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Estado de Minas

Balança comercial brasileira tem o pior saldo desde 1998

No mês passado, o Brasil importou US$ 939 milhões a mais do que exportou. No acumulado do ano, resultado também no vermelho


postado em 02/10/2014 06:00 / atualizado em 02/10/2014 07:21

Brasília – A balança comercial brasileira voltou a registrar déficit em setembro, tanto no mês quanto no acumulado do ano. A diferença entre as exportações e as importações ficou negativa em US$ 939 milhões em setembro, o maior para o período desde 1998, que foi de US$ 1,2 bilhão. Nos nove meses de 2014, o saldo das trocas do país com o resto do mundo ficou no vermelho em US$ 690 milhões. É o terceiro no ano — os anteriores foram em janeiro e fevereiro — e o primeiro déficit para o mesmo intervalo desde 1999, quando o saldo negativo foi de US$ 824 milhões.

“A crise na Argentina (tradicional destino da maior parte dos manufaturados fabricados no país) teve um impacto de 77% na queda das exportações brasileiras”, explicou Roberto Dantas, diretor do Departamento de Estatística e de Apoio às Exportações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). Em setembro, as exportações nacionais tiveram tombo de 10,2% na média diária das vendas para outros países em comparação com o mesmo período de 2013, somando US$ 19,2 bilhões. Milho e soja tiveram as quedas mais expressivas no mês: 38,9% e 30,5%. No acumulado do ano, os embarques de produtos nacionais encolheram 1,7%, para US$ 173,6 bilhões. Enquanto isso, as importações avançaram 4% no mês, mas recuaram 2,2% no ano, para US$ 20,5 bilhões e US$ 173,6 bilhões, respectivamente. O destaque ficou por conta do segmento de petróleo e derivados que teve incremento de 49% no volume importado em setembro.

A Argentina, terceiro maior destino dos produtos fabricados em solo nacional, atrás apenas da China e dos Estados Unidos, vem comprando cada vez menos do Brasil. De janeiro a setembro, o volume exportado para lá encolheu 25,7%, passando de US$ 14,9 bilhões, em 2013, para US$ 11 bilhões.

Os automóveis, principais produtos vendidospara os argentinos, registraram um tombo de 52,6% nos valores de setembro frente ao mesmo período do ano passado, para US$ 270 milhões. No acumulado ano, a redução foi de 11,6%, para US$ 5,8 bilhões. Enquanto isso, as importações brasileiras vindas do país vizinho encolheram 15,9%, para US$ 10,6 bilhões.

De acordo com Dantas a queda dos preços das commodities também impactou negativamente nas exportações. A principal retração ocorreu com o minério de ferro. “Em setembro de 2013, a tonelada de minério custava US$ 96 e hoje está em US$ 67”, disse, lembrando que apesar do aumento de quase 7% na quantidade embarcada, o item foi depreciado em 17%.

Previsões
Mesmo com os dados ruins de setembro, o governo manteve as projeções de que haverá um superávit no ano, “ainda que pequeno”. As estimativas do Banco Central são de um saldo positivo de US$ 3 bilhões neste ano. Em 2013, o superávit comercial do país foi de US$ 2,6 bilhões, graças às exportações contábeis de plataformas de petróleo, que somaram pouco mais de US$ 7 bilhões. Neste ano, já foram duas plataformas e a expectativa do setor é de que não ocorra mais nenhuma para tentar salvar a balança novamente.

O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, lamentou o desempenho da balança. “Daqui para frente não há nenhum produto que poderá registrar ganho expressivo”, disse.

Guerra do algodão

Após 12 anos de disputa, o Brasil conseguiu uma vitória na guerra contra os subsídios concedidos pelo governo norte-americano aos produtores de algodão. Pelo acordo assinado entre representantes dos dois países, os Estados Unidos pagarão US$ 300 milhões como forma de compensar prejuízos dos agricultores. E o governo brasileiro não questionará na Organização Mundial do Comércio (OMC) os programas de incentivo à cotonicultura presentes na lei agrícola até 30 setembro de 2018. Os recursos pagos pelo governo norte-americano serão repassados ao Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) e poderão ser aplicados diversos projetos no segmento.


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