economia, mas infelizmente deu errado", afirmou.

Ele ponderou que, apesar de os bancos públicos terem aumentado a participação no crédito, os investimentos não cresceram. Sobre o diferencial entre a taxa de juros nominal (Selic) e a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), Lisboa afirmou que a distorção é sempre prejudicial para a economia. Hoje, a Selic está no patamar de 11% ao ano e a TJLP, em 5%. Todavia, de acordo com o economista, diante da quantidade de crédito subsidiado, com taxas de até 4%, "a TJLP perdeu a relevância".


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